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Em Portugal, os olhares sobre o surf de competição no último fim de semana estiveram direcionados para a Liga MEO Surf, cuja temporada de 2022 arrancou na Figueira da Foz.

Contudo, no nosso país, as duas primeiras semanas de abril vão ser marcadas por muito e bom surf. Depois da Liga MEO, serão realizados dois QS de enfiada. O primeiro é na Costa de Caparica, já a partir da próxima terça-feira, e o segundo, para fim de festa, em Santa Cruz na Semana Santa. Estas são etapas decisivas, uma vez que vão decidir que surfistas do Velho Continente vão obter a qualificação para o circuito Challenger Series de 2022.

No que toca às senhoras, as contas ficam sentenciadas na Caparica. Este é um circuito que já encontrou a sua campeã europeia referente ao ano de 2022. Ele é nada mais, nada menos do que Teresa Bonvalot. 

Porém, a marca do surf português feminino neste circuito continental não se esgota apenas no título que foi alcançado antecipadamente pela surfista de 22 anos nas águas do Mediterrâneo.

Portugal tem vindo a exercer um forte domínio, que espelha bem a atual fornada de ouro do surf feminino. E que felizardos somos nós por ter este punhado de competidoras a elevar bem alto o nome de Portugal além-fronteiras.

Para além do primeiro lugar do ranking de Teresa Bonvalot, a vice-liderança do mesmo é partilhada pela antiga campeã europeia júnior, Mafalda Lopes, e pela atual campeã nacional Open, Francisca Veselko, que tem apenas 18 anos. Ambas estão em posição de qualificação para a Challenger Series, competição na qual Bonvalot já garantiu lugar. Na pegada está a diplomada olímpica Yolanda Hokpins, no oitavo posto. Tudo será naturalmente decidido nas ondas da Caparica.

Só por si, o que já foi aqui aflorado enche o peito de orgulho da extensa comunidade do surf portuguesa, mas em redor do QS regional europeu há um outro facto que desponta. E que facto é esse! No setor feminino, as vitórias dos últimos quatro campeonatos que chegaram ao fim (Anglet foi cancelado por falta de ondas) foram para surfistas portuguesas. 4 em 4!

Uma verdade 'tempestade portuguesa é aquela que tem assolado este circuito, utilizando uma denominação que é muito cara ao surf do país irmão.

A fatia de leoa destes triunfos vai para Teresa Bonvalot. Saiu da água em ombros nos QS da Caparica, Açores e mais recentemente em Israel. Pelo meio, no verão passado, tivemos o sucesso de Carolina Mendes no histórico QS de Pantín. Carol que durante um par de anos foi a única surfista portuguesa da história com vitórias no circuito WQS. 

Em todos estes campeonatos, à exceção de Pantín, o surf feminino português esteve representado com duas ou mais competidoras nas meias-finais. O ponto mais alto desta verdadeira reivindicação lusitana aconteceu no último Caparica Surf Fest. Teresa Bonvalot e a local Mafalda Lopes deram forma a uma final 100% tuga, a primeira na história do circuito WQS. Mafalda, que para além da final na Caparica, também deu show nos Açores ao conseguir uma nota 10!

Entre o cruzamento daquelas que já cá andam há mais tempo, como são o caso de Teresa, Carol e Yolanda, e a nova vaga, encabeçada por Kika e Mafalda, o surf feminino português vive dias gloriosos. 

E não se restringe apenas ao circuito WQS. No último Mundial ISA ou nos Jogos Olímpicos de Tóquio'2020, as meninas do nosso surf também brilharam, como tão estamos recordados.

Têm sido sucessos atrás de sucessos, que têm deixado as adversárias em palpos-de-aranha, pois não encontram o antídoto para contrariar a pujança deste leque de exímias competidoras e com muito surf no pé.

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