Devido à instabilidade das falésias, a Câmara Municipal de Peniche estima investir seis milhões de euros na relocalização da Avenida Marginal Norte, transformando a atual num circuito pedonal e ciclovia.
Na passada sexta-feira, em reunião à porta fechada, o executivo municipal aprovou por unanimidade o estudo prévio do projeto condicionado à realização de Avaliação de Impacto Ambiental e a discussão pública, cujo período deverá ser aberto dentro de dias.
Os procedimentos vão decorrer em paralelo com a elaboração do projeto de execução definitivo e são exigidos pelo facto da zona estar incluída no plano de ordenamento do litoral e ser considerada sensível em termos ambientais.
Henrique Bertino, autarca local, espera até ao final deste ano lançar concurso público para a empreitada, para ser executada nos dois próximos anos.
A execução da nova via, deslocalizada mais para leste e mais afastada das arribas do litoral oeste, vai ser dividida em duas fases.
Na primeira fase, é um "traçado que prevê iluminação de toda a via desde a Rua 1º de Maio, ou seja, desde o reservatório de água da Papôa, até ao Largo dos Remédios, com duas faixas, passeios, infraestruturas de água e saneamento e prevê o reaproveitamento da atual estrada para se fazer um grande calçadão à beira-mar para andar a pé ou de bicicleta e se continuar a tirar partido da paisagem”, explicou o autarca à agência noticiosa Lusa.
A proposta de traçado alternativo para a segunda fase da obra, entre a Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar de Peniche e o Cabo Carvoeiro, tem merecido pareceres negativos de algumas entidades por abranger Reserva Ecológica Nacional, motivo pelo qual o município de Peniche decidiu dividir a empreitada em duas fases e avançar com a primeira.
Para avançar com a execução da nova via, a autarquia terá de fazer expropriações de terrenos, tendo já feito o seu levantamento, sem contudo avançar com a estimativa de custos ou estabelecido acordos com os proprietários.
“São cerca de meia dúzia. Ou chegamos a acordo ou expropriamos, porque é um projeto de interesse público”, esclareceu.
“Em 2015, a APA e outras entidades fizeram uma avaliação às arribas e concluíram que existem zonas com grande instabilidade que sinalizaram, recomendando a relocalização da marginal para não continuar com a pressão rodoviária nas falésias”, justificou.
O autarca colocou o projeto entre as suas prioridades quando chegou à câmara municipal em 2017 por “razões de segurança”.
O município do distrito de Leiria tem reforçado as proteções laterais em metal e madeira para garantir a segurança dos automobilistas e impedir o estacionamento de viaturas sobre as arribas, minimizando acidentes com eventuais derrocadas.
Através da rede de livecams, podes visualizar em direto e em tempo real toda a evolução do estado do mar e da praia.
Podes também confirmar as previsões relativas a todas as praias através da nossa página Praias Beachcam.
Segue o Beachcam.pt no Instagram