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- Irmão mais novo de Lucas Chianca prova que os tubos e ondas pesadas correm nas veias da família…
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João Chianca. Este pode não ser o nome mais apelativo e vendável em termos de marketing para um surfista da elite mundial. Vindo de uma família de surfistas, o jovem brasileiro pode até nem ser o rookie sobre o qual recaem maiores expectativas e mais hype antes do arranque da temporada. Criado na sombra do irmão, o famoso big rider Lucas Chumbo, João chegou ao CT em 2022, quase de forma silenciosa. Mas na estreia competitiva no Billabong Pro Pipeline mostrou mais que uma vez aquilo que muitos não conseguem numa vida inteira. João Chianca não veio para o Tour para brincar. O aviso foi dado. E com estrondo!
Depois de ter formado com Samuel Pupo a dupla de brasileiro que conseguiu uma qualificação suada para o CT 2022, ao contrário de anos anteriores em que o Brasil dominava o WQS, “Chumbinho” apresentou-se no Havai como uma boa surpresa para a nova temporada. Especialista em condições exigentes, pois os tubos e ondas grandes correm no sangue da família, o jovem surfista natural de Saquarema certamente não é dos novatos mais “mediáticos”, mas rapidamente mostrou a todos para o que vai.
O passado já o mostrava talhado para boas performances, sobretudo em ondas tubulares. Além do 3.º lugar no Mundial Júnior da WSL de 2017, João Chianca junta ainda um triunfo num QS3000 chileno, nos tubos de Iquique, em 2019. No ano seguinte teve a sua estreia em Pipeline, onde conseguiu um incrível 2.º posto no mítico Volcom Pipe Pro, superado apenas por Wiggolly Dantas. Um resultado prometedor, mas com as suas esperanças no WQS a serem afetadas pela pandemia e o final de temporada antecipado.
Aos 21 anos, João Chianca está agora no topo do surf mundial. E começou a sua prestação no CT de forma inesquecível, deliciando os brasileiros e também a crítica internacional. Apesar de já não estar na disputa da etapa havaiana, a prestação de Chumbinho foi sempre brilhante, desde a primeira ronda até aos oitavos-de-final, onde ia causando a maior surpresa do evento. Foi por pouco que não tombou John John Florence. Isto depois de ter eliminado o especialista Jack Robinson na ronda 3 – algo que já tinha feito nesse memorável Volcom Pipe Pro de 2020.
Os primeiros sinais foram dados logo na ronda inaugural. Apesar de estar no mesmo heat de John John, Chianca não venceu mas foi uma das estrelas do dia, depois de somar 15,30 pontos. Entre os rookies, o jovem brasileiro foi o que mais impressionou. A prestação na estreia deixava expectativas altas para o resto do evento, mas poucos seriam os que apostariam nele frente a Jack Robinson, que tinha sido o surfista em maior foco no primeiro dia de ação.
Contudo, o rookie canarinho não deu qualquer hipótese à estrela australiana, vencendo com 13,37 pontos contra apenas 8,33 de Robo. Um triunfo que o colocou novamente frente a frente com John John nos oitavos-de-final. A favor do havaiano estava o facto de já não haver fator surpresa. Todos estavam avisados para o potencial de João Chianca. O jovem que na segunda aparição em Pipeline e na primeira vez que competiu no CT dava sinais de ser especialista nos tubos mais temidos do planeta e ter um apetite voraz por eliminar grande nomes.
A verdade é que John John acabou por levar a melhor num duelo espetacular. Foram 17,77 pontos contra 16,74, com Chianca a falhar a reviravolta perto do fim. Contudo, talvez nunca uma derrota tenha causado tão boa impressão. Até porque nesse heat Chianca fez a melhor nota do evento até ao momento. Um tubaço pontuado com 9,87 pontos, em que dois dos cinco juízes chegaram a soltar a nota 10.
Pode ser cedo para lhe entregar o título de rookie do ano, até porque há dois novatos ainda em prova nos quartos-de-final. Mas ficou a certeza que este é um dos nomes com quem podemos contar para animar o Tour. Sobretudo, neste tipo de condições. Oxalá, supere o cut do meio do ano, pois a segunda metade da época parece ser a sua praia. O aviso foi dado. Os favoritos que se cuidem quando tiverem pela frente um Chumbinho que é carga pesada!
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