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- Os últimos tempos da surfista de 22 anos têm vindo a ser marcados por sucessos atrás de sucessos. Momentos históricos e inesquecíveis num caminho que tem vindo a ser trilhado com o objetivo último bem traçado. A qualificação para o CT.
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Teresa Bonvalot viveu esta segunda-feira um momento muito especial na Costa de Caparica. Na conferência de imprensa de lançamento do Caparica Surf Fest, competição na qual é a vigente campeã, Teresa recebeu a taça de campeã europeia de surf da World Surf League (WSL) em 2022. Quem é que não gostaria de começar uma semana desta forma?
Uma conquista que a surfista de 22 anos sentenciou por antecipação, graças ao sublime triunfo alcançado em Netanya, Israel, nas águas do Mediterrâneo. Agora, em casa, foi a hora de levantar o caneco.
Curiosamente, no local onde em 2021 começou a desenhar toda uma série de conquistas internacionais, que meteu ao barulho Mundial ISA, Jogos Olímpicos e claro as vitórias no QS regional europeu que culminaram no título continental. Nesta 'bucket list' só ficou mesmo a faltar a presença no CT de Peniche. A três vezes campeã nacional Open esteve nos Supertubos, mas não vestiu a licra. Se Teresa Bonvalot manter esta bitola de excelência, tal poderá acontecer já em 2023 e não vai ser necessário wildcard...
Beachcam (BC) - Teresa, os últimos meses têm sido marcados por sucessos atrás de sucessos. Faz sentido dizer que estás a atravessar o melhor momento da tua carreira?
Teresa Bonvalot (TB) - Não sei se atravesso a melhor fase da minha carreira. Porém, está claro que estou numa boa fase. Tenho estado a trabalhar em muitos aspetos e acho que estas vitórias acabam por ser o fruto do trabalho que tenho vindo a desenvolver de alguns anos a esta parte. Procuro sempre melhorar. Em 2021, obtive na Caparica a minha primeira vitória num QS num ano que acabou por ser super intenso e no qual vivenciei experiências de todos os tipos. Este ano, comecei a época com o pé direito, como tento sempre fazer. Neste campeonato na Caparica, não só eu como os restantes surfistas portugueses vamos aproveitar o facto de estarmos a competir no "nosso quintal", junto das pessoas mais queridas, para colocarmos na água um bom show de surf, mostrarmos toda a nossa garra e aquilo que valemos enquanto surfistas.
(BC) - Por tudo o que tens vindo a conquistar nos últimos tempos, sentes que merecias ter recebido o wildcard para o CT de Peniche?
(TB) - Acho que isso é algo que não posso questionar. Claro que gostava que uma surfista portuguesa estivesse presente nesse evento tão grandioso, uma vez que estávamos em Portugal e a lutar pela nossa bandeira ao mais alto nível. Por acaso, mesmo não competindo, estive em Peniche durante toda essa semana do campeonato. Falei com o meu treinador, outras pessoas e em conjunto chegámos à conclusão de que fazia sentido estar em Peniche. Tive a possibilidade de surfar com as melhores surfistas do mundo, um grupo ao qual quero pertencer no futuro. Naqueles dias, apanhei altas ondas e mostrei-me em várias ondas. Vivi uma semana inacreditável, que me fez puxar ainda mais pelos meus limites. Depois, fui para Israel e correu tudo maravilhosamente bem. Não sei teve alguma coisa relacionada com os treinos que fiz, mas a verdade é que foi assim.
(BC) - Como olhas para o facto do surf feminino português estar a apresentar grandes desempenhos no QS regional europeu?
(TB) - Acho que é uma demonstração de que o surf feminino está a crescer em Portugal e que temos um grande potencial. Já há alguns anos que temos assistido a algumas mudanças no surf em termos do comparativo homens vs mulheres. O surf feminino está a crescer imenso a nível mundial. Acho que Portugal, com as ondas incríveis que possui de norte a sul, mostra que temos um pouco de tudo. Ondas tubulares, point breaks, beach breaks. Assim as surfistas conseguem preparar-se e competir nos eventos diante de qualquer surfista. Todos os dias as surfistas trabalham e lutam pelos seus direitos, pela sua emancipação e para crescerem ainda mais.
(BC) - A partir de maio vais competir no circuito Challenger Series. Este ano, o calendário é composto por oito etapas. O dobro em comparação a 2021. Qual é a tua análise ao calendário?
(TB) - Penso que a ideia da WSL é tentar passar um pouco por todo o tipo de ondas. Acho que isso é incrível. Desta forma, assim que estejamos no CT temos maior capacidade em lutar pela requalificação. Muitas das ondas por onde vai passar o circuito já tive o privilégio de conhecê-las. Vai ser um circuito muito interessante, com bastante aprendizagem e evolução. Acima de tudo, vou estar a fazer o que mais gosto.
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