Depois de quatro dias de competição consecutivos, o Saquarema Pro vive esta quarta-feira o primeiro lay day. A sexta e última etapa do circuito Challenger Series versão 2023 apenas deverá ser retomada na sexta-feira, dia em que é esperada a entrada de um novo swell na emblemática Praia de Itaúna.
O período de espera da prova brasileira termina no sábado, momento reservado para o dia das finais. Ontem, a jornada foi destinada em exclusivo ao setor feminino, com a portuguesa Francisca Veselko a assegurar a passagem aos quartos-de-final, mas muito mais houve para contar entre as senhoras e... os homens, que ficaram em terra.
Isto porque mais seis surfistas (três homens e três mulheres) carimbaram o passaporte para o circuito mundial de surf do próximo ano.
Começando pelas senhoras, a australiana India Robinson e as jovens norte-americanas Alyssa Spencer e Sawyer Lindblad sentenciaram a tão desejada qualificação, depois de terem chegado ao Brasil dentro do top 5, isto é na zona de apuramento.
Para India, vencedora este ano do Gold Coast Pro, trata-se de um regresso à divisão máxima do surf mundial, onde esteve em 2022 até ser vítima do cut. Já Alyssa, que recentemente conquistou o Ericeira Pro, e Sawyer, vigente vice-campeã mundial Júnior da World Surf League (WSL), vão o ter o estatuto do rookies no CT, pois tratam-se de estreantes nestas lides.
Mais dois bons valores do surf norte-americano feminino, que no CT de 2023 esteve na berlinda com o fenómeno Caitlin Simmers. As três surfistas que agarraram o passaporte mundialista juntam-se à australiana Sally Fitzgibbons, que já havia conseguido a requalificação na Ericeira, tendo partido para a última etapa do ano na liderança do ranking.
Por decidir, está a quinta e última vaga. Essa ficará na posse da australiana Isabella Nichols ou da basca Nadia Erostarbe. As contas são simples. A vaga é de Bella caso Nadia não consiga vencer o evento que está a ser disputado no 'Maracanã do Surf'. Neste momento, Nichols já foi eliminada, perdeu nos oitavos-de-final, enquanto Nadia conseguiu meter-se entre as oito melhores surfistas da prova.
No setor masculino, onde os 10 primeiros do ranking atingem o CT, o norte-americano Jake Marshall, bem como os havaianos Imaikalani deVault e Eli Hanneman são os mais recentes surfistas que garantiram a vaga mundialista.
Jake, recentemente finalista vencido em Ribeira d'Ilhas, está de volta à elite mundial. Por lá andou toda a temporada de 2022 e na primeira metade de 2023, sendo mais uma vítima do cut. O mesmo aconteceu com Imaikalani.
Situação diferente é aquela que acontece com o outro surfista havaiano originário da ilha de Maui. Vencedor do último US Open of Surfing, Eli é uma estreia no circuito mundial de surf. Uma estreia há muito aguardada, diga-se. Desde muito jovem apontado como um dos mais promissores surfistas mundiais, impressionando tudo e todos com diversos vídeos de free surf, Hanneman tardou a explodir entre os mais competidores mais velhos.
A qualificação chega em pleno período de afirmação do seu surf em contexto competitivo e um ano depois de quase ter perdido a vida na sequência de um wipeout na tubular onda de Pipeline, no Havai. Um incidente com final feliz e que representou um momento de viragem no percurso deste surfista que ainda só contabiliza 20 primaveras.
Este trio, junta-se ao português Frederico Morais e ao norte-americano Crosby Colapinto, que na véspera haviam fechado a qualificação. Antes do Saquarema Pro, já estavam qualificados de forma antecipada os dois primeiros classificados do ranking, o norte-americano Cole Houshmand e o australiano Jacob Willcox.
Por decidir estão mais três vagas, que estão a ser perseguidas pela tropa brasileira composta por Deivid Silva, Mateus Herdy, Samuel Pupo e Michael Rodrigues. O australiano Jackson Baker e o norte-americano Kade Matson também metidos nessa briga. Nos oitavos-de-final do Saquarema Pro, temos em agenda um escaldante embate entre Matson e Pupo, onde só a vitória interessa a estes dois surfistas. Promete!
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