Homepage

  • Francisco Rodrigues sobre a abertura da Liga MEO Surf a surfistas não comunitários: 'É uma visão madura e moderna' (Entrevista)
    14 fevereiro 2023
    arrow
    arrow
  • Fotografia
    Jorge Matreno/ANSurfistas
  • Fonte
    Alexandre Melo
powered by
  • Meo
  • Mercedes
  • Buondi
Segue-nos nas redes
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • O presidente da ANS aborda as novidades à volta da Liga MEO Surf para a nova campanha, mas também outras temáticas.
  • Foi na passada sexta-feira que ficámos a conhecer o calendário da 13ª edição da Liga MEO Surf, a competição que define os títulos máximos do surf nacional. Em 2023, o roteiro a percorrer pelos melhores surfistas nacionais é exatamente igual ao que foi verificado na anterior campanha.

    Contudo, enganam-se aqueles que pensam que não existem novidades na competição organizada, mais uma vez, pela Associação Nacional de Surfistas (ANS). A criação de uma prova de qualificação, a realizar na Caparica já em março, bem como a abertura de portas da Liga a surfistas não comunitários são importantes mudanças implementadas para este ano de 2023.

    Em entrevista ao Beachcam, o presidente da ANS, Francisco Rodrigues, aborda estes temas, mas também o Júnior Tour, que voltará a estar na água, assim como a calendário anunciado, entre outras temáticas relacionadas com a Liga MEO Surf, que o ano passado figurava no top cinco de eventos desportivos com melhor reputação em Portugal

    Beachcam (BC) - Apresentada a nova edição da Liga MEO Surf, o que podemos esperar desta temporada de 2023?

    Francisco Rodrigues (FR) - Uma coisa que nós devemos esperar de ano para ano é que os surfistas portugueses evoluam não só em qualidade, mas também em quantidade. Isto porque os favoritos vão naturalmente tornando-se mais fortes mas, por outro lado, as gerações mais novas vão querer intrometer-se no meio dos teoricamente mais experientes. Gosto sempre de pensar na possibilidade dos mais novos vencerem uma etapa. É algo que é de salutar e todos gostam de ver. Temos também a presença de Frederico Morais que será sempre um fator importante de interesse. Acresce também Francisca Veselko com o cunho de campeã mundial Júnior. Não sabemos como vai ser a agenda da Teresa Bonvalot face ao lugar intermitente na elite do surf mundial. E ainda a força anímica de Guilherme Ribeiro depois do título alcançado em 2022. Uma coisa é certa: os melhores surfistas nacionais vão proporcionar muitos e bons momentos de surf de alto nível!

    BC - Em 2023, os pontos de passagem da Liga MEO vão ser exatamente iguais aos do último ano. É a aposta na fórmula "em equipa que ganha, não se mexe?

    FR - Penso não haver grandes dúvidas que temos uma Liga MEO bem distribuída pelo território português. Claro que há outras regiões onde já estivemos no passado e outras que ambicionamos ir, mas por agora acredito que a estrutura de provas é boa e, acima de tudo, proporcionamos bons palcos de competições a todos. Muito obrigado aos municípios da Figueira da Foz, Porto e Matosinhos, Mafra, Ribeira Grande e Peniche por continuarem ao lado dos surfistas portugueses e por darem um importante contributo para os ajudar a crescer.

    BC - Pela terceira temporada consecutiva, a zona de Cascais está fora do calendário. A que se deve a ausência do concelho berço do surf nacional?

    FR - Fizemos 10 anos seguidos com Cascais como parte integrante da principal competição do surf nacional. Correram sempre muito bem e foram realmente importantes. Em 2021, acabamos por seguir para outras localizações e assim ajudar a diversificar um pouco mais, além de descentralizar da Lisboa o cômputo geral das etapas. Estamos realmente muito contentes com as provas atuais.

    BC - Como analisa a introdução de uma prova de qualificação para a Liga MEO? É a oportunidade de surfistas nacionais menos cotados acederem ao circuito e evoluírem em competição com os melhores surfistas nacionais?

    FR - Era um desejo nosso há algum tempo. A Liga MEO Surf é a primeira divisão do surf português com critérios de acesso com base em mérito desportivo pelos resultados do ano anterior. No entanto, para a faixa de idades acima dos escalões júnior, a forma de acesso era muito limitada pelo que, face à adesão que se tem verificado, era preciso reforçar a universalidade do surf de competição em Portugal. Agradeço naturalmente à Federação Portuguesa de Surf e estamos conjuntamente a trabalhar para que o modelo possa ainda continuar a evoluir. O facto de ser mais uma prova no calendário competitivo nacional é também positivo. Boa sorte a todos que irão lutar pelas vagas na Liga MEO Surf 2023.

    BC - Qual é o objetivo da abertura da Liga MEO Surf aos surfistas não-comunitários? É possibilitar já dentro de portas aos surfistas nacionais começarem a enfrentar uma realidade competitiva que vão encontrar além-fronteiras nos diferentes circuitos da World Surf League?

    FR - Não tem nada a ver com isso. Já pude constatar que algumas pessoas tornaram-se críticas com este assunto, mas é preciso perceber-se o que foi feito antes e do que realmente se trata. Antes de mais, visa apenas surfistas não-comunitários com residência em Portugal. Em termos práticos, não é para visitantes pontuais. É para quem cá vive e está formalmente habilitado pelo Estado português enquanto tal. Adicionalmente, estamos a seguir as boas práticas dos desportos individuais de dar acesso a todos os agentes desportivos no seu território de residência. Por seu turno, foi introduzida uma quota máxima de surfistas sem cidadania portuguesa com acesso à participação na Liga MEO Surf 2023, ajudando a proteger a disputa dos títulos de campeão nacional. Importante ainda fazer saber que em 2022 consultamos os 100 melhores rankeados da Liga (entre masculino e feminino), um a um, e que expressaram a sua opinião com sentido favorável de forma esmagadora (cerca de 90%). Em suma, é uma visão madura e moderna, que permite também um reforço da competitividade do principal escalão do surf português.

    BC - O ano passado tivemos o regresso do Júnior Tour, depois de muitos anos de interregno. Que balanço faz do regresso deste circuito?

    FR - Acho que foi muito positivo. É trazer um pouco da competitividade da Liga MEO Surf para um palco competitivo reservado aos surfistas de até 20 anos, dando-lhes uma plataforma dedicada e assim proporcionar mais rodagem competitiva. Já afirmamos várias vezes que estamos apenas a seguir os padrões da World Surf League em coordenação com a Federação Portuguesa de Surf.

    BC - Em 2022, o Junior Tour passou por Aveiro. Este ano, Viana do Castelo e Santa Cruz fazem parte do calendário. Em termos de locais, este circuito está a ser aproveitado para levar o surf de competição a zonas com bastante tradição da modalidade, mas que já há algum tempo andam arredadas da Liga MEO?

    FR - É exatamente essa a estratégia. Passar por zonas diferentes da Liga. Estamos muito agradecidos ao apoio da Câmara Municipal de Aveiro no ano passado. A etapa de São Jacinto correu muito bem e tivemos excelentes condições para coroar Martim Nunes e Erica Máximo como campeões nacionais Pro Júnior. Este ano, voltámos a fazer uma série de contactos em várias regiões de Portugal e é com muito agrado que temos Santa Cruz (Torres Vedras) e Viana de Castelo a virem para a linha da frente do calendário competitivo nacional. A estrutura de três etapas do Júnior Tour é o formato pretendido e vai ser um ano cheio de ação, neste que é o último escalão antes da carreira sénior.

    BC - Já há muito que é presidente da ANS. Sente que ainda tem muito para dar à instituição e ainda se vê com força para mais mandatos?

    FR - As pessoas que seguem-me de perto sabem que tenho uma vida profissionalmente bastante preenchida e que vai muito além desta função na Associação Nacional de Surfistas. Estamos agora a atravessar o meio do mandato e normalmente só faço essa avaliação no seu último ano, neste caso, em 2024. No entanto, quem manda são os surfistas e são eles que devem responder a esta pergunta em primeiro lugar.

     

     

     

     

    Para acompanhar e confirmar live, os dados sobre o estado do mar, podes usufruir da nossa rede de livecams e reports preparada para essa finalidade.

    Segue o Beachcam.pt no Instagram

Tags
  • praia
  • mar
  • Surf
  • ANS
  • Associação Nacional de Surfistas
  • Francisco Rodrigues
  • Entrevista
  • Competição
  • meo
  • liga meo surf
  • Fotografia
    Jorge Matreno/ANSurfistas
  • Fonte
    Alexandre Melo
similar News
similar
novembro 27
Governo aprova criação da primeira área marinha protegida em Portugal continental no século XXI
novembro 27
Já há nova data para finalíssima do Nacional de Surf Esperanças Sub-14
novembro 27
Boas ondas no campeonato intersócios do Surfing Clube de Portugal
novembro 27
Joel Rodrigues e Teresa Padrela campeões nacionais de bodyboard
novembro 24
Dominica vai criar primeira área marinha protegida do mundo para cachalotes
novembro 27
Portugal com jornada quase imaculada no Rio de Janeiro
novembro 24
Mundial ISA Júnior do Brasil arranca com recorde de equipas participantes