Dentro e fora de água, Martim Monteiro é multifacetado. Em terra é ator e modelo, enquanto no oceano pratica várias modalidades, constituindo-se como um verdadeiro waterman.
Do wingfoil ao SUP, passando pelo surf e bodyboard, mas é no windsurf que tem alcançado maior sucesso, especializando-se na variante de slalom e possuindo diversos títulos nacionais.
Iniciou-se no modalidade por influência do "pai Zé", que foi atleta nos Jogos Olímpicos de Los Angeles em 1984.
Mais de quatro décadas depois desse feito, Martim quer seguir as pisadas do seu progenitor e ser também atleta olímpico em.... Los Angeles e "quiçá trazer uma medalhinha para Portugal" nas Olimpíadas a realizar dentro de três anos.
O bichinho dos Jogos começou a "crescer internamente de uma forma bestial" e Martim Monteiro concebeu o 'Projeto POR13 2025 - 2028'.
O objetivo é cumprir um dos seus dois grandes sonhos quando começou a fazer windsurf em "pequenino". O outro já foi cumprido há quase um ano.
Beachcam (BC) - Como é que o windsurf apareceu na sua vida?
Martim Monteiro (MM) - É uma coisa de família. O meu pai começou a fazer windsurf nos primórdios do windsurf em Portugal. Foi atleta olímpico nos Jogos de Los Angeles'84. Fez vários resultados internacionais incríveis, trabalhou e representou varias marcas em Portugal, tais como a Mistral e a Naish. No início dos anos 2000, criou o Parque Super Wind em Oeiras, que foi a única escola de windsurf do mundo criada de raiz com um lago artificial biológico. E foi ai que tudo começou.
A minha primeira experiência com windsurf foi em 1999 na barragem de Morgavel com o pai Zé e a mana Marta, mas fui bastante tosco nessa tentativa. A Marta por outro lado foi excepcional. Contundo, no ano seguinte, assim que o lago do projeto em Oeiras começou a ter os primeiros centímetros de água comecei a fazer com mais regularidade e foi sempre a melhorar até agora.
BC - O que levou a especializar na variante de windsurf slalom?
MM - Começou por ser inspirado pelo pai Zé também. Sempre foi mais das regatas do que wave rider e das manobras. Certa altura quando atingi um certo nível, começamos a ir juntos para as provas.
Hoje em dia para além do slalom, também adoro a modalidade de speed e ainda a nova classe olímpica iQ Foil, que é windsurf com hydrofoil em vez do clássico fin.
Salvador Mora
BC - Para além de windsurfer, também é ator e modelo. Qual é a sua grande paixão?
MM - Windsurf sem dúvida a maior, mas também adoro modeling e em paralelo com estas duas ainda tenho umas paixões por desenvolvimento humano, conscious living e story telling.
BC - No que consiste o 'Projeto POR13 2025 - 2028'?
MM - A grande diferença comparando com os projetos dos últimos anos é da entrada da classe olímpica na equação. A base dos nossos projetos são sempre de desfrutar do processo e continuar a evoluir como atleta e humano, dado sempre o melhor.
Neste caso como a classe olímpica é uma prancha bastante diferente de velejar comparando com slalom e speed, sendo completamente nova para mim, o objetivo é aumentar o nível competitivo ao máximo. Isto para estar pronto para os europeus e mundiais de iQFoil dos próximos anos e quiçá ir buscar uma medalhinha para Portugal nos Jogos Olímpicos de Los Angeles.
BC - Como surgiu a ideia de participar nos Jogos Olímpicos de Los Angeles'2028?
MM - Uuiii! É uma ideia que já está aqui dentro há muito tempo. Certamente também inspirado pelo pai Zé ter sido olímpico e por outro lado por amar continuar a aprender, a desfiar-me e a melhorar.
Desde pequenino quando comecei a windsurfar que tenho dois sonhos: bater recordes de velocidade e ser atleta olímpico.
Nestes últimos meses, o 'bichinho de ser atleta olímpico' começou a crescer internamente de uma forma bestial. Houve um dia que olhei para a situação e disse para mim mesmo: se é para fazer que seja agora! Então, comecei a aventura ao encomendar o conjunto prancha vela mastro e foil de iQ Foil.
BC - No ano passado, o que significou bater o recorde nacional de velocidade em windsurf ?
MM - Foi simplesmente incrível! Nunca tinha competido em speed e cheguei ao Mundial sem nunca ter experimentado uma prancha de speed na vida. É inexplicável a sensação de regressar com o recorde nacional e fazer registos muito próximos dos melhores do mundo. Acrescentando a isto, estar a realizar um sonho de criança é simplesmente magico.
DR
BC - Como avalia o atual estado do windsurf em Portugal?
MM - Bela pergunta. É claramente um desporto de nicho, que hoje em dia está bastante consolidado e talvez até a crescer de forma muito tranquila. Acima de tudo, vejo que é um desporto cheio de potencial no nosso país, considerando as condições climatéricas favoráveis e os excelentes spots que temos de norte a sul, nos lagos interiores e na ilhas.
BC - Em termos nacionais e internacionais, quais são os seus locais de eleição para fazer windsurf?
MM - A nível nacional são: Baía de Cascais, Sagres (Praia do Martinhal), Lagos (Meia Praia), Viana do Castelo (Feel Viana Sports Center) e Madeira (CTM). Internacional: Tarifa (Espanha), Fuerteventura (Canárias), Sal (Cabo Verde), Maurícias e Cidade do Cabo (África do Sul).
BC - Além do windsurf, também pratica mais modalidades aquáticas? MM - Sim. Wingfoil, SUP (principalmente Wave), surf, bodyboard, wakeboard e ski aquático.
DR
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