Noite de terça-feira em Peniche. Matias Canhoto, de apenas 16 anos de idade, estava sossegado a jantar em casa quando recebeu uma chamada que fez os "nervos começarem logo a correr".
Do outro lado da linha estava Francisco Spínola, diretor-geral da World Surf League (WSL) para a Europa, África e Médio Oriente.
"Ligou-me a dizer que um surfista estava lesionado e que havia possibilidade de entrar no campeonato."
O surfista lesionado em causa era nada mais, nada menos do que Kelly Slater, o mais titulado da história, e o campeonato, o MEO Rip Curl Pro Portugal, a etapa portuguesa do circuito mundial de surf.
De repente, Matias passou de espetador em terra do evento de Supertubos a um dos 36 surfistas que dão forma ao heat draw da prova masculina. "Já nem consegui acabar o jantar e quase nem dormi a pensar", confidenciou.
Passada a interminável noite, a manhã nasceu. Canhoto estava entre a elite do surf mundial e com a "grande oportunidade" de vestir a licra mundialista em casa, pois é local de Peniche. "É o mesmo que estar num jogo de futebol com o Ronaldo e o Messi no banco. É a maior coisa que me aconteceu na vida."
Na primeira bateria da carreira que surfou no CT, a terceira da ronda inaugural, o jovem competidor luso defrontou o norte-americano Griffin Colapinto, vencedor em Peniche em 2022, e o australiano Callum Robson, que no ano passado conseguiu na Capital da Onda a primeira nota 10 do ano, graças a um tubo assombroso.
E para tornar esta conto de fadas ainda mais perfeito, Matias Canhoto conseguiu a passagem direta à ronda 3 do MEO Rip Curl Pro Portugal, já em fase 'man-on-man'.
Nos derradeiros instantes do heat, uma interferência de prioridade assinalada a Griffin Colapinto, que estava no comando, fez Canhoto ascender do terceiro para o segundo lugar, com o score combinado de 6,80 pts. O australiano Callum Robson arrecadou o triunfo (9,17 pts).
Foi o culminar de horas bem agitadas, que tiveram início num rotineiro jantar e terminaram com Matias Canhoto a ter lugar entre os 32 melhores surfistas de uma etapa do circuito mundial de surf. "Tudo é possível", concluiu.
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