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WSL anuncia política para surfistas transgénero com polémica à mistura06 fevereiro 2023

- World Surf League decidiu guiar-se pelo mesmo padrão que a ISA já tinha anunciado em finais de 2022.
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A World Surf League, por intermédio da sua nova responsável máxima de competição, Jessi Miley-Dyer, veio a público confirmar uma nova política de abertura das provas a atletas transgénero. Algo que levou a que uma onda de críticas já se tenha levantado por parte de muitos dos atuais competidores das provas da WSL, com Bethany Hamilton em destaque.
Depois de a ISA ter publicado em Outubro de 2022 as regras para a aceitação de competidores transgénero nas suas provas, a WSL alinhar-se pelo mesmo padrão, aceitando exatamente as mesmas regras. Um dos requisitos para um competidor que tenha nascido homem é o de manter níveis de testosterona abaixo de 5 nmol/L (nanomoles por litro) durante os 12 meses anteriores, de forma a poder competir em provas para mulheres.
Estes valores alinham-se por algumas modalidades olímpicas, como o ténis ou remo. Contudo, ficam um pouco acima de outras modalidades cujas políticas são mais apertadas, como o ciclismo ou o trialto, que exigem níveis abaixo de 2.5 nmol/L nos 24 meses prévios à competição. Já o rugby e a natação, por exemplo, optaram por banir qualquer atleta transgénero.
“A WSL continua a trabalhar arduamente na igualdade e justiça e é importante colocar as regras no lugar. Reconhecemos que esta política pode precisar de evoluir com o tempo, à medida que recebemos feedback e vamos tendo conhecimento de novas pesquisas no campo”, frisou Jessi Miley-Dyer, que foi uma das responsáveis por esta decisão, a par do Dr. Allan MacKillop, chefe médico da própria WSL.
Ainda assim, a WSL afirma que não vai financiar este tipo de testes e que os mesmos terão de ser feitos pelos próprios atletas, que terão de apresenta-los à equipa médica, de forma a serem aceites nas competições. Em termos de provas olímpicas, ainda não há uma regra explícita sobre a possibilidade de inclusão de surfistas transgénero.
A polémica no que ao surf diz respeito iniciou-se no ano passado, depois de Sasha Jane Lowerson ter sido a primeira surfista transgénero a vencer uma competição aberta, que decorreu no Oeste australiano. Nessa altura houve algumas vozes que pediram a criação de uma divisão própria para surfistas transgéneros.
Agora, as críticas têm sido mais explícitas, com Bethany Hamilton a ser o principal rosto da oposição às novas regras. A surfista havaiana explicou a sua posição num post no Instagram, que recebeu o apoio de vários outros competidores. Além de se mostrar contra a introdução de surfistas transgénero nas provas femininas, Hamilton vai mais longe e garante que se tal acontecer irá boicotar os eventos da WSL.
“Como é que esta regra foi implementada noutros desportos como a natação, atletismo ou MMA, por exemplo? Foi algum surfista da WSL questionado sobre a sua opinião acerca deste assunto? Foram as 17 surfistas que compões o WCT e também os homens questionados sobre esta mudança da regra?”, foram algumas das muitas perguntas deixadas por Bethany Hamilton.
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