No passado fim de semana, realizou-se a segunda etapa da temporada de 2023 do Circuito Nacional de Bodyboard Crédito Agrícola. Este foi um evento de regressos.
Desde logo pelo regresso de Santa Cruz ao calendário, o que já não sucedia desde a campanha de 2020.
A prova realizada nas ondas da Praia do Navio assinalou igualmente o regresso às vitórias de Miguel Ferreira e Teresa Padrela
No caso de Teresa, campeã nacional em 2021, este foi um triunfo especialmente saboroso após não ter conseguido chegar à final na etapa inaugural, disputada na Figueira da Foz.
Para Miguel Ferreira, vice-campeão nacional em 2021, a vitória alcançada foi ainda mais significativa após um 2022 de resultados discretos em que teve de assistir de fora à luta pelo título nacional.
Miguel saiu vencedor de uma final emocionante, com desfecho incerto do início ao fim, superando a forte oposição de Ricardo Rosmaninho, Joel Rodrigues e de Pedro Correia, após 30 minutos de bodyboard do mais alto nível e em condições de mar longe das ideais, com muita corrente e vento forte do quadrante Norte, que perturbou muito a formação das ondas e dificultou a performance dos atletas.
Miguel Ferreira e Ricardo Rosmaninho travaram o duelo mais aceso com o carcavelense a sair por cima graças a uma espetacular manobra (ARS) que lhe valeu um 8,75 pts a que juntou uma onda de 6,00 pts, batendo o 7,75 e 6,20 do rival da Póvoa de Varzim.
“O resultado é um combinado de bastante trabalho. A última vez que fiz um resultado significativo foi o ano passado, na Figueira, em que fui segundo, e depois não fiz mais nada o ano todo. Mas não houve qualquer bloqueio, tinha confiança em mim e no meu trabalho e acho que neste campeonato isso surtiu efeito. Tive muitos heats difíceis, a meia-final também foi tremida, mas quando cheguei à final sabia que estas só servem para ganhar e deixei tudo lá dentro", disse Miguel Ferreira.
Joel Rodrigues, campeão nacional em título, teve dificuldade em encontrar o seu melhor nível, depois de um percurso impecável no campeonato, ficando-se por um 6,05 pts e 4,40 pts. Por sua vez, o açoriano Pedro Correia foi penalizado por uma interferência sobre Rosmaninho e só somou uma onda de 4,75 pts.
Na final feminina, após a surpreendente eliminação de Joana Schenker nas meias-finais (a sete vezes campeã nacional nunca se encontrou com as condições na Praia do Navio), assistiu-se a mais uma presença da consagrada Rita Pires numa bateria decisiva do Nacional após o seu histórico triunfo na Figueira da Foz.
Desta vez, todavia, a magia da 11 vezes campeã nacional a não foi suficiente frente à nova geração de bodyboarders, tendo acabado em quarto lugar. Houve, entretanto, drama e emoção com Teresa Padrela e a campeã nacional Filipa Broeiro a disputarem a vitória na etapa até ao último segundo. Filipa e a sua comitiva de apoio chegaram a fazer a festa na areia logo após o toque da buzina, mas a revelação da derradeira nota de Teresa Padrela transferiu as celebrações para os de Carcavelos.
“Estava a precisar deste 'boost' de confiança. É o resultado do trabalho que tenho feito no Nacional e no Mundial. Mais do que isso, esta vitória reforça a minha candidatura ao Nacional e faz com que reformule as minhas prioridades para o calendário deste ano", afirmou Teresa.
Questionada acerca da rivalidade desportiva com Filipa Broeiro, com que disputou o título nacional dois anos consecutivos, com a vitória a sorrir-lhe em 2021 e a Broeiro em 2022, Teresa disse:
“A rivalidade não é só com a Filipa, mas com todas. Temos a Rita Pires, com quem tive a honra de disputar uma final pela primeira vez, até à Mariana Silva, a mais novinha, que se estreou hoje em finais e passa por todas as outras que fazem deste Nacional o espetáculo que é.”
O terceiro lugar coube precisamente à jovem Mariana Silva, que aos 19 anos assinalou em Santa Cruz a primeira final da sua carreira no Nacional.
Com estes resultados, a classificação nacional do Open masculino apresenta Joel Rodrigues em primeiro, Ricardo Rosmaninho em segundo e Miguel Ferreira em terceiro. O três vezes campeão nacional Daniel Fonseca, que em Santa Cruz ficou nas meias-finais, é o quarto classificado do ranking.
No setor feminino, Rita Pires lidera, com as rivais Teresa Padrela e Filipa Broeiro a ocuparem a segunda e terceira posições, respetivamente, enquanto Joana Schenker é a quarta classificada.
O Circuito Nacional de Bodyboard versão 2023 enfrenta agora uma pausa de quarto meses. Regressa no fim de semana de 2 e 3 de setembro para a etapa a realizar em Sintra.
Através da rede de livecams, podes visualizar em direto e em tempo real toda a evolução do estado do mar e da praia.
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