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No início do ano, apenas 10 surfistas entre os 34 que compunham o circuito mundial tinham triunfos. Agora, após o cut são 12 surfistas vencedores em 22, numa lista que perdeu apenas Owen Wright no corte, mas que viu entrar Griffin Colapinto, Barron Mamiya, que venceu ainda como wildcard, e, mais recentemente, Ethan Ewing. Um deles, Griffin, até já bisou na presente temporada. Mesmo que não tivesse havido cut, seriam 13 surfistas entre 34. Um número bem mais composto e que mostra uma nova tendência de sangue fresco nos pódios do surf mundial.

Um cenário que não se via desde 2016, quando Matt Willkinson, Sebastian Zietz e Keanu Asing conseguiram das vitórias mais surpreendentes da história do surf mundial. Para se ter noção, em 2021 houve apenas um novo vencedor: Jack Robinson. Tal como em 2019, quando Kanoa Igarashi se estreou a vencer. Em 2018 foram dois, com Italo Ferreira e Willian Cardoso. E em 2017 não houve qualquer estreante a vencer.

Contas feitas, houve três estreantes a vencer 9 das etapas já disputadas. Algo que dá 33%. Um número considerável, tendo em conta que a temporada começou precisamente sob o desígnio inverso. Foram raros os triunfos de surfistas que não os do topo nas últimas épocas. A ausência de Medina e posterior lesão, tal como a de John John, podem explicar o espaço aberto para o sangue novo no topo dos pódios. No entanto, há mesmo uma nova geração a chegar-se à frente e a oferecer novos desenlaces às etapas, até aqui muito raramente vistos.

Lista de vencedores no ativo

Kelly Slater – 56 triunfos                                             
Gabriel Medina – 17 triunfos
Filipe Toledo – 12 triunfos
John John Florence – 8 triunfos
Italo Ferreira – 7 triunfos
Jordy Smith – 6 triunfos
Jack Robinson – 3 triunfos
Griffin Colapinto – 2 triunfos
Kanoa Igarashi – 1 triunfo
Jadson Andre – 1 triunfo
Ethan Ewing – 1 triunfo
Barron Mamiya – 1 triunfo

Mesmo com o histórico triunfo em Pipeline aos 50 anos, algo que já não acontecia há algum tempo, Slater deixou de ter a maioria de triunfos da lista. No início da temporada detinha 55 dos 110 triunfos de surfistas em atividade, o que dava a marca redonda de 50 por cento. Agora, tem 56 de 115 triunfos. Algo que se resume a 48,70%. E com o tempo a tendência será esta percentagem baixar ainda mais.

A verdade é que mais nomes se podem juntar a esta lista no futuro, pois o Tour parece cada vez menos fechado aos nomes mais tradicionais. Yago Dora é um dos que tem mostrado surf de candidato e ameaça lá chegar a qualquer momento. E depois há sempre as surpresas, como foi o caso de Mamiya em Sunset. Haverá já um novo nome a entrar na lista em Teahupoo?

A verdade é que, ignorando possíveis wildcards, já sobram poucas hipóteses, porque ao contrário do início da temporada, em que mais de dois terços dos surfistas do Tour nunca tinham vencido um evento, agora metade já sabe o que é fazê-lo. São apenas 12 entre 24, uma vez que os wildcards têm sido dois surfistas que vão competir na elite em 2023 (Medina e Dora), e assim fica mais fácil nomeá-los: Callum Robson, Miguel Pupo, Connor O’Leary, Samuel Pupo, Caio Ibelli, Matthew McGillivray, Nat Young, Kolohe Andino, Jake Marshall, Seth Moniz, Jackson Baker e Yago Dora.  

Nas mulheres o cenário é em tudo idêntico, uma vez que também houve três novas vencedoras. E tudo aconteceu na primeira metade da temporada, com a wildcard Moana Wong em Pipe, seguindo-se Brisa Hennessy e, mais tarde, Isabella Nichols. Depois, as habituais “donas” do CT assumiram as rédeas do jogo. Ainda que esta temporada tudo esteja bem distribuído, pois apenas Tatiana Weston-Webb venceu por duas vezes.

Lista de vencedoras2

Stephanie Gilmore – 33 triunfos
Carissa Moore – 26 triunfos
Tyler Wright – 15 triunfos
Sally Fitzgibbons – 12 triunfos
Courtney Conlogue – 12 triunfos
Lakey Peterson – 5 triunfos
Johanne Defay – 5 triunfos
Tatiana Weston-Webb – 4 triunfos
Caroline Marks – 3 triunfos
Isabella Nichols – 1 triunfo
Brisa Hennessy – 1 triunfo

Embora Wong já não faça parte da segunda metade da temporada, a verdade é que das 12 surfistas que estão a competir, 11 já venceram. Sobra apenas a rookie Gabriela Bryan. E quem sabe se não será a próxima. Venham as bombas de Teahupoo!

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