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  • Liam O'Brien: o surfista que já chegou ao CT duas vezes, mas nunca surfou um heat como top mundial
    03 janeiro 2023
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  • Se existisse um prémio para o surfista mais azarado na temporada de 2022, este iria para o competidor australiano, não obstante o costarriquenho Carlos Muñoz também ser um forte candidato ao mesmo. Contudo, a história do aussie é ainda mais dramática.
  • Estamos a menos de um mês da ida para a água de um Championship Tour (CT) novinho em folha, que pelo segundo ano consecutivo terá a honra e o privilégio de começar o seu roteiro pelas melhores ondas do planeta em Pipeline, aquela que é a onda rainha do surf mundial. 

    É no paradisíaco North Shore da ilha havaiana de Oahu que os melhores surfistas à face da Terra irão estar novamente reunidos depois de um longo período de defeso. Na vasta turma mundialista, encontramos surfistas em diferentes fases das respetivas carreiras. Desde lendas da modalidade, um inédito campeão mundial, o primeiro campeão olímpico da história, eternos candidatos ao título que já são veteranos de guerra, surfistas requalificados via Challenger Series e ainda os habituais estreantes nestas andanças.

    Depois, há o caso de Liam O'Brien. Se existisse um prémio para o surfista mais azarado na temporada de 2022, este iria para o competidor australiano, não obstante o costarriquenho Carlos Muñoz também ser um forte candidato ao mesmo. Contudo, a história do aussie é ainda mais dramática.

    Na Challenger Series de 2021, LOB obteve a qualificação para o CT pela primeira vez na carreira. Estavam assim abertas as portas da elite mundial para um competidor que já havia dado nas vistas durante a perna australiana do CT desse mesmo ano.

    Beneficiando do wildcard de substituição de Kelly Slater, O'Brien deu-se muito bem na terra do selvagem Quokka ao alcançar um honroso terceiro posto no Rip Curl Rottnest Search. Foi um excelente cartão de visita para a sua primeira apresentação mundialista, numa caminhada em que Filipe Toledo, que havia vencido a etapa anterior, foi um dos surfistas que deixou pelo caminho. Sem apelo, nem agravo. Depois, LOB também esteve na etapa do Surf Ranch, mas aí sem destaque. 

    Em 2021, Liam mostrou as garras e que era possível viver o sonho do CT, mas rapidamente esse mesmo sonho virou pesadelo no início de 2022. Um dia antes do Billabong Pro Pipeline ir para a água e de debutar como top mundial, Liam O'Brien sofreu um violento wipeout na temida bancada durante uma sessão de freesurf. Esse incidente resultou na fratura de uma perna. Uma lesão de longa duração que não só arredou Liam O'Brien desse campeonato, mas também de toda a primeira parte do CT 2022, composta por cinco etapas. Não vestiu a licra uma única vez, não surfou um único heat.

    Resultado, o surfista australiano foi um dos competidores que teve de saltar fora do barco mundialista a meio da viagem por causa da polémica introdução do cut, o que fez aumentar ainda mais o tom de críticas sobre este ingrediente extra colocado pela WSL no tempero do CT.

    Cortado do circuito mundial e já recuperado da perna fraturada, LOB foi forçado a voltar à estaca zero. Teve de virar novamente agulhas para o circuito Challenger Series e tentar subir novamente com sucesso o Tourmalet.

    Com muito trabalho, essa ascensão foi bem-sucedida. Depois de um início bastante morno, os fortes desempenhos no miolo do circuito, onde alcançou um terceiro posto na etapa de Ribeira d'Ilhas, foram cruciais para que Liam conseguisse a tão desejada qualificação para o CT pelo segundo ano consecutivo. Só o brasileiro João Chianca e o havaiano Ezekiel Lau é que também conseguiram apuramentos em anos seguidos via Challenger Series.

    Por estes dias, O'Brien é o surfista que já conseguiu por duas ocasiões, ainda por cima consecutivas, a qualificação para o CT, mas ainda não gozou do privilégio de ouvir o toque da buzina como top mundial.

    No final de janeiro, lá estará novamente no local do crime, Pipeline, para a redenção. Desfrutar daquilo para o qual teve de trabalhar arduamente ao quadrado, pois um infortúnio deixou-o apeado já quando estava inserido no ecossistema. 

    Pelo menos, cinco etapas tem asseguradas, entre as quais duas em casa. Se depois é novamente abrangido pelo cut, aí a história já é outra...

     

     

     

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