Homepage

  • Repescagem, mas só para alguns!
    11 fevereiro 2022
    arrow
  • Frederico Morais é um dos surfistas que já passou mais vezes pela ronda 2.
  • Foi há praticamente três anos, no arranque da temporada de 2019, que a WSL decidiu mudar um pouco o formato do WCT, introduzindo uma nova realidade competitiva. Um formato que nos trouxe uma nova e muito reduzida ronda de repescagem e ainda passou os campeonatos para heats man-on-man a partir da ronda 3, acabando com a antiga segunda ronda de repescagem. Além claro, de ter tornado a ronda inaugural numa seeding round, onde os resultados são determinantes para apurar uma nova ordem de seeding para a fase a eliminar.

    Duas temporadas volvidas - em 2020 a pandemia cancelou o CT -, a análise feita ao que se passou neste novo formato aponta para uma ronda inaugural mais facilitada. O que acaba por ser evidente a partir do momento em que os dois primeiros de cada heat avançam diretamente para a ronda 3, ao contrário do que acontecia posteriormente, onde só o primeiro tinha passagem direta e todos os outros seguiam para repescagem. Mesmo que pelo meio do processo os segundos classificados de cada heat não saia beneficiados em termos de seeding para a fase seguinte, ao contrário dos vencedores.

    Contudo, o facto de termos passado de uma ronda 2 de repescagem com 24 surfistas para apenas 12, que acaba por gerar apenas quatro eliminações nessa fase, faz com que esta ronda não esteja direcionada para todo o tipo de surfistas do CT. Sobretudo os principais favoritos ao título. Os números mostram isso mesmo, com três dos principais nomes do surf mundial da atualidade a ainda nem sequer se terem estreado nesta ronda, desde que foram feitas as alterações pela WSL, no início de 2019.

    Ao contrário de antigamente, em que eram vários os tops a serem surpreendidos na repescagem, desde 2019 há três nomes que nunca caíram nesta fase. Falamos do super trio brasileiro composto por Gabriel Medina, Italo Ferreira e Filipe Toledo. É certo que Medina não iniciou a temporada de 2022, falhando Pipe, mas Toledo e Ferreira mantiveram essa tradição de escapar facilmente à repescagem na etapa inaugural do CT 2022. Do atual elenco da elite mundial ainda se junta outro brasileiro: Miguel Pupo. Contudo, o mano mais velho dos Pupo não correu o CT em 2019.

    A título de curiosidade, a última vez que Medina tinha ido à repescagem no formato anterior tinha sido na primeira etapa de 2018, em Snapper Rocks. Italo havia por lá passado em J-Bay nesse mesmo ano, enquanto Toledo esteve na repescagem no Pipe Masters de 2018, antes de se dar a alteração. Mas qual deles beneficiou mais da ronda inaugural em termos de número de vitórias? Curiosamente, foi Filipe Toledo, a boa distância dos rivais. Em duas temporadas, Toledo conseguiu 14 triunfos na ronda inaugural, sem contar com a etapa mais recente em Pipeline. Medina somou 11 triunfos e Italo apenas 9.

    Quanto aos outros nomes sonantes, como John John Florence ou Kelly Slater, já passaram por lá, mas poucas vezes. Embora também tenham falhado várias etapas por motivos de lesão. Kelly já foi por duas vezes à repescagem, uma dela logo na estreia do formato, acabando eliminado. Já John John apenas por uma vez teve de passar pela ronda 2, o que demonstra bem que esta fase não é para os surfistas de topo.

    O outro surfista que iguala John John na estatística é Griffin Colapinto, também ele apenas uma vez relegado para esta fase. Morgan Cibilic (2) e Ethan Ewing (1), também se destacam nesta estatística, embora não tenham competido em 2019. Já Kolohe Andino passou por lá duas vezes, mas esteve ausente durante praticamente toda a temporada passada.

    Em sentido inverso, temos os maiores clientes desta ronda, onde podemos encontrar o português Frederico Morais. Os recordistas de presenças em repescagens são Leonardo Fioravanti e Jadson Andre, ambos com oito passagens por essa fase. Seguem-se Kikas e Conner Coffin, com 7 presença. Um número que não deixa de ser surpreendente em relação ao norte-americano, que no ano passado conseguiu a qualificação para a finalíssima de Trestles, depois de ter sido top 5 do ranking, apesar de todos estes “solavancos” iniciais. Ryan Callinan (5) e Deivid Silva (5) são outras das presenças regulares nesta fase.

    Se olharmos para o circuito feminino já não encontramos nenhuma surfista isenta de ter ido à repescagem. O que também comprova que com menos surfistas no top mundial, a competitividade aumenta. Sim, Carrissa Moore já esteve uma vez nas repescagens nestas duas últimas épocas. Tal como Lakey Peterson, que competiu bem menos vezes do que a havaiana, devido a lesão. Tyler Wright, Stephanie Gilmore e Caroline Marks, que foi mesmo eliminada desta fase em Pipe, apenas por duas ocasiões estiveram na repescagem.

    No outro lado da moeda, temos Brisa Hennessy, que é de longe a recordista de presenças, com 8 passagens pela repescagem. Um número que reflete bem as dificuldades sentidas pela surfista costarriquenha entre a elite mundial. Ela que no ano passado, por exemplo, se requalificou apenas pelas Challenger Series, depois de ter falhado o top 10 mundial. Malia Manuel e Johanne Defay são as surfistas que se seguem na lista, com 5 presenças. Tal como Coffin, também Defay parece começar as provas com alguns percalços, embora isso não a tenha impedido de ir a Trestles discutir o título em 2021.

    Com Sunset prestes a começar, como será desta vez? Se quiserem apostar, as tendências estão aí à vista. Será desta que Italo e Toledo são atirados para a repescagem? Um cenário que os obrigaria a serem derrotados não só por um, mas por dois surfistas. E sendo eles top seeds pelo caminho têm sempre wildcards. As respostas começam a ser dadas hoje.

     

    Para acompanhar e confirmar live, os dados sobre o estado do mar, podes usufruir da nossa rede de livecams e reports preparada para essa finalidade.

    Visita a nossa Loja Online, encontras tudo o que precisas para elevar o teu nível de surf!

    Segue o Beachcam.pt no Instagram

Outras Notícias Relacionadas