Foi com festa 'aussie' que encerrou o Hurley Pro Sunset Beach, a segunda etapa do circuito mundial de surf de 2024.
Nas belas direitas que Sunset Beach entregou no dia das finais, Jack Robinson e Molly Picklum oferecerem à Austrália uma saborosa dobradinha no North Shore da ilha havaiana de Oahu, naquele que foi o primeiro triunfo de ambos na presente temporada.
Pickles, que é a nova líder do ranking mundial, repetiu a proeza alcançada nesta mesma onda em 2023, enquanto 'Robbo' voltou a triunfar em Sunset após a vitória em 2019 na Vans World Cup, mítico evento que pertencia ao antigo circuito mundial de qualificação (WQS).
No dia das finais, Jack esteve ao mais alto nível, combinando tubos com potentes rasgadas, que fizeram as delícias dos juízes e dos fãs.
Num autêntico recital de surf, Robinson disparou diversas notas de excelência (duas melhores ondas do evento foram suas) e construiu scores combinados bem robustos (sempre acima dos 16,00 pts) nas três baterias que surfou.
Nos quartos-de-final, o competidor de 26 anos começou por derrotar o brasileiro Ítalo Ferreira num duelo eletrizante, provavelmente a bateria do campeonato. O surfista australiano fez o score combinado de 17,37 pts face aos 15,60 pts somados pelo campeão mundial em 2019 e responsável pelo afastamento de Frederico Morais na ronda 3.
Depois, nas meias-finais, seguiu-se a vitória sobre o compatriota Ryan Callinan, que tinha estado em evidência com o seu surf de backside na ronda anterior, no triunfo sobre o também australiano Liam O'Brien.
Na grande final, Jack Robinson mediu forças com o amigo Kanoa Igarashi. Tal como em 2022, Kanoa foi finalista em Sunset Beach e voltou a não subir ao lugar mais alto do pódio.
Para trás, o surfista japonês deixou o havaiano Seth Moniz e o sul-africano Jordy Smith, que tem sido um dos principais destaques neste início de época.
Nos 'quartos', Jordy foi o responsável pela eliminação de John John Florence. O bicampeão do mundo teve como consolo a ascensão ao topo do ranking por troca com o havaiano Barron Mamiya, eliminado na ronda 3 por Frederico Morais.
Voltando à final, Robinson não deu hipóteses a Igarashi. Abriu a bateria decisiva com uma onda de 8,17 pts à qual seguiu-se outra de 6,17 pts, deixando de imediato o adversário em combinação.
Igarashi respondeu com uma onda de 7,33 pts, mas poucos minutos depois Jack arrumou a questão ao fazer uma onda de 9,87 pts, na qual dois juízes deram mesmo a nota máxima.
'Robbo' fechou a final com o score combinado de 18,04 pts em 20 possíveis, enquanto Kanoa somou 15,16 pts e mesmo assim ficou em combinação, o que atesta a alta qualidade da performance do adversário com quem dividiu o lineup.
Na prova feminina, a nova geração voltou a bater o pé à velha guarda, mostrando que estamos mesmo a assistir a uma troca geracional na surf feminino de competição ao mais alto nível.
Depois da final perdida em Pipeline, desta vez Molly Picklum saiu com o prémio maior, mostrando estar em excelente forma.
A surfista de 21 anos começou por derrotar a experiente Lakey Peterson nos quartos-de-final, fase em que Caitlin Simmers, antiga comandante do ranking, teve um daqueles heats para esquecer. A prodigiosa norte-americana não se encontrou com o mar e somou apenas 2,00 pts na derrota perante a costarriquenha Brisa Hennessy, vencedora em Sunset em 2022.
Ultrapassada Lakey Peterson, a competidora australiana bateu precisamente Brisa Hennessy nas meias-finais, num triunfo suportado pela incrível onda de 9,67 pts, só com uma manobra.
Na final, houve reedição da explosiva meia-final verificada no Pipe Pro, mas desta vez com um duelo bem menos intenso.
Pickles mediu forças com a havaiana Bettylou Sakura Johnson, que pela primeira vez foi finalista de uma etapa do CT. Um lugar na final que foi obtido na sequência da vitória sobre a campeã mundial Caroline Marks nas meias-finais.
Na bateria decisiva, Bettylou até fez a melhor onda (7,17 pts), mas a falta de um backup (apenas 1,50 pts) comprometeu as aspirações da surfista local de Haleiwa.
O mesmo sucedeu à agora vitoriosa Molly Picklum na final de Pipeline diante de Caitlin Simmers. Para a história, fica o score combinado de 11,83 pts de Picklum contra os 8,67 somados por Sakura Johnson.
Terminada a perna havaiana, o CT está de malas feitas para Portugal. A terceira etapa do ano é o MEO Rip Curl Pro Portugal a disputar em Peniche.
O período de espera da prova que leva os melhores surfistas do mundo até Supertubos é de 6 a 16 de março. Mais uma vez, este é o único evento do circuito mundial de surf que é disputado no velho continente.
Resultado final feminina:
1ª Molly Picklum (AUS) 11.83
2ª Bettylou Sakura Johnson (HAW) 8.67
Resultado final masculina:
1º Jack Robinson (AUS) 18.04
2º Kanoa Igarashi (JPN) 15.16
Resultados meias-finais femininas:
HEAT 1: Molly Picklum (AUS) 17.44 DEF. Brisa Hennessy (CRC) 9.07
HEAT 2: Bettylou Sakura Johnson (HAW) 12.66 DEF. Caroline Marks (USA) 10.40
Resultados meias-finais masculinas:
HEAT 1: Kanoa Igarashi (JPN) 14.83 DEF. Jordy Smith (RSA) 12.50
HEAT 2: Jack Robinson (AUS) 16.10 DEF. Ryan Callinan (AUS) 13.10
Resultados quartos-de-finais femininos:
HEAT 1: Molly Picklum (AUS) 11.16 DEF. Lakey Peterson (USA) 7.60
HEAT 2: Brisa Hennessy (CRC) 11.67 DEF Caitlin Simmers (USA) 2.00
HEAT 3: Caroline Marks (USA) 8.57 DEF. Johanne Defay (FRA) 7.67
HEAT 4: Bettylou Sakura Johnson (HAW) 15.50 DEF. Isabella Nichols (AUS) 10.65
Resultados quartos-de-finais masculinos
HEAT 1: Kanoa Igarashi (JPN) 14.67 DEF. Seth Moniz (HAW) 10.90
HEAT 2: Jordy Smith (RSA) 15.16 DEF. John John Florence (HAW) 14.26
HEAT 3: Ryan Callinan (AUS) 16.00 DEF. Liam O'Brien (AUS) 12.10
HEAT 4: Jack Robinson (AUS) 17.37 DEF. Italo Ferreira (BRA) 15.60
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