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- Na prova a realizar na Praia do Tarquínio-Paraíso vão estar quatro dezenas de surfistas portugueses em ação.
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Realizou-se ao início da tarde desta segunda-feira, dia 4 de abril, a conferência de imprensa de lançamento do Caparica Surf Fest, etapa a contar para o QS regional europeu 2021/2022, que tem estatuto QS3000 no masculino e QS1000 no feminino.
Na prova, cujo período de espera vai de 5 a 10 de abril, vão estar presentes quase duas centenas de surfistas – entre eles 40 surfistas portugueses – à procura do apuramento para o circuito Challenger Series 2022. A primeira chamada do campeonato está marcada para as 8h00 desta terça-feira na Praia do Tarquínio-Paraíso, em plena Costa de Caparica.
No setor feminino, que tem aqui a sua última etapa do circuito europeu, Teresa Bonvalot lidera a armada lusa, depois de recentemente ter conquistado o título europeu da World Surf League (WSL) de 2022 em Israel ao qual juntou a vitória no QS de Netanya e a qualificação para o circuito Challenger Series.
"Um objetivo já está cumprido, o principal era a qualificação para o Challenger Series”, disse na conferência de imprensa em que recebeu o tão desejado troféu de campeã europeia. “Este título é fruto do trabalho que tenho feito em todos os campeonatos do qual me orgulho bastante. Estar no primeiro lugar da Europa e ter mais duas portuguesas no pódio [Francisca Veselko e Mafalda Lopes] mostra o quão bem está o surf feminino português. Trabalho todos os dias para tentar evoluir e para um dia pertencer à elite do surf mundial. Mais cedo ou mais tarde havemos de ter mais portugueses”, garante a três vezes campeã nacional Open.
A Costa de Caparica é um local que traz boas memórias à nova campeã europeia. Foi ali que em 2021 estreou-se a vencer no circuito de qualificação da WSL. “Competir em casa é incrível. Estou muito feliz de regressar à Costa, uma praia e um evento que já me deu muitas boas memórias. O ano passado obtive a minha primeira vitória no QS. Acredito que este evento vai ser muito bom”, concluiu.
Além de Teresa, no pódio da qualificação europeia está também Mafalda Lopes. “A Caparica é o sítio onde cresci. O primeiro local onde comecei a surfar e aprendi tudo. Quero que venham ondas boas para este campeonato. O mais importante é divertirmo-nos, apanharmos boas ondas e mostrar o nosso surf”, disse a vice-campeã da prova em 2021 após final 100% portuguesa diante de Teresa Bonvalot.
“Provavelmente é o meu campeonato preferido do QS. Queria repetir a final, se possível com a Teresa, e fazer a desforra”, disse Mafalda.
Entre as participantes está ainda Vahine Fierro. A surfista originária do Taiti, que foi campeã mundial júnior em 2017, não escondeu que é apaixonada por Portugal. “É um dos meus países preferidos, pois tem uma costa espetacular. Quanto às ondas na Caparica, surfei hoje antes da conferência. Está pequeno, mas divertido. Estou muito ansiosa pelo arranque da competição. A Caparica é sempre uma onda desafiante para mim, porque sendo do Taiti as ondas são muito diferentes, mas é um bom desafio para treinar para a Challenger Series", afirmou a competidora de 22 anos.
Já a prova masculina conta com a presença de Vasco Ribeiro, surfista que chega à Caparica depois ter vencido no fim de semana passado a primeira etapa da Liga MEO Surf de 2022, realizada na Figueira da Foz.
“É bom estar de volta. A Figueira foi um bom treino para estes dois campeonatos, que é o que interessa. Estou a sentir-me bem. Já ultrapassei a lesão e tenho andado a treinar bem. Estou muito contente por estar a competir de novo em Portugal. Tenho boas memórias da Costa. Sinto-me bem aqui", confidenciou o recordista de títulos nacionais Open.
Entre o lote de lusos que vão vestir a licra, está também o local Guilherme Ribeiro. "Mais um ano, mais um cartaz! Quero agradecer, por isso, a toda a organização! O início do período de espera parece que não vai ter muitas ondas, mas a Costa de Caparica nunca desilude. Temos sempre boas ondas. Nesta etapa, estão 3000 pontos em jogo, por isso sei que tudo é possível. Também sei que não estou assim tão perto de entrar em posição de qualificação para a Challenger Series. É preciso ter os pés bem assentes na terra, mas acima de tudo divertir-me”, concluiu Guilherme, que terá a árdua tarefa de enfrentar o atual líder do ranking regional europeu, Maxime Huscenot, no primeiro heat em que estiver em ação.
Veterano do WQS, Maxime há mais de uma década corre atrás da qualificação para o CT, tendo já ficado bem perto. “Tem sido sempre o meu sonho, todos os anos, sinto-me muito perto. Espero desta vez alcançar a elite do surf”, disse o surfista gaulês.
Huscenot está habituado a competir em Portugal, para onde viaja frequentemente, e onde já venceu, por exemplo, nos Açores. “Amo Portugal. É um dos países no qual sinto-me mais perto de casa. O meu patrocinador é daqui. Alguns dos meus melhores amigos são de Portugal. Estou atualmente no primeiro lugar do ranking e obviamente conquistar o título europeu é um dos meus principais objetivos. O Vasco conquistou-o aqui no ano passado, se puder ser eu este ano, era ótimo. Além disso, as ondas são ótimas. Este e o próximo evento, em Santa Cruz, terão um grande nível. Será um grande treino antes da Challenger Series”, concluiu o ex-campeão mundial júnior em 2010.
Este é mais um ano em que a autarquia de Almada aposta no surf de excelência. E para a presidente do município, Inês de Medeiros, não há dúvidas sobre o potencial da modalidade.
“Para nós, autarquia, continua a ser uma aposta. Sobretudo é uma aposta naquilo que é uma política de desporto que queremos que seja o mais ampla possível. Não é difícil perceber a aposta. Basta olhar em frente e ver este mar maravilhoso, esta terra extraordinária, que é a Costa de Caparica”, disse a autarca.
Além do município, no palco da prova, também a Junta de Freguesia local terá um espaço especial em que vão decorrer workshops com uma componente sustentável, com vista a alertar para a importância da preservação da costa.
Ideia reforçada por Francisco Spínola, diretor-geral da WSL para a Europa, África e Médio Oriente. “De facto, Portugal tem uma costa inacreditável. Por isso é que nos tornámos rapidamente o maior país de surf na Europa em termos de eventos. Temos eventos de todas as categorias, inclusive eventos de ondas grandes e isto tudo num espaço de costa tão curto. Os nossos estádios estão aqui! Só temos de os preservar”, começou por dizer o responsável.
E acrescentou: “Não podíamos estar mais satisfeitos de fazer esta prova aqui na Caparica. Eu, particularmente, já que foi aqui que comecei a surfar. Fui federado por um clube da Caparica. Portanto, dá-me um gosto enorme ter aqui esta prova e saber que a Caparica nunca desilude.”
Sobre a importância, em termos de pontos, desta etapa, Francisco acrescentou: “Este é um evento muito importante, tanto este, como o de Santa Cruz, que vão praticamente qualificar os surfistas europeus para o Challenger Series, ou seja, as provas que dão acesso à elite do surf mundial, que é o que estes surfistas que aqui estão hoje mais ambicionam”, concluiu.
À semelhança do que sucedeu em 2021, o evento conta com Hugo Pinheiro como diretor de prova. O cinco vezes campeão europeu de bodyboard e local da Costa de Caparica acredita que a sua terra natal não vai desiludir os melhores surfistas europeus.
“Já todos referiram o potencial que esta praia tem. A nossa Costa de Caparica é palco de treinos de muitos surfistas. Isso é a maior prova que temos. Para já, vamos ter uns dias pequeninos, mas a partir de quinta-feira vêm aí boas ondas, a culminar no sábado com altas ondas”, explicou Hugo Pinheiro.
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