Nesta temporada de 2025, apenas dois surfistas europeus estão a fazer o CT masculino de forma integral. Estes são o já experiente italiano Leo Fioravanti e o rookie gaulês Marco Mignot.
Ambos, conseguiram meter-se nos oitavos-de-final do MEO Rip Curl Pro Portugal, que desde 2022 tem o estatuto de única etapa do circuito mundial de surf disputada em ondas europeias.
Se Fioravanti sabe há muito o que é estar nos 'oitavos' de um evento do CT, já para Mignot esta é uma estreia nesta fase mais adiantada.
O lugar de Marco entre os 16 melhores surfistas do evento português foi conseguido às custas do norte-americano Griffin Colapinto, campeão em título da prova.
Em Supertubos, fazendo uso do seu afinado jogo aéreo, o ex-campeão europeu da World Surf League (WSL) provocou a surpresa ao afastar o vencedor de duas das últimas três edições da prova penichense.
Uma proeza conseguida perante o olhar atento do público que Marco Mignot considera seu. O "público europeu", onde incluía-se o seu pai, que vibrou com a performance obtida.
Marco e Griffin são próximos, mas durante 40 minutos foram adversários porque amigos, amigos, heats à parte...
"É uma grande inspiração e ajuda-me bastante. Estamos na mesma equipa (Quiksilver) e ele ajuda-me bastante. O Griffin tem todo o meu respeito, mas os nosso heróis tornam-se rivais e temos de derrotá-los. Foi muito bom bater o Griffin em Portugal, pois já venceu por duas vezes o evento", confidenciou o surfista francês em conversa com os jornalistas na última terça-feira, após o belo triunfo conseguido.
Mais uma vez, Marco Mignot volta a dar-se bem nas ondas portuguesas. Os spots são favoritos são os "Coxos"e precisamente "Supertubos", mas foi na Caparica e em Santa Cruz que subiu ao lugar mais alto do pódio. Em 2023, conquistou os QS disputados nessas duas latitudes. Porém, a sua ligação ao nosso país é ainda mais antiga.
"Adoro Portugal. Não sei se muitas pessoas sabem, mas talvez ali entre 2003 e 2005 vivi no Estoril. Sinto-me como estivesse em casa. Tenho bons amigos na Ericeira. Pessoas que me respeitam. Existe ali uma boa comunidade. Adoro as ondas, as pessoas, a comida... é um grande local", considera.
O surfista de 24 anos, que também já viveu no México (uma das duas bandeiras que usa na licra), está na temporada de estreia na divisão máxima do surf mundial. A inédita qualificação foi obtida no ano passado via circuito Challenger Series.
O campeão europeu da WSL em 2023 dá os primeiros passos numa nova realidade, mas sabe bem o que procura na elite mundial.
"Vencer um evento seria um grande feito. O meu objetivo final é ser campeão do mundo. É um sonho grande, mas há um processo. Estou aqui para melhorar, ficar mais forte. Este é o caminho do guerreiro", explica.
Numa altura em que o QS regional europeu masculino tem vindo a ser dominado pelos surfistas franceses - estão numa série de três títulos consecutivos, Marco Mignot abordou o momento que se vive.
"Somos uma comunidade realmente sólida. A Europa tem um talento incrível, temos ondas incríveis, temos tudo para tornarmo-nos parte dos melhores. Só temos de mudar um pouca a mentalidade, ter a tal confiança, porque temos tudo para ser os melhores”, entende.
Mignot tem a certeza de que uma "nova era está chegar", afirmando que os seus compatriotas têm como "exemplos Jeremy Flores e Miky Picon". Dois nomes de vulto do surf gaulês que "mostraram o caminho e abriram as portas".
E para fim de conversa, no meio de risos e alguma timidez, Marco aventurou-se na língua de Camões. “Posso tomar uma água da pedras e um bitoque, se faz favor” foi o que saiu. Talvez por estarmos perto da hora de almoço e a fome já apertava depois de uma manhã bem produtiva na água.
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