Homepage
- KS esteve presente no free surf que animou a tarde em Supertubos.
-
A tarde de sexta-feira em Supertubos foi marcada pelo free surf de alguns dos tops mundiais que vão competir no MEO Rip Curl Pro Portugal, a terceira etapa do Championship Tour (CT) 2023.
O mais laureado surfista em prova e já agora da história do surf de competição, Kelly Slater, marcou presença nesta animada sessão, o que naturalmente captou a atenção de todos aqueles que estavam no areal e não eram assim tão poucos.
Depois da sessão, KS esteve um pouco à conversa com os jornalistas numa improvisada zona mista na estrutura erguida nos Super. Um diálogo em que foram abordados diversos temas.
Desde logo, o 11 vezes campeão mundial falou sobre o estado em que encontrou o mar do mais famoso beach break do Oeste português.
"Estava mesmo difícil, até no free surf. Foi uma boa decisão não meter a prova hoje na água. No entanto, teria sido incrível se o mar estivesse nestas condições (grande) com vento offshore", analisou.
Quando for dada luz verde no MEO Rip Curl Pro Portugal, o surfista de 51 anos vai estar logo em ação no heat inaugural do setor masculino, uma situação que "não adora".
Já sobre o seu grau de confiança por estes dias, o veterano competidor norte-americano diz: "Sinto-me mais ou menos. Nunca estamos a 100%. Carrego algumas lesões. Quando já temos uma lesão há bastante nunca estamos assim tão confiantes. Assim que começar a apanhar ondas vou sentir-me bem", assegura.
Apanhar ondas num evento que venceu em 2010, mas que de então pará nunca mais conseguiu gritar vitória em Supertubos.
"Já passou algum tempo desde que aqui venci pela última vez. Gosto muito deste tipo de ondas. O ano passado pensava que estava num bom momento, mas cometi alguns erros ao nível da escolha de ondas no duelo com o Griffin Colapinto. Para vencer um campeonato é preciso surfar bem, ter confiança e boas pranchas", explica Kelly.
Nesta conversa com os jornalistas, Slater abordou igualmente alguns temas quentes em torno do atual circuito mundial de surf. A começar pelo polémico cut, que pelo segundo ano consecutivo vai acontecer após a perna australiana.
"Todos sabemos que estão a tentar tornar o CT num circuito eficiente que faça dinheiro, de modo a que tenhamos algo sustentável. Esta é uma decisão complicada ao nível dos custos que isso tem para os surfistas. Não prefiro este modelo. Se o teu surf é bom e conseguiste atingir o CT, então deves ter a chance de fazer um ano inteiro", começou por dizer.
Kelly Slater não é fã do cut, mas também percebe o outro lado da moeda. "Com tantos dias de competição por ano, depois torna-se difícil acabar as provas com boas ondas e maximizar a competição. Habitualmente, os bons swells têm dois dias de duração e nós temos três ou quatro dias de prova para fazer, pois há muitos surfistas. Esta medida passa também por tornar os eventos mais eficientes", considera.
O natural de Cocoa Beach refere ainda que de "maneira geral, todos os surfistas que ficam abaixo do cut não são ameaça em relação ao título. Em 99,9% das vezes, os potenciais campeões mundiais vão ficar acima do cut".
Em relação ao modelo de finalíssima realizado num único dia para apurar o campeão mundial, KS mostra-se contra em toda a linha.
"Todos nós sabemos o que é preciso para ser campeão do mundo. Já não é preciso vencer durante o ano. É apenas necessário vencer uma vez na época, no caso em Trestles. Não concordo com o modo como é definido o campeão mundial. Estamos a definir o campeão num dia e num determinado local. Historicamente, o campeão do mundo é encontrado com etapas ao redor globo em diferentes condições, ondas grandes e pequenas, boas e más ondas. Isso é que determina quem é o melhor surfista durante um ano", entende.
Quanto a hipotéticas soluções para o futuro, Kelly deixa uma sugestão. "Podiam evoluir de um sistema de handicap para uma escala, onde o número 1 do ranking tinha uma vantagem tão grande sobre os surfistas atrás que estes teriam de vencer várias baterias para conquistar o título. Já o líder do ranking, precisaria apenas de triunfar num heat. Desta forma, seria um pouco mais justo", concluiu.
Através da rede de livecams, podes visualizar em direto e em tempo real toda a evolução do estado do mar e da praia.
Podes também confirmar as previsões relativas a todas as praias através da nossa página Praias Beachcam.
Segue o Beachcam.pt no Instagram