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  • Pela primeira vez desde que é surfista profissional, Maya Gabeira venceu um campeonato. Onde? Na Nazaré, naturalmente
    13 fevereiro 2022
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  • A recordista mundial do Guinness voltou a viver mais um momento histórico na Nazaré, a localidade na qual tem passado grande parte da sua vida a quebrar barreiras.
  • No campo feminino quando falamos em big riders que desafiam as maiores ondas do planeta há um nome que salta imediatamente para cima da mesa, seja por parte dos que acompanham o fenómeno ou por aqueles que não se interessam tanto por esta atividade e dão apenas uma olhada às letras gordas.

    Essa destemida big rider é Maya Gabeira. Nascida na cidade maravilhosa a 10 de abril de 1987, esta carioca tem dedicado grande parte da sua vida a quebrar barreiras no Canhão da Nazaré. "Com treino é sempre possível superar os nossos limites", disse em entrevista ao MEO Beachcam no passado.

    Ali, na desafiante mar da Praia do Norte, Maya Gabeira já viveu um pouco de tudo. Para o bem e para o mal. Em outubro de 2013, um violento wipeout quase que roubou a vida à big rider brasileira. O susto foi tão gigante como as ondas que Maya surfa. Só que a surfista sul-americana não se amedrontou e mostrou todo o seu espírito guerreiro e de constante superação perante os desafios que a vida coloca. Recuperou e voltou na máxima força à arena nazarena. Fez história. Não uma, mas duas vezes em pouco mais de dois anos. Maya Gabeira bateu sucessivamente o recorde mundial do Guinness da maior onda surfada por uma mulher.

    Primeiramente com 20,7 metros em janeiro de 2018 e depois com 22,5 metros a 11 de fevereiro de 2020. Este último recorde foi protagonizado na primeira edição do Nazaré Tow Surfing Challenge. Curiosamente, um evento onde Maya, apesar deste feito incrível, nunca havia conseguido sair vencedora. Uma espinha atravessada na big rider de 34 anos, que tem uma ligação tão forte à Nazaré. A localidade que mudou por completou a sua vida. 

    Porém, essa malapata já teve os seus dias contados. Os astros alinharam-se e à terceira foi de vez. Na edição de 2021/2022 do Nazaré Tow Surfing Challenge, Maya Gabeira gritou finalmente vitória no prestigiante campeonato de tow-in. Foi a mais forte no duelo com a compatriota Michelle des Bouillons, que só ficou a decidido a favor de Maya no seu último heat. Fora da equação ficou Justine Dupont desde muito cedo. A big rider francesa partiu o pé esquerdo, ela que nas últimas duas edições da prova nazarena havia sido a mais forte entre as senhoras. 

    E este não foi um triunfo qualquer para Maya Gabeira. Aos 34 anos, esta foi a primeira vitória enquanto surfista profissional num campeonato. É verdade. Num currículo onde pontificam mil e um XXL Awards e sucessivos recordes mundiais do Guinness, faltava esta conquista.

    E não se pense que foi fácil, até porque não há glória sem dor, no sentido literal. "O dia começou difícil. Perdemos um jet ski e levei muita 'porrada' no início do primeiro heat. Sofri uma pequena lesão na coluna e já só pensava em regressar a casa. Decidimos continuar. Equilibrei as emoções, o que nestas situações é sempre um desafio. Com a lesão da Justine, que é uma grande competidora, sabia que tinha de ficar focada na oportunidade", contou Maya Gabeira ao MEO Beachcam. 

    Ao lado da big rider brasileira esteve o gaulês Pierre Caley, naquela que foi a estreia competitiva desta dupla. Uma parceria de sucesso, cujas arestas vieram a ser limadas nos últimos tempos. "Estamos a surfar juntos há mais de um mês. Faz a diferença. Se treinarmos sempre com o mesmo parceiro, as coisas acabam por dar certo", confidenciou Maya. E deram mesmo certo. 

    Depois de um início de temporada marcado por uma lesão, Maya Gabeira viu a recompensa do trabalho árduo que desenvolve diariamente. Voltou a subir ao topo na Nazaré, o local de todas as conquistas. A época caminha para o fim, mas a big rider sul-americana rejeita que este tenha sido o auge. Afinal, nunca se sabe o que lá vem. "Para mim a temporada ainda não acabou. Estarei aqui para o próximo swell". Seja no masculino ou no feminino, os grandes campeões são assim. Insaciáveis e sempre à procura de mais, mais e mais. 

     

     

     

     

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