Esta sexta-feira, Teresa Bonvalot e Yolanda Hopkins, na companhia do selecionador nacional David Raimundo, foram as primeiras atletas da delegação portuguesa, composta por 73 atletas, a partir para os Jogos Olímpicos de Paris'2024.
Porém, as duas surfistas portuguesas não rumaram a França, mas sim ao distante Taiti, em pleno Oceano Pacífico.
É aí que está situada a onda de Teahupoo, que recebe a segunda prova olímpica da história.
Yo e Teresa repetem a presença registada em Tóquio'2020, evento em que alcançaram a quinta e nona posições, respetivamente.
"Estou muito ansiosa e só quero chegar lá. Estive lá há pouco tempo, a onda é incrível, cabe mesmo no meu tipo de surf e vou com as expectativas ao mais alto nível. Espero poder demonstrar a minha qualidade. Acredito nas minhas capacidades e acho que a medalha não está fora da minha visão”, confidenciou Yolanda Hopkins antes de deixar o Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.
“A onda coloca toda a gente fora da zona de conforto, mas eu reajo melhor assim. Vou lá a 100% e a parte mais difícil daquela onda é quando se está a remar para a onda e se olha para baixo, tendo aquela coisa na barriga. É a mesma coisa que saltar de um avião. É uma sensação incrível, uma das melhores do mundo. Ponho-me confortável fora da minha zona de conforto”, afirmou a atual bicampeã europeia da World Surf League (WSL).
As provas de surf vão disputar-se a mais de 15 mil quilómetros da cidade-sede (Paris), o que afasta os surfistas da experiência olímpica.
“Como é óbvio, gostava de estar em Paris. Posso dizer que disputei os Jogos Olímpicos de Paris, sem nunca ter ido a Paris. Esta foi a decisão e acredito que foi boa. Tentaram olhar para a parte do espetáculo e acho que a Polinésia Francesa vai proporcionar isso. Estando longe, estaremos sempre a acompanhar a restante equipa de Portugal”, assegura Teresa Bonvalot.
“Ninguém vai para qualquer campeonato a querer perder. Quer sempre ganhar e levar a vitória. Uma medalha seria o maior sonho, mas quero ir passo a passo, efetuar o meu trabalho e desfrutar realmente do sítio em que estamos. Tenho a certeza de que vou para dentro de água dar o meu melhor e demonstrar o que é ser português”, garantiu a nova campeã nacional de surf.
Durante a competição, Bonvalot entende que a atitude “vai prevalecer em todos os momentos”, salientando que a experiência acumulada por outras surfistas em Teahupoo não será vantajosa.
“Certos atletas têm mais experiência, porque já competiram lá e outros, não, mas não acho que isso seja vantajoso. Até acontece muitas vezes o oposto. Quem tem menos conhecimento, está mais alerta nos momentos-chave. Isso vai ser a poção mágica. Nós vamos ter ainda alguns dias de treino só para nós e isso vai ser enriquecedor”, considera.
Pela frente, a equipa nacional tem uma longa viagem até assentar arraiais no Taiti. Depois da partida de Lisboa, a comitiva fará duas escalas até chegar ao destino final.
Primeiro, num primeiro voo de três horas até Londres, de onde seguem por 11 horas até Los Angeles, concluindo os voos rumo à Polinésia Francesa por volta das 05h00 locais (16h00 de sábado em Lisboa).
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