Já dizia o ditado que não há duas sem três. E Nic von Rupp confirmou, esta terça-feira, a sabedoria popular, após conquistar pela terceira vez na carreira o triunfo no Capítulo Perfeito.
Depois de ter vencido a segunda e terceira edição deste evento especial de tubos, Nicolau voltou a disparar certeiro nos tubos de Carcavelos, brilhando do início ao fim de um evento que decorreu praticamente de sol a sol.
Com uma nota 10 a abrilhantar o caminho até à final, Nic desempatou as contas que tinha para acertar com Aritz Araburu e ainda levou um prémio extra por isso. Se dúvidas existissem quanto ao facto de o surfista da Praia Grande ser um dos melhores tube riders internacionais, essas ficarem hoje dissipadas, depois de se ter tornado no primeiro português a sair vencedor do Capítulo desde que este adicionou surfistas estrangeiros à lista de convidados.
Após o sol nascer e a organização deixar para trás o habitual morning sickness, a ação arrancou bem cedo em Carcavelos, com os 16 participantes dispostos a darem tubo para encontrar os tubos que dão nome ao evento. Com Clay Marzo a ser o primeiro vencedor do dia e com Nic von Rupp e Bruno Santos a darem, depois, os primeiros sinais do que estava para vir, o principal momento da ronda inaugural acabou por ser a grande batalha no heat 3, que culminou com o triunfo de Aritz Araburu.
O basco e campeão em título encontrou a primeira nota excelente do evento, fazendo uma razia à perfeição. Com 9,50 pontos à mistura, o basco somou 14,25 pontos, superando os 13,25 do brasileiro Pedro Calado, que também chegou a uma nota excelente. Apesar das boas performances, o havaiano Torrey Meister (11,15) e o local João Moreira (8,40) foram atirados para a repescagem. A ronda fechou com o triunfo de Adriano de Souza, o grande nome da prova, ou não tivesse no currículo o título mundial de 2015, além do triunfo na edição mais memorável do CT em Supertubos, em 2011.
A ação avançou rapidamente para a ronda de repescagem, onde se registaram as primeiras eliminações. Entre os desafortunados estava Miguel Blanco, a quem se previa um desempenho acima do protagonizado. O ex-bicampeão nacional não se encontrou com o mar e acabou por sair mais cedo de prova, sendo acompanhado pelos compatriotas João Moreira e Salvador Vala e ainda pelo sul-africano e ex-top mundial Mikey February.
A partir daqui a prova avançou para a fase de todas as decisões, mas nem todos conseguiram encontrar a saída ou a melhor forma de encaixar nos tubos proporcionados pelo beachbreak apelidado de berço do surf nacional. Nic von Rupp, Aritz Aranburu e Bruno Santos, todos eles antigos vencedores do Capítulo, foram os principais destaques da ronda 3, onde o local Pedro Boonman também começou a fazer contas com o passado.
A prova acabou por ter uma pequena paragem a meio da tarde, antes das meias-finais, de forma a dar tempo ao mar de se alinhar. E antes do recomeço foi a vez de os groms darem o exemplo, com Matias Canhoto a dar show e a mostrar que merecia um lugar na competição principal. O jovem surfista de Peniche deu um recital de tubos e roçou a perfeição, com uma nota de 9,90 pontos. Com um score de 18,40, Matias deixou toda a concorrência em combinação, com Tiago Faria na segunda posição, Martim Fortes no 3.º posto, Salvador Vala no 4.º e Francisco Mittermayer em 5.º.
Com os miúdos a darem o mote para os graúdos, as ondas voltaram a não colaborar na perfeição nas meias-finais, mas os principais artistas do dia conseguiram sempre encontrar a luz ao fundo do túnel rumo à final. Nic von Rupp venceu a primeira meia-final e viu William Aliotti também garantir uma vaga no heat decisivo. Na segunda meia-final foi a vez de Aritz vencer e elevar ainda mais a rivalidade contabilística entre ambos, com Pedro Boonman a também se conseguir apurar para a final, onde era o único representante local e ainda o único presente que nunca tinha vencido a prova.
Foi já com o sol posto que a final da nona edição foi para a água, com muita emoção à mistura, assente sobretudo no desempate entre Nicolau e Aritz Aranburu. O português soube gerir o heat com mestria, enquanto o basco acabou por nunca se encontrar. E acabou por ser Pedro Boonman o joker da final, estando na dianteira durante grande parte da bateria. Só que a experiência e excelência de Nic vieram ao de cima e com uma nota de 5,50 pontos conseguiu os 8 pontos necessários para fazer o tri no Capítulo Perfeito, sendo o bi em Carcavelos. Mais um momento para a história da enorme carreira de Nic von Rupp.
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