É já este sábado que a Praia Nova, na Costa de Caparica, recebe a 11.ª edição do Nova Surf Festival.
Com organização novamente a cargo do Nova Surf Club, esta apresenta-se como a maior edição de sempre. São esperados entre 100 e 140 atletas e um público superior a 1000 pessoas para um dia em que vai reinar a inclusão, o espírito de surf e a boa disposição.
Em plena contagem decrescente para o encontro, o MEO Beachcam falou com Dinis Gomes, Head of Sponsoring & Partnerships do Nova Surf Club. Uma conversa que incide sobre diferentes temas relacionados com o Nova Surf Festival.
Como surgiu em 2017 a ideia de criar esta iniciativa?
O Nova Surf Festival, inicialmente como Nova Surf Contest, começou como uma iniciativa para conectar a comunidade surfista da Nova SBE, dinamizada pelo Nova Surf Club. Nas suas primeiras edições, o evento decorreu apenas como uma competição de surf entre alunos e tinha como objetivo o convívio e partilha entre a comunidade.
O Nova Surf Festival celebra este ano a sua 11.ª edição. Quais foram os principais marcos e aprendizagens ao longo deste percurso?
A primeira edição do Nova Surf Contest marca um dos momentos mais importantes na história do Nova Surf Club. Após o primeiro campeonato organizado pelo clube, o mesmo rapidamente tornou-se no seu evento mais concorrido todos os anos, crescendo a cada edição.
A 5.ª edição do Nova Surf Contest, em maio de 2022, marca um momento importante na história do evento. Foi nesta edição que a participação nas competições foi aberta aos alunos, alumni e staff de todas as universidades de Lisboa. Para além disso, foi também em outubro de 2022 que o evento ganhou o nome Nova Surf Festival, passando a ser um evento semestral.
Apesar dos diferentes desafios que todas as edições nos trazem, tanto durante a organização como durante o próprio evento, continuamos a receber todos semestres feedback positivo. É este que nos motiva a continuar a organizar o evento semestre após semestre e a tentar fazer sempre um trabalho melhor.
Que novidades apresenta a edição deste ano do Nova Surf Festival?
Todas as edições tentamos trazer algo novo ao festival. Deste modo, pretendemos não só proporcionar uma melhor experiência aos nossos espectadores como atrair novos públicos. Há cerca de um ano, na 9.ª edição, introduzimos pela primeira vez música ao vivo, que desta então tornou-se um dos pontos altos do festival.
Nesta 11.ª edição vamos contar pela primeira vez com aulas de ginástica natural, com a inclusão de um insuflável e com a presença dos nossos novos parceiros, a SurfRec, que estará presente com a sua tecnologia de gravação autónoma a registar todos os heats das competições.
Ao mesmo tempo, organizamos o nosso maior mercado de praia até à data, contando com a presença de 25 novas marcas. Para além disso, para terminar o dia, organizamos a nossa maior e mais ambiciosa 'after-party' de sempre, a festa 'afterburn', que decorrerá na discoteca Waikiki das 22h00 às 06h00.
Qual a razão por detrás da escolha da Caparica como local do evento?
Apesar do Nova Surf Club operar a partir da Nova SBE na Praia de Carcavelos, temos como objetivo unir toda a comunidade universitária da zona de Lisboa e arredores, com ênfase especial na comunidade surfista.
O Nova Surf Festival já decorreu em outras praias da zona de Lisboa. As últimas edições, no entanto, têm decorrido na Costa de Caparica, pois para além de apresentar uma maior consistência em termos de condições para o surf, dispõe de mais espaço para a realização do evento.
Para além disso, é importante frisar a ajuda que a Câmara Municipal de Almada nos tem oferecido para tornar este evento possível.
DR
Com a previsão de acolher entre 100 a 140 atletas e mais de mil espectadores, de que forma estão preparados para responder a esta dimensão crescente e assegurar uma experiência segura e memorável para todos?
De modo a assegurar a segurança de todos os atletas dentro de água teremos presentes ao longo de todo o dia nadadores-salvadores, preparados para intervir caso seja necessário.
Fora de água, teremos zonas designadas para as diferentes atividades e espectadores, delimitando com baias as zonas interditas para segurança dos mesmos. Naturalmente estão também notificadas as autoridades de segurança competentes de maneira a assegurar uma experiência segura para todos.
A sustentabilidade tem ganho cada vez mais relevância na organização de eventos. Que medidas concretas foram implementadas nesta edição para reduzir o impacto ambiental do festival?
Sendo um clube ligado ao mar, temos sempre a sustentabilidade em conta nos nossos eventos. Como já foi nosso compromisso em edições passadas, também nesta edição teremos uma limpeza de praia das 12h30 às 13h30 com o apoio da Billabong e da start-up Ohana Surfboards.
Com esta iniciativa pretendemos não só ajudar na conservação da Praia Nova, mas também promover a mudança através da ação. Para além da limpeza de praia, apelamos ao deslocamento até ao festival através de um grupo de 'Carpooling', no qual os expectadores podem partilhar as viagens de forma a reduzir as emissões de CO2.
Ao mesmo tempo, no mercado de praia só estarão presentes marcas locais e sustentáveis de modo a promover o consumo consciente, reduzindo a pegada ecológica.
Por último, teremos na praia opções de alimentação vegetarianas e vegan como a start-up SUGO ou a Root Bite, estas opções contribuem para a redução emissões de gases estufa, para além de serem empacotadas em materiais reutilizáveis.
Que papel tem desempenhado o Nova Surf Festival no crescimento do surf universitário em Portugal e na revelação de novos talentos a nível nacional?
Apesar da sua vertente recreativa enquanto festival, o Nova Surf Festival mantém um grande foco nas competições de surf. Ao longo dos últimos anos temos observado um aumento significativo no nível de surf em ambas as competições feminina e masculina, contando com a presença assídua de vários surfistas do circuito nacional.
Acreditamos que o nível de surf que tem sido apresentado durante o festival e a adesão por parte de surfistas universitários demonstra cada vez mais a conciliação entre os estudos e o bom rendimento desportivo.
Para além disso, o Nova Surf Festival tem fomentado a conexão entre competidores de diferentes universidades, contribuindo para os seus percursos no surf.
DR
No futuro, o conceito do evento passará sempre pelo seu caráter universitário ou há a ideia de alargar e englobar uma competição profissional de surf?
Enquanto clube universitário queremos manter-nos fiéis ao nosso propósito, adicionar valor à comunidade estudante e dinamizar eventos que interessem a esta comunidade. Apesar de reconhecermos que seria interessante tornar o evento numa competição profissional de surf e que a mesma acrescentaria outro tipo de valor ao festival, achamos que isto retiraria a muitos estudantes a oportunidade de participar na mesma e tornaria o evento mais impessoal. No entanto, não descartamos por completo esta opção.
Tendo em conta o sucesso das edições anteriores, existe a intenção de expandir o evento para outras zonas do país ou de integrar novas modalidades desportivas?
A expansão do evento é algo que consideramos há algum tempo. Em outubro de 2023, testamos pela primeira vez passar para um evento de dois dias, expandindo o número de atletas nas competições de surf e os eventos ao longo do dia.
Esta poderá voltar a ser uma possibilidade para o futuro, onde poderiam ser também incluídas outras modalidades como longboard ou mesmo bodyboard e eventualmente outros torneios fora de água.
A realização do evento em outras zonas do país também não está descartada. Achamos que poderia ser bastante interessante realizar edições por exemplo na Ericeira ou em Peniche, abrindo assim a competição a todos os estudantes universitários em Portugal, apesar de adicionar bastantes desafios na sua organização.
Através da rede de livecams , podes visua lizar em direto e em tempo real toda a evolução do estado do mar e da praia.
Podes também confirmar as previsões relativas a todas as praias através da nossa página Praias Beachcam .
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