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- As vitórias no Dream Tour assinadas pelo surfista norte-americano têm a mesma marca de água, apesar de terem sido alcançadas em diferentes tipos de onda. A começar pelo impressionante 'pormaior' de ter vergado o atual número um mundial, Filipe Toledo, em ambas as finais.
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No universo do circuito mundial de surf, o jovem Griffin Colapinto é nitidamente um dos nomes em clara ascensão na hierarquia dos melhores surfistas do planeta. Aos 23 anos, o irmão de Crosby Colapinto está a viver sem margem para dúvidas aquela que é até ao momento a sua melhor temporada no Championship Tour (CT), por onde já anda desde 2018.
Na presente campanha, que já vai para lá do equador, apenas dois surfistas gozam do privilégio de ter vencido duas etapas mundialistas. São eles o 'aussie' Jack Robinson e precisamente Griffin Colapinto. Dois rostos da nova geração que está a querer ganhar o seu espaço entre a elite, cuja pauta é marcada pelo ritmo da tropa brasileira.
O surfista natural de San Clemente saiu da água em ombros na Capital da Onda e mais recentemente em Punta Roca, El Salvador. Duas vitórias que colocam o competidor de 23 anos na rota da finalíssima de Trestles, precisamente o seu 'home break'.
Se Griffin vai ou não lutar pelo título mundial em casa já este ano são contas para fazer mais lá para a frente. Por agora, centremo-nos nas extraordinárias façanhas que anotou. Os dois primeiros triunfos no CT daquele que foi o primeiro surfista californiano a vencer a emblemática Triple Crown havaiana, aparentemente extinta nos moldes que sempre conhecemos. Foi em 2017, imediatamente antes de pular para o Mundial.
As vitórias no Dream Tour assinadas por Colapinto têm a mesma marca de água, apesar de terem sido alcançadas em diferentes tipos de onda. A começar pelo impressionante 'pormaior' do norte-americano ter vergado o atual número um mundial, Filipe Toledo, em ambas as finais.
Se desfeitear o vice-campeão do mundo em 2021 num par de finais já mete em sentido a concorrência, ainda por cima num ano em que este parece ser o mais sério candidato à coroa mundial, convém não esquecer que essas vitórias sobre o competidor paulista são apenas o remate final de duas caminhadas de excelência. A cereja no topo do bolo de percursos recheados de duros obstáculos que à primeira vista poderiam ser intransponíveis, dado o pedigree de quem o rapaz que utiliza sempre óculos de sol nas entrevistas tinha pela frente. Quanto maior é a montanha para escalar, mais Griffin Colapinto mostra a sua melhor versão, sem qualquer tipo de complexos.
Ora vejamos. Para chegar ao primeiro lugar no MEO Pro Portugal, em Peniche, o competidor californiano teve de desembaraçar-se, entre outros, de dois antigos campeões mundiais. Kelly Slater nos oitavos-de-final, numa vitória que teve direito a prenda muito especial, e John John Florence nas meias-finais. Pelo meio, despachou o eterno candidato Kolohe Andino, com uma nota máxima. A primeira do CT 2022.
Na semana passada, no El Salvador Pro, Colapinto repetiu a fórmula vencedora, sendo que as coisas até nem começaram nada bem. Tudo porque foi obrigado a passar pela repescagem. Um pequeno acidente de percurso. Não tardou em dar com a tecla da rochosa direita de Punta Roca. Da repescagem só parou no pódio final para levantar o caneco. Heat após heat deixou para trás Jordy Smith, Kanoa Igarashi e Gabriel Medina, vigente campeão do mundo.
Todos estes nomes elencados, incluindo Filipe Toledo, foram pela primeira vez derrotados por Griffin Colapinto numa fase man-on-man de uma etapa do CT, sendo que em alguns casos foi a primeira vez que apanharam Griffin pela frente.
Campanhas de respeito, que referendam não só a qualidade e evolução do surf deste prodigioso surfista, mas também toda a sua superlativa preparação mental e psicológica para enfrentar todos estes rivais de alto quilate sem quebrar. Em alguns casos no mesmo dia de competição e com pouco intervalo entre baterias. Sublime!
Isto da parte de um surfista que até há bem pouco tempo atravessava uma grande seca. Até ao passado dia 26 de setembro de 2021, o norte-americano vinha numa série de cinco anos a jejuar em termos de triunfos na esfera WSL. Ainda era júnior quando havia vencido pela última vez um campeonato.
A abstinência terminou na sua Califórnia, mais concretamente na icónica Huntingon Beach. Ali, conquistou o carismático US Open of Surfing. Foi dado o mote. O resto é história e deixa antever que não deverá ficar por aqui...
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