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  • John John e as lesões. O fim da linha para o havaiano!?
    21 junho 2022
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  • Pela quarta temporada, os joelhos voltaram a trair o talentoso surfista havaiano, que está prestes a chegar aos 30 anos.
  • John John Florence é sinónimo de um dos maiores talentos do surf mundial, senão o maior. Mas também de lesões. O surfista havaiano tem sido massacrado por problemas nos joelhos durante os últimos anos e em 2022 não houve exceção. Na etapa de G-Land John John surgiu de joelheira elástica e logo se temeu o pior. A pior das notícias veio depois da etapa, com o surfista a confirmar a paragem. Algo que, infelizmente, já não surpreende os fãs do surf mundial, tal a quantidade de vezes que tem acontecido nos últimos tempos.

    Florence habituou-nos a este vaivém de lesões e recuperações durante os últimos tempos e sempre que volta parece estar a surfar no seu melhor. Foi assim no início da presente temporada. Contudo, meses depois lá surge a recaída. Já é uma tendência e, agora, começa a ficar cada vez mais preocupante. A chegar aos 30 anos, e embora muitos ainda olhem para ele como o pequeno surfista genial de cabelos loiro compridos que domina Pipe como gente grande, a verdade é que a carreira de John John pode estar a chegar a um ponto sem retorno.

    Basta olhar para os números e vemos uma tendência preocupante. As últimas quatro temporadas mostram-nos o mesmo padrão. O havaiano começa bem a época, mas não as terminar, sofrendo lesões sempre a meio das mesmas. A única exceção foi o malfadado ano de 2020, onde a pandemia obrigou ao cancelamento do circuito. Desde 2017 que John John não consegue completar uma temporada por inteiro. E não é por acaso que as duas últimas vezes que o fez sagrou-se campeão mundial (2016 e 2017).

    Os aéreos começaram por ser a causa aparente dos primeiros problemas de John John Florence. Contudo, as causas das recaídas podem ser outras. O regresso apressado para competir nos Jogos Olímpicos ainda está bem patente na memória, num processo nada bem conduzido em todos os aspetos e que culminou com o havaiano novamente no estaleiro. Mas depois há a outra parte, que nos mostra um puro surfista que nunca se viu como um atleta. Por mais operações super especiais e recuperações ultra rápidas que faça, parece faltar o reforço necessário que o ginásio traz aos atletas de alta competição.

    Tudo começou com problemas menores. A primeira lesão aconteceu em competição, com um problema num pé que o obrigou a falhar duas etapas da perna australiana de 2013. Em 2015 sofreu uma lesão num tornozelo durante o freesurf enquanto filmava, falhando, igualmente, duas etapas. Até aqui nada de maior. O pior veio depois. Em 2018, durante a etapa de Margaret River surgiu o primeiro grande problema, com os joelhos a começarem a ceder. Falhou o resto da temporada.

    Voltou em 2019 numa forma incrível e parecia com o título já no bolso, tal a vantagem para a concorrência, quando tudo desabou durante a etapa do rio de Janeiro. Desta vez, no outro joelho. Mais uma paragem longa, que só não foi maior porque Florence regressou à pressa para competir em Pipeline ainda de joelheira e assegurar a vaga olímpica. Em 2021 competiu até North Narrabeen e esteve presente nos Jogos Olímpicos, embora todos percebessem que estava bem longe dos 100 por cento. A seguir a Tóquio seguiu para reabilitação e não competiu mais nesse ano.

    Agora, depois de um arranque de temporada prometedor, mas ainda sem vitórias, John John seguiu dentro do top 5, até que voltou a joelheira e, posteriormente, a paragem. A mensagem foi até demasiado positiva, ao anunciar que falhava El Salvador e, talvez, o Brasil. Obviamente, que também não foi ao Brasil e será com grande surpresa que o vejamos a competir nas etapas que se seguem. Oxalá o problema não seja tão grave como os anteriores, mas com este histórico clínico, torna-se difícil acreditar que John John volte algum dia a estar a 100 por cento.

    Foi em 2011 que John John Florence entrou no Tour, na famosa rotação de meio do ano. Está a fazer a décima temporada na elite mundial, mas esta será a quarta seguida em que não consegue competir durante todo o ano. Das dez temporadas no CT, apenas por quatro vezes fez todas as etapas (2012, 2014, 2016 e 2017). Uma visão que já vai bem longínqua. Mas os números são bem mais drásticos quando mostram que desde 2018 que a super estrela havaiana fez apenas 19 etapas em 37 possíveis – 38 se contarmos com a finalíssima do ano passado. Ou seja, fez apenas metade das etapas. Matematicamente falando, a cada etapa que faz, falha outra.

    A caminho dos 30 anos, que completa em Outubro, são números e lesões que não auguram nada de bom. Será possível ver John John ainda de volta ao topo? Não parece que seja uma missão fácil. Até porque falamos de lesões que noutro tipo de desporto são famosas por terminarem carreiras mais cedo que o habitual. Por mais que queiramos ver o velho John John Florence de volta ao topo, todo o enredo mostra que não se prevê um futuro fácil de gerir na carreira do último campeão mundial havaiano.

     

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