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Com a segunda etapa do Championship Tour de 2022, o Hurley Pro Sunset Beach, a estar já nos quartos-de-final no setor masculino, podemos fazer algumas leituras sobre o que já foi surfado ou não até aqui.

E um dos factos que pode ser extraído de uma etapa e meia já realizadas é o discreto e dececionante início de campanha do top 5 mundial em 2021, a mão cheia de surfistas que ganhou o direito próprio a disputar a histórica finalíssima de Trestles, onde tudo ficou decidido a favor do brasileiro Gabriel Medina. Precisamente, o atual campeão mundial encontra-se fora da equação, para já. Gabe está a recuperar de problemas físicos e mentais, não tendo viajado até ao arquipélago do Havai para o kick-off de 2022.

No que toca a quem tem andado dentro de água com a licra vestida, os restantes que estiveram em Trestles têm apresentado menor fulgor. Filipe Toledo, Ítalo Ferreira, Conner Coffin e Morgan Cibilic. E não estamos a falar de surfistas quaisquer. Neste lote, temos o campeão mundial de 2019 (Ítalo), o vice-campeão mundial da última época (Toledo) e ainda o surpreendente rookie de 2021 (Cibilic). 

Um passado de respeito, mas que em Pipeline e Sunset Beach não evitou desfechos dececionantes, que não correspondem em nada aos pergaminhos evidenciados na última campanha. Mau momento de forma? Ondas não favoráveis ao estilo de surf? Erros em momentos determinantes? Adversários a surpreenderem?

Se olharmos atentamente para o desempenho destes quatros competidores até ao momento, vemos que há algo que têm em comum. Nenhum deles conseguiu chegar ao dias das finais em Pipe e Sunset. Os melhores resultados acabam por ser três nonos lugares. Dois da autoria de Filipe Toledo e um de Ítalo Ferreira, no caso em Pipeline. 

Para o da Baía Formosa esta foi a primeira vez desde 2015, o seu ano de rookie, que após as duas primeiras etapas da temporada não registou nenhuma aparição nos quartos-de-final. Depois do histórico título olímpico alcançado em Tóquio'2020, Ítalo fechou a temporada transata em decrescendo e teima em não voltar aos dias mais gloriosos. Tem agora os Supertubos para a redenção, ele que foi o vencedor da última etapa do circuito mundial realizada na Capital da Onda.

Quanto ao compatriota Filipe Toledo, o vice-campeão mundial em 2021 não tinha um arranque tão morno desde 2014, quando também não conseguiu atingir os quartos após duas provas. De todos os nomes elencados, Filipe foi aquela que já deu um ar da sua graça. No Hurley Pro Sunset Beach, mostrou bom surf e teve petíssimo de meter-se nos quartos-de-final. Foi mesmo por um triz. Porém, um super Ethan Ewing travou a caminhada de Toledo já sobre a buzina.

Já o norte-americano Conner Coffin, quarto classificado do ranking no ano passado, começou a época com dois 17º lugares e tal como Ítalo Ferreira já sentiu na pele os estragos do surf de Barron Mamiya, o havaiano que tem vindo a dar água pela barba aos tops mundiais.

Por último, Morgan Cibilic iniciou o ano a fazer aquilo que nunca tinha feito. Isto é, perder de primeira numa etapa do CT. Em Sunset Beach, as melhorias foram ténues. Foi apenas até à ronda 3 e para a sobrevivência na ronda de eliminação foi preponderante a interferência assinalada ao compatriota Owen Wright. Pouco para quem o ano passado teve uma ascensão meteórica no CT e fez meia-final logo à segunda etapa, disputada na sua Merewether Beach e com direito a eliminação do então licra amarela John John Florence pelo meio. Fechou a época no quinto posto do ranking e com a já mencionada distinção de rookie da época.

Contas feitas, o panorama atual não deixa grande margem para muitos mais deslizes. Se não houver reação imediata em Supertubos, a possibilidade de arrasto pelo cut a meio da época pode começar a ser uma dura realidade, fundamentalmente para Conner Coffin e Morgan Cibilic.

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