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O topo do surf mundial tem sido dominado de há vários anos para esta parte pelos brasileiros. A tempestade canarinha invadiu todos os circuitos e fabricou já quatro campeões mundial, com Gabriel Medina a levar já três canecos no currículo. Isto em menos de 10 anos… Tanto no Tour como no WQS, o domínio brasileiro era demais evidente. Mas se no WCT isto ainda é uma realidade, no QS esse domínio tem vindo a cair. Tanto que em 2022 há um nome a brilhar mais alto que toda a gente e que não vem do país de Vera Cruz. É o peruano Miguel Tudela.

A caminho dos 28 anos e já com muitos anos de experiência acumulada, quer seja pelos circuitos da WSL, pelos campeonatos ISA ou pelas provas de Ondas Grandes, Tudela está a viver este ano a melhor temporada da carreira. Precisamente depois de no ano passado ter conseguido ser um dos surfistas que ficaram para a história na estreia olímpica do surf em Tóquio’2020. E não há quem tenha conseguido travar o surfista peruano até ao momento.

Curiosamente, em 2021 Tudela viveu uma grande quebra de forma nas Challenger Series e acabou por nem conseguir a vaga nesse circuito na presente temporada. Mas isso não o demoveu do sonho. Após começar a temporada com a presença na etapa do CT em Pipeline, depois de ter dado show nos trials, Tudela entrou a fundo no QS e prossegue invicto até ao momento. Isso mesmo. Quatro campeonatos, quatro vitórias. E liderança destacada do ranking sul-americano, sem que qualquer surfista brasileiro chegue sequer perto.

Tudo começou em Maio com um triunfo num QS1000 em Galápagos, no Equador, após uma super final em que bateu o jovem brasileiro Ryan Kainalo. Em Maio foi a vez de ir até Iquique, no Chile, vencer um QS3000. Em Agosto subiu um degrau, ao vencer um QS5000, desta vez em Arica, também no Chile, batendo o ex-top mundial Ian Gouveia na final de um evento recheado de tubos.

Depois do hat-trick de triunfos, em meados de Outubro foi o mais duro golpe no orgulho brasileiro, pois Tudela foi até Saquarema vencer mais um QS5000, desta feita mesmo na casa do rival, após ter vencido na final o ex-top mundial João Chianca. Não houve três sem quatro para o talentoso surfista peruano, que já leva 14 mil pontos na temporada.

Tudo somado Miguel Tudela tem uma média de 14,20 pontos durante a temporada, o que diz bem do domínio exercido. Além disso, já teve direita a nota 10. Em termos de heats disputados, tem uma percentagem de vitórias de 78,26%. Número impressionantes num dos continentes mas competitivos do surf mundial.

Por mais incrível que pareça, estes foram os únicos eventos que Miguel Tudela fez durante a temporada. A juntar a estas quatro campeonatos, duas provas do CT. Em Pipe, como já mencionada anteriormente, e a etapa brasileira, onde acabou por garantir uma vaga de suplente. Agora, esta semana compete finalmente em casa, no QS1000 de Punta Rocas, com a possibilidade de completar uma proeza ainda maior, caso vença o quinto evento consecutivo.

Esta será a última prova do ano civil no QS sul-americano e também para Tudela. A prova já se iniciou, mas o surfista peruano, que é o top seed número 1 só entra em ação na ronda 2, que deverá acontecer esta sexta-feira. Em jogo a invencibilidade e a possibilidade de culminar com chave de ouro um ano de sonho, que lhe pode dar balanço para em 2023 atacar a qualificação para a elite mundial através das Challenger Series. E não é por falta de talento que ainda não chegou até lá…

Para acompanhar e confirmar live, os dados sobre o estado do mar, podes usufruir da nossa rede de livecams e reports preparada para essa finalidade.

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