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- João Chianca e Tyler Wright deixam a Austrália no topo dos rankings mundiais.
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A madrugada desta sexta-feira em Portugal continental marcou o fim do Margaret River Pro, a quinta etapa do circuito mundial de surf de 2023.
Este foi um evento que arrancou com quatro dias de ação consecutivos, seguindo-se outros tantos de lay day por causa do forte vento onshore.
Nas últimas horas, o onshore acalmou e as condições alinharam-se no Main Break para um dia das finais que já nada decidiu quanto aos surfistas que ficaram acima ou abaixo do cut. Porém, havia que determinar os campeões da etapa que encerrou a perna 'aussie' e a primeira metade da presente temporada.
Neste sprint final lá no Oeste australiano, foram colocados na água uma dezena de heats, que tiveram como desfecho os triunfos dos campeões mundiais em 2021: Gabriel Medina e Carissa Moore.
Para Gabes, este foi o regresso às vitórias depois de um longo período sem vencer no circuito mundial de surf, depois de em 2022 ter estado afastado grande parte do devido a lesão e a questões relacionadas com a saúde mental. Desde a finalíssima de Trestles em 2021, que culminou na conquista do terceiro título mundial da carreira, que Medina não triunfava na divisão máxima do surf mundial.
No dia de todas as decisões, o surfista brasileiro deu continuidade às boas sensações evidenciadas nas jornadas anteriores e começou a construir a primeira vitória no CT de Margaret River ao derrotar o compatriota Filipe Toledo nos quartos-de-final. Uma vitória segura por parte de Gabriel diante do vigente campeão mundial, que naqueles 40 minutos não se conseguiu encontrar com o mar. A magra pontuação combinada de 7,00 pts é o exemplo disso mesmo.
Depois, nas meias-finais, Gabriel Medina levou a melhor sobre outro compatriota, no caso João Chianca, que havia batido o australiano Connor O'Leary nos quartos.
O de Maresias teve de suar bastante para suplantar o surfista que deixa a Austrália com a licra amarela. Foi já dentro dos últimos 10 minutos que o competidor de 29 anos deu a volta ao texto, com a onda da vitória a ser surfada à entrada do derradeiro minuto, isto depois de Chumbinho não ter aproveitado a prioridade minutos antes, ficando à mercê da reviravolta.
Gabriel Medina anotou o score combinado de 12,50 pts, naquela que foi a única bateria ao longo do campeonato que o surfista sul-americano não fez 14 ou mais pontos de agregado.
Na final, Medina defrontou o norte-americano Griffin Colapinto, que nas meias-finais havia estado intratável ao servir uma combinação a John John Florence, finalista vencido em 2021 e um dos surfistas em maior destaque no decurso da prova australiana.
Pese embora a primeira troca de ondas até ter sido favorável a Griffin, com um 8,17 pts, a final acabou por ser dominada por Gabriel Medina (17,50 pts), metendo um 9,50 pts pelo meio, tornando-se assim no quarto surfista brasileiro a vencer o Margaret River Pro, juntando-se à mesma mesa em que estão sentados Filipe Toledo, Adriano de Souza e Willian Cardoso.
Desta vez, o três vezes campeão mundial de surf conseguiu finalmente levar a melhor sobre Colapinto, que nos últimos três duelos havia sido sempre o mais forte, o últimos dos quais em Supertubos. Para o mano de Crosby Colapinto, esta foi a segunda final perdida em 2023, depois de também ter saído derrotado de heat decisivo em Sunset Beach, então diante de outro brasileiro, no caso Filipe Toledo. Na West Oz, ficou a faltar um backup mais robusto para almejar o triunfo na final.
Quanto ao setor feminino, Carissa Moore voltou a sair em ombros do Main Break, nove anos após a última vez que coisa semelhante havia sucedido. Foi o terceiro triunfo de Riss neste evento (2013, 2014 e 2023).
Depois das incríveis reviravoltas protagonizadas nas rondas anteriores, a consagrada surfista havaiana teve um dia das finais bem mais tranquilo. Moore iniciou a campanha com um triunfo fácil sobre a wildcard Bronte Macaulay. A antiga top mundial não exibiu a mesma forma dos dias anteriores, onde eliminou entre outras a licra amarela Molly Picklum, pelo que igualou o resultado alcançado nas duas anteriores edições do Margaret River Pro.
Numa final com pontuações baixas, a campeã olímpica abateu outra surfista australiana, a antiga campeã mundial Tyler Wright. A irmã de Mikey e Owen Wright, que venceu Caroline Marks nas meias-finais, não conseguiu contrariar o surf de Carissa, como já havia ocorrido na final de Pipeline, logo a abrir a presente temporada.
Apesar da derrota, Tyler fica com a consolação de deixar a Austrália natal com a licra amarela no corpo, fruto de dois eventos (Bells Beach e Margaret River) em que fez sempre final. Já Carissa Moore, atua número dois mundial, tornou-se na primeira surfista a bisar no CT 2023.
Concluída a primeira metade da temporada e feito o cut, o circuito mundial de surf versão 2023 vai agora enfrentar uma paragem de um mês. A ação regressa no último fim de semana de maio para a etapa a disputar no Surf Ranch, propriedade de Kelly Slater e que está de volta ao CT após um ano de ausência.
Na famosa piscina de ondas artificiais californiana, teremos já o elenco reduzido de 36 para 24 surfistas no setor masculino e de 18 para 12 competidoras no feminino.
Resultado final feminina:
1 - Carissa Moore (HAW) 11.10
2 - Tyler Wright (AUS) 9.17Resultado final masculina :
1 - Gabriel Medina (BRA) 17.50
2 - Griffin Colapinto (USA) 12.27Resultados meias-finais femininas:
HEAT 1: Carissa Moore (HAW) 12.50 DEF. Bronte Macaulay (AUS) 4.07
HEAT 2: Tyler Wright (AUS) 15.33 DEF. Caroline Marks (USA) 11.34Resultados meias-finais masculinas:
HEAT 1: Gabriel Medina (BRA) 12.50 DEF. Joao Chianca (BRA) 10.67
HEAT 2: Griffin Colapinto (USA) 17.50 DEF. John John Florence (HAW) 11.27Resultados quartos-de-final femininas:
HEAT 1: Gabriel Medina (BRA) 14.00 DEF. Filipe Toledo (BRA) 7.00
HEAT 2: Joao Chianca (BRA) 11.24 DEF. Connor O'Leary (AUS) 5.50
HEAT 3: Griffin Colapinto (USA) 11.77 DEF. Barron Mamiya (HAW) 8.83
HEAT 4: John John Florence (HAW) 14.83 DEF. Ethan Ewing (AUS) 11.2Através da rede de livecams, podes visualizar em direto e em tempo real toda a evolução do estado do mar e da praia.
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