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  • Provavelmente, o pior dia de competição que há memória…
    07 fevereiro 2023
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  • Salvou-se a performance de Tyler Wright em duas horas de surf pouco entusiasmantes.
  • A organização do Billabong Pro Pipeline tinha prometido que a competição deveria regressar esta segunda-feira à água e cumpriu com a palavra. Mesmo que no mar as oportunidades fossem escassas e as condições estivessem para lá de fracas. A já tradicional decisão de “está mau? Entram as mulheres” ajudou a decidir as meias-finais femininas, naquele que foi, sem qualquer dúvida, um dos piores dias da história do surf de competição desde que há memória.

    Há quem se tenha ficado pelo “pior dia de competição de 2023”, o que é curto tendo em conta que o ano acabou de começar. Certamente, também já não haverá pior que o que se viu ontem em Pipeline, é verdade. Foram somente duas horas de prova, em que se realizaram quatro heats. Viva estava a esperança que as ondas começassem a entrar, mas isso nunca aconteceu. Restou às surfistas em prova contentarem-se com tubos sem saída ou com miniaturas tubulares que iam fazendo a diferença, pois nem para manobras existia muito espaço.

    Num dia de poucas recordações, salvou-se a performance de Tyler Wright. A australiana voltou a provar que se dá bem na famosa onda havaiana, mesmo que esta esteja longe da melhor faceta. Quase que por milagre, Tyler foi a única surfista a conseguir chegar aos dois dígitos, vencendo a quase espectadora Tatiana Weston-Webb, com 11,67 pontos contra 1,16. Antes disso já Lakey Peterson e Brisa Hennessy tinham passado uns bons minutos a boiar no lineup, com os 6,83 pontos da norte-americana a fazerem a diferença.

    No heat 3 havia um dos duelos mais aguardados da prova, com a especialista Carissa Moore a enfrentar a recém-coroada vencedora do Pipe Masters especial, a australiana Molly Picklum. Só que nem o mar as ajudou. Apenas conseguiu trazer saudades dessa prova extra, que não agradou a muitos, mas que, analisando agora, foi bem melhor que isto que se tem visto na etapa inaugural do CT 2023. Depois de uma luta “titânica” entre um 1,43 de Carissa e um 1,33 de Picklum, a havaiana lá espantou o tédio com um “chapéu” que lhe rendeu 4,67 pontos e a passagem às meias-finais.

    Se de um lado vamos ter um embate entre duas experientes surfistas do CT, com Tyler Wright a partir como favorita frente a Lakey Peterson, do outro lado Carissa Moore terá pela frente a também havaiana Bettylou Sakura Johnson, que venceu aquele que pode arrecadar já o troféu de pior heat do ano – mais por culpa do mar, do que das surfistas. Numa decisão por wipeouts, Sakura Johnson somou 2,20 pontos, contra 1,77 pontos de Gabriela Bryan. Uma bateria quase desesperante…

    Pelo meio, depois de muito esticar a corda, Jessi Miley-Dyer anunciou que as meias-finais e a final não iriam para a água, o que acabou por não surpreender ninguém. Com quatro dias de janela de espera ainda pela frente, cabe perceber se o otimismo das previsões para esta terça-feira se revelam certeiros. Além de terem de coroar a campeã da etapa, ainda há praticamente uma prova inteira masculina pela frente. As previsões para depois não são animadoras, devido ao vento - e o facto de ter havido pova esta segunda-feira, comprova bem isso. E tanto que esta etapa precisa de pelo menos um dia bom de ondas para quebrar o marasmo que tem sido até aqui...

    Por outro lado, nem todos têm a sorte de pelo menos poderem ficar com as lições de surf e de vida com que Nuno Jonet e João Valente vão presenteando os telespectadores no canal português que transmite o circuito, enquanto na água pouco ou nada se passa. Depois de Tyler foram eles os grandes destaques do dia. Até pode parecer que estamos a exagerar, mas os 52 segundos de resumo da WSL confirmam todo este cenário. Até porque são 52 segundos bem esticados, onde até ondas incompletas mereceram figurar para a posteridade de um dia que muitos não se vão lembrar e outros tantos quererão esquecer rapidamente.

    Billabong Pro Pipeline Women's Quarterfinal Results:
    HEAT 1: Lakey Peterson (USA) 6.83 DEF. Brisa Hennessy (CRC) 4.87
    HEAT 2: Tyler Wright (AUS) 11.67 DEF. Tatiana Weston-Webb (BRA) 1.16
    HEAT 3: Carissa Moore (HAW) 6.10 DEF. Molly Picklum (AUS) 1.33
    HEAT 4: Bettylou Sakura Johnson (HAW) 2.20 DEF. Gabriela Bryan (HAW) 1.77

    Billabong Pro Pipeline Women's Semifinals Matchups:
    HEAT 1: Lakey Peterson (USA) vs. Tyler Wright (AUS)
    HEAT 2: Carissa Moore (HAW) vs. Bettylou Sakura Johnson (HAW)

     

    Para acompanhar e confirmar live, os dados sobre o estado do mar, podes usufruir da nossa rede de livecams e reports preparada para essa finalidade.

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