No quinto dia do EuroSUP 2023, que decorre em Peniche até domingo, a Seleção Nacional teve uma prova complicada.
Depois de um lay day devido às condições climatéricas adversas, Portugal teve seis atletas na corrida de longa distância (10 kms percorridos na Baía do Baleal), ocupando a quarta posição da geral, atrás de Itália, Espanha e da líder França.
Uma prova duríssima física e tecnicamente devido à forte ondulação, com Filipe Meira a classificar-se como o melhor português na categoria Open masculino, em 9º lugar, numa prova ganha pelo francês Clément Colmas. Paulo Freitas ocupou o 15º posto.
Na categoria Open feminina, a veterana Ângela Fernandes conseguiu igualmente a 9ª posição, com Verónica Silva em 10º lugar, depois de ter perdido a prancha após ser colhida por uma onda.
Entre os juniores, Guilherme Faria alcançou o sexto posto, enquanto Mia Silva não terminou a prova no tempo regulamentar.
“Foi muito rijo. Faltou pernas para dar mais que isto”, confessou Filipe Meira em comunicado oficial da Federação Portuguesa de Surf. “Comecei bastante bem, mas depois senti uma quebra e que não ia conseguir aguentar o ritmo. Tentei alcançar o grupo imediatamente à frente, mas não consegui meter a velocidade que queria contra o vento. Mas isto motiva-me a treinar mais forte e, se acreditarem em mim, voltar a tentar fazer melhor para o ano.”
Ângela Fernandes, por seu turno, resumiu assim a sua prestação: “Foi uma prova muito difícil tecnicamente, mesmo no limite das condições, mas o Stand Up Paddle é isto: ondas, vento e mar. Quem se sente mais confortável técnica e fisicamente, consegue os resultados. A derradeira parte era a última que tinha mais receio por estas ‘bombinhas’ que aparecem a rebentar aqui na praia e podem causar estragos, mas correu bem.”
Portugal acaba por cumprir as expectativas continua na corrida por uma boa posição, conforme assumiu o selecionador nacional Ricardo Rodrigues:
“Uma prova muito desafiante, com uma largada complicada, muito técnica. Quem ganhou não surpreendeu, pois são todos bons remadores. As nossas remadoras Open estiveram bem apesar de a Verónica ter tido um azar no final que lhe custou dois ou três lugares. De resto, todos estiveram mais ou menos dentro do que se esperava. Dentro das contas do campeonato, estamos no quarto lugar, dentro das expectativas.”
Além dos heróis na água, também há que destacar a organização que realizou uma tarefa quase impossível na realização de uma prova em condições muito exigentes. Paulo Ferreira, presidente do Peniche Surfing Clube e organizador local, deu conta do “desafio”:
“Queríamos organizar esta prova no mar, mas sabíamos que era um desafio quase impossível. Vinte e quatro horas antes tínhamos preparado todos os cenários, até o de realizar a prova na barragem do Rio de São Domingos. Felizmente, percebemos que tínhamos uma janela temporal de três horas em que podíamos fazer a prova no mar e conseguimos fazê-lo em condições muito exigentes. Os atletas foram verdadeiros heróis, hoje. Parabéns a todos e muito obrigado ao Coordenador Municipal da Proteção Civil e ao Capitão do Porto de Peniche por permitirem que esta prova se realizasse", afirmou.
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