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O segundo dia de competição no MEO Rip Curl Pro Portugal fica marcado pelo adeus de Frederico Morais à competição que está a decorrer na Praia de Supertubos, em Peniche.

No evento que marcou o regresso de Kikas à elite mundial, por via de um wildcard, o surfista luso foi eliminado na ronda de repescagem, num heat em que teve Kanoa Igarashi e Kelly Slater como oponentes.

Com Kanoa distanciado na frente, Frederico discutiu com o 11 vezes campeão mundial a outra vaga para a ronda 3 da terceira etapa do CT 2023.

"O mar está super complicado. Nestes dois primeiros heats vimos scores baixíssimos. É o que é. Estamos dependentes do mar. É assim o nosso desporto", começou por dizer o surfista de 31 anos aos jornalistas presentes após a bateria que ditou a sua eliminação.

A precisar somente de uma nota de 3,08 pts para alcançar a ronda 3, Morais não escondeu que é "realmente frustrante" perder a precisar de um requisito tão baixo.

Coisas de quem está sempre dependente da natureza para competir. "Nestas condições não há muito a fazer. A onda vem ou a pessoa não consegue fazer magia. Foi um azar. Tive ali um tubo que se tivesse saído de certeza que tinha passado o heat", afirmou.

Na conversa com os jornalistas, o top 10 mundial em 2021 falou sobre os últimos minutos da bateria."Nos últimos cinco minutos, fiquei preso no jet-ski e não consegui passar para o outside. Perdi dois ou três minutos cruciais. Quando chego lá fora dão prioridade ao Kelly Slater quando se fosse na remada a prioridade teria sido minha. O jet-ski dele foi o mais rápido e deram-lhe a prioridade, o que não é o mais correto. Isso fez com que ficasse com a prioridade para apanhar aquela onda de 2,00 pts, que poderia ser a minha nota. Depois, veio um set que deixa o mar todo branco e mexido. Fique ali um bocado sem oportunidade. Às vezes, não corre para o nosso lado", analisou.

Curiosamente, um pouco mais tarde, a prova veio a ser interrompida, precisamente porque o facto do mar estar bem pesado em Supertubos estava a dificultar a tarefa dos jet-skis no momento de ultrapassar os bancos de areia e colocar os surfistas no outside.

"Pertenço aqui"

De regresso ao CT, ainda que de forma parcial, Frederico Morais não escondeu que a "sensação é ótima. Mais do que nunca quero voltar ao CT. Sei que pertenço aqui. Já tive no Tour cinco anos, já fiz top 10, finais no CT, os resultados vão aparecer. Foi sempre assim que segui a minha carreira", assegura Frederico Morais.

"Foi bom estar aqui em Peniche. Ver os portugueses e ouvir o pessoal a torcer. É sempre um orgulho, um carinho e um prazer sentir essa força de perto. Agora é continuar a trabalhar. O meu foco está na Challenger Series", disse.

Frederico Morais foi igualmente instado a comentar as palavras de Jack Robinson, que afirmou publicamente que o competidor português pertencia ao CT. "É bom ser reconhecido por surfistas com que cresci. O Jack é um grande surfista. Há vários anos que tem um potencial imenso: Só agora começou a demonstrar isso e logo de forma grandiosa, está em primeiro do ranking. Só dá mais alento à minha vontade de voltar e percorrer o mundo a fazer o Tour."

Apesar de já estar fora da competição, Kikas garante que vai continuar a acompanhar de perto as incidências do MEO Rip Curl Pro Portugal. Pelas duas surfistas lusas ainda em prova e pelos muitos amigos que tem no CT.

"Estou a torcer pelo Gabriel Medina, que é um amigo chegado, pelo Ryan Callinan, que é um dos meus padrinhos de casamento, o Leo Fioravanti, o Kanoa Igarashi... Tenho bons amigos no Tour, que também precisam de pontos cruciais para fazer o cut."

Já sobre Yolanda Hopkins e Teresa Bonvalot, disse: "São as nossas guerreiras. Ontem brilharam e é um orgulho tê-las aqui."

Através da rede de livecams, podes visualizar em direto e em tempo real toda a evolução do estado do mar e da praia.

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