Pelo segundo dia consecutivo, houve ação no Boost Mobile Gold Coast Pro, a primeira etapa do circuito Challenger Series de 2023. Nas direitas de Snapper Rocks, a jornada foi novamente longa, tendo sido realizada a segunda ronda do setor masculino e ainda duas baterias referentes à ronda 2 das senhoras, o que perfez um total de 18 heats colocados na água.
No que toca à armada lusa, Frederico Morais foi o único que esteve em ação e deu continuidade ao bom início de campeonato para as cores portuguesas, que leva por vitórias todos os heats onde já esteve, até ao momento.
Com uma performance sólida, onde melhorou as suas notas a cada onda surfada, Kikas entrou a ganhar na prova australiana, obtendo assim o apuramento para a ronda 3 e deixando boas sensações lá nos antípodas.
Frederico assinou o score combinado de 10,57 pts, batendo assim o norte-americano Evan Geiselman (9,87 pts), o barbadense Josh Burke (9,40 pts) e o 'aussie' Callum Robson (6,70 pts). Morais comandou o heat desde a sua fase inicial e pese embora o forte ataque final de Geiselman, que nos últimos instantes ascendeu de quarto para primeiro, uma onda de 5,60 pts também nos derradeiros segundos permitiu ao surfista português assegurar um triunfo moralizador. Deste heat, nota para o facto de que a eliminação precoce do top mundial Callum Robson ter o significado de que vamos ter um novo vencedor do Gold Coast Pro.
"Havia muitas ondas, bons surfistas na água e um pouco de agitação no fim ou seja tudo aquilo que não se deseja. As coisas correram bem para o meu lado e estou contente por ter passado à ronda seguinte. Estar com a primeira prioridade é bom e mau ao mesmo tempo. Se cometemos um erro, estamos feitos. Por vezes, temos de ir naquelas ondas mais pequenas e pelo qual não estamos à espera. É muito stressante", começou por dizer o top 10 mundial em 2021 na entrevista pós-heat concedida à World Surf League (WSL).
"Desde o ano passado que o Callum tem vindo a estar num bom momento. É um bom surfista e mostra maior maturidade em relação à idade que tem. O Evan já faz este circuito há algum tempo e o Josh é um bom surfista. Sabia que este ia ser um heat bastante desafiante e sem espaço para erros. Joguei o meu jogo e tudo correu bem", concluiu o vencedor do circuito mundial de qualificação da WSL em 2019.
O surfista de 31 anos começa assim a sua participação na Challenger Series de forma totalmente contrastante com o que sucedeu no ano passado.
Aí, ainda na ressaca de dias antes ter saído do CT na sequência do cut, Frederico Morais havia perdido de primeira em Snapper Rocks.
Na ronda 3, Frederico vai agora medir forças com o australiano Jacob Willcox, que o ano passado falhou por pouco a qualificação para o CT, o brasileiro Lucas Silveira e o sul-africano Adin Masencamp, que tem sido um dos surfistas em maior destaque nestas primeiras rondas.
A quarta-feira em Snapper Rocks teve a entrada em cena dos tops seeds e muitos deles, atuais tops mundiais ou que deixaram a elite mundial há pouco, não evitaram a derrota de primeira. Foi o caso de Caio Ibelli, Jake Marshall, Maxime Huscenot, o já mencionado Callum Robson, Ryan Callinan, Carlos Muñoz, Connor O'Leary e Kolohe Andino. O campeão europeu coroado na Caparica, Marco Mignot, também despediu-se da Gold Coast.
Quem escapou a esta razia foi João Chianca, atual líder da ranking mundial, ao estrear-se com uma vitória. O mesmo sucedeu com Rio Waida. O competidor indonésio plasmou nas águas de Snapper Rocks o melhor score combinado de toda a jornada, com 17,47 pts. Pontuação conseguida com duas notas que entraram na casa da excelência (8,87 pts + 8,60 pts). "Não estou aqui para somar pontos. Apenas quero surfar Snapper sem ninguém por perto e apanhar boas ondas. Esta é uma das minhas ondas favoritas, por isso estou muito grato por esta oportunidade", afirmou o primeiro surfista indonésio a qualificar-se para o CT.
Destaque ainda para o positivo regresso à competição de Jadson André, que já não vestia a licra desde o CT em Pipeline, evento em que se lesionou e obrigou a falhar a primeira metade do CT 2023. O experiente surfista brasileiro, que procura retornar à divisão máxima do surf mundial, começou a campanha na Gold Coast com uma vitória.
Já na prova feminina, a Austrália monopolizou os dois heats realizados, com a nova geração a dar cartas. No primeiro confronto, a jovem Nyxie Ryan saiu vencedora derrotando a vigente campeã mundial Stephanie Gilmore, que também segue em prova. "Sempre sonhei em ter um heat com a Steph. Foi muito bom ter finalmente essa bateria e é surreal o facto de ter vencido a mesma", confidenciou Ryan.
Na segunda bateria, a filha do antigo top mundial Josh Kerr, Sierra, alcançou o triunfo. Nikki Van Dijk foi a outra surfista apurada num heat em que Bronte Macaulay, recente terceira classificada no CT de Margaret River, foi eliminada.
O Boost Mobile Gold Coast regressa na noite desta quarta-feira em Portugal continental, numa jornada em que deveremos ter Frederico Morais, Yolanda Hopkins, Carolina Mendes, Francisca Veselko e Teresa Bonvalot em ação.
Resumo dia 2 de prova
WSL
Resultados ronda 2 homens:
HEAT 1: Hiroto Ohhara (JPN) 10.83 DEF. Lucas Silveira (BRA) 9.50, Conner Coffin (USA) 9.33, Caio Ibelli (BRA) 8.63
Resultados ronda 2 mulheres:
HEAT 1: Nyxie Ryan (AUS) 12.84 DEF. Stephanie Gilmore (AUS) 12.63, Pauline Ado (FRA) 9.47, Mia Huppatz (AUS) 8.57Heats que restam ronda 2 mulheres:
HEAT 3: Sophie McCulloch (AUS) vs. India Robinson (AUS) vs. Silvana Lima (BRA) vs. Nanaho Tsuzuki (JPN)Heats ronda 3 homens:
HEAT 1: Hiroto Ohhara (JPN) vs. Jarvis Earle (AUS) vs. Imaikalani deVault (HAW) vs. Evan Geiselman (USA)
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