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  • As voltas da vida de Caio Ibelli: de chamado a substituir Medina aos quartos-de-final em Pipeline
    02 fevereiro 2022
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  • O bonito desempenho do surfista brasileiro na meca do surf mundial é fruto de uma performance que não tem dado muito nas vistas, mas tem sido extremamente eficaz em cada bateria disputada.
  • É um velho chavão dogmático dizer que de repente tudo pode mudar de um momento para o outro na vida. Para o bem e para o mal. E é precisamente a face mais positiva desta moeda que Caio Ibelli tem vindo a viver nos últimos dias no que toca ao desporto do qual decidiu fazer profissão: o surf.

    No entanto, antes de mais há que fazer um enquadramento. Para aqueles que possam estar mais desatentos, convém relembrar que este rapaz faz parte da tempestade brasileira que assolou o Dream Tour, cujas aventuras à volta do globo podem ser acompanhadas através da famosa página instagramica People On Tour.

    Nos muitos campeonatos disputados, 2018 foi exceção devido a lesão prolongada, Caio teve como melhor resultado um vice-campeonato no mítico Rip Curl Pro Bells Beach de 2017. Um ano antes, havia sido o rookie da temporada. 

    Não tocou o sino de Bells, tal privilégio coube ao gigante Jordy Smith, mas Ibelli foi conquistando o seu espaço no Championship Tour (CT). Nunca foi top 10 mundial, mas esteve sempre ali. Habituamo-nos à sua presença por estas paragens. Porém, o final de 2021 trouxe uma mudança importante para o surfista brasileiro. Caio Ibelli perdeu a sua vaga no CT, o circuito no qual pontificava desde 2016. Primeiro, não conseguiu a requalificação direta via CT e depois não alcançou o mesmo desiderato através do circuito Challenger Series, onde teve uma participação discreta. Foi apenas o 68º colocado ao cabo de quatro etapas disputadas.

    Com o mindset para enfrentar uma outra realidade, à qual certamente já não estava acostumado, foi assim que Caio Ibelli entrou no novo ano. Um ano diferente, implicando a participação noutro tipo de campeonatos, mas que afinal começou com velhos hábitos. Uma incursão pelo passado mais recente e que tão boas memórias traz a este surfista de 28 anos. Exatamente, o CT. 

    O anúncio de que o campeão mundial Gabriel Medina iria falhar o arranque da temporada em Pipeline devido a problemas físicos e mentais, abriu novamente a janela mundialista para o compatriota. Se recentemente, Caio não conseguiu ir de encontro ao CT, este agora veio de encontro à sua pessoa em forma de convite. E curiosamente para ocupar a vaga de um surfista com o qual teve um quiproquó em 2019, que meteu interferências ao barulho. 

    E assim tivemos Caio Ibelli a viajar até ao North Shore de Oahu para vestir a licra mundialista e logo na onda rainha do surf. Pipeline. Talvez sem grande pressão, mas seguramente mais motivado do que nunca para mostrar que o seu surf continua a ter nível CT, pese embora o sucedido há meses atrás, a verdade é que a oportunidade concedida pela World Surf League (WSL) foi agarrada com unhas e dentes. Por isso, esta incursão pelo Billabong Pro Pipeline já é histórica para o campo do paulista, independentemente do venha a suceder nos próximos dias. 

    Aos 28 anos de idade, Caio Ibelli chegou pela primeira vez aos quartos-de-final do mítico campeonato havaiano. Até agora, o seu melhor resultado no CT de Pipe eram dois nonos lugares (2017 e 2019).

    Este bonito desempenho do sul-americano pela meca do surf mundial é fruto de uma performance que não tem dado muito nas vistas, mas tem sido extremamente eficaz em cada bateria disputada. A abrir, atirou para as repescagens o rookie de 2021 e top cinco mundial, Morgan Cibilic. Depois, deitou borda fora Griffin Colapinto, que é sempre uma ameaça em Pipeline e o ano passado acariciou o apuramento para a finalíssima de Trestles. As portas dos quartos abriram-se ao desfeitear o rookie australiano Callum Robson. 

    Agora, o próximo adversário é o compatriota e estreante Samuel Pupo, que também tem vindo a dar muito boa conta de si. Em jogo neste duelo 100% brasileiro, está uma passagem às meias-finais, o que Caio já não consegue desde 2019 no universo CT. Então em Supertubos. É assim que sorrateiramente, o atleta brasileiro tem vindo a fazer o melhor campeonato mundialista desde que o CT voltou após o rebentar da pandemia.

    Há pouco mais de uma semana, provavelmente nem nos seus sonhos mais selvagens Caio Ibelli sonharia com esta realidade. Mas a verdade é que as coisas aconteceram neste sentido. E está lá, no campeonato dos campeonatos de surf. A vida nem sempre é fácil, mas é uma coisa tão bonita, não é?

     

     

     

     

     

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