Homepage

  • Mamiya e Hennessy vencem em Sunset e vestem de amarelo
    19 fevereiro 2022
    arrow
  • Nos homens foi um wildcard a vencer o evento, enquanto nas mulheres assistiu-se ao primeiro triunfo costarriquenho no CT.
  • O havaiano Barron Mamiya e a costarriquenha, mas nascida no Havai, Brisa Hennessy foram os vencedores do Hurley Pro Sunset Beach, a segunda etapa do CT 2022. Um triunfo surpreendente, que aconteceu já durante a madrugada de sábado em Portugal, e que teve o condão de colocar estes dois outsiders na liderança do ranking mundial. Ambos vão chegar a Portugal com a licra amarela vestida.

    Depois de uma chamada algo inesperada por parte da organização, num dia em que o mar desceu um pouco e onde muitos não acreditariam que houvesse competição, a ação foi retomada com os quartos-de-final masculinos. Numa prova onde já se saberia que poderia haver surpresa, uma vez que entre os oito surfistas ainda em prova apenas um deles tinha conseguido ser top 10 mundial no ano passado, havia também o interesse extra de quem seria o novo líder do ranking.

    Os candidatos começaram a perfilar-se e as histórias incríveis entre os surfistas ainda em prova pareciam concorrer entre elas. O primeiro vencedor do dia foi Caio Ibello. O surfista brasileiro nem sequer se qualificou para o CT 2022, mas aproveitou a ausência de Medina para fazer meia-final em Pipeline e em Sunset repetiu o feito, depois de eliminar o havaiano Zeke Lau nos quartos-de-final. Lembram-se da parte de ele não ter conseguido entrar no cut de qualificação no ano passado? Pois bem, este ano só com duas etapas já terá praticamente garantido a qualificação para 2023. E, pelo meio, perfilava-se como um dos grandes candidatos a capturar a liderança do ranking.

    A história da Cinderela de Ibelli só não chegou a um final ainda mais feliz porque nas meias-finais o surfista brasileiro cruzou-se com outro dos inesperados surfistas que estão a brilhar neste arranque de época. Depois de eliminar Seth Moniz, que era o líder provisório do ranking, de forma fácil nos quartos-de-final, o havaiano Barron Mamiya continuou a aproveitar o wildcard de forma ímpar. Num duelo muito equilibrado em que Ibelli saiu na frente, acabou por ser um erro do brasileiro já no final que permitiu ao jovem surfista local virar a bateria em cima da buzina.

    Depois de ter dado nas vistas em Pipeline, onde só foi travado no último segundo dos oitavos-de-final por Kelly Slater, Mamiya vingou-se dessa eliminação e em Sunset garantiu a final. Do outro lado teria o surfista mais letal do evento: Kanoa Igarashi. O japonês-mais-norte-americano-de-Portugal tinha começado o dia a eliminar o grande favorito Jack Robinson sem grandes margens para dúvidas e nas meias-finais bateu aquele que apresentou o melhor surf do evento, o australiano Ethan Ewing. Um duelo explosivo decidido nos pormenores e na escolha de ondas eficiente de Igarashi. Foram 16,20 pontos contra 15,83, que deixavam o japonês bem lançado para a grande final.

    Apesar de se mostrar em maior sintonia com um mar cada vez mais escasso de ondas com potencial e de até ter sido o primeiro a abrir as hostilidades, Kanoa acabou por provar do veneno que serviu à concorrência durante todo o evento. Mamiya, por sua vez, esteve praticamente parado na primeira metade do heat. Apanhou a primeira onda a apenas 17 minutos do final e rapidamente consumou a destruição do adversário. Quando o desfecho já parecia encaminhado, Mamiya ainda conseguiu a melhor onda da final, com 8,83 pontos, deixando Kanoa Igarashi em combinação. No final os 17 pontos, contra 12,33 do japonês, pouco interessaram perante o enorme e surpreendente feito do jovem havaiano.

    Primeiro foi a surpreendente vitória de Moana Wong em Pipeline, também como wildcard. Dias depois, foi a vez de Mamiya repetir a proeza, mas do lado masculino. Um feito que já não acontecia no Tour há praticamente uma década – nos homens não vencia um wildcard desde 2008 - e que num mês aconteceu por duas vezes. Após esta “perna havaiana” do CT, a verdade é que é um surfista convidado, que nem faz parte da elite mundial, que lidera o ranking. A parte do não fazer parte da elite é já passado, porque com este resultado Mamiya estará praticamente garantido dentro do cut de meio da temporada, o que significa que fica qualificado para 2023. E veremos se não vai mais longe até à finalíssima de Trestles. Para já, certo é que “auto convidou-se” para ir a mais uma etapa. Desta vez, em Portugal.

    No lado feminino a história foi em tudo idêntica, uma vez que, tal como nos homens, as duas surfistas que chegaram à final decidiram nesse heat quem seria a líder do ranking. Apesar do domínio das rookies ao longo do primeiro dia de prova, nas meias-finais acabou por prevalecer a experiência. Não só de idade mas a experiência de escolher as ondas neste tipo de mar. As meias-finais abriram com o triunfo de Malia Manuel frente à rookie Gabriela Bryan num duelo totalmente havaiano. No outro heat Brisa Hennessy derrotou a novata Bettylou Sakura Johnson.

    Na final estavam as duas únicas surfistas que se mantiveram na elite mundial, sem se terem qualificado entre o top 10 mundial do ano passado. De um lado Malia Manuel, que recebeu o wildcard de temporada, por ter sido a surfista que se seguia no ranking, uma vez que não existiam lesões. Do outro, Brisa Hennessy que teve de recorrer às Challenger Series para se requalificar para o CT.

    Aos 28 anos e na décima temporada entre a elite mundial, Manuel partia como favorita, até por estar na sétima final da carreira. Contudo, foi Brisa Hennessy a escrever história, deixando a mais experiente ainda à espera da sua primeira vitória na elite mundial. Os 12,83 pontos de Hennessy foram suficientes para derrubar os apenas 7,46 de Manuel. Um desfecho que ofereceu o primeiro triunfo da história no CT à Costa Rica, embora Brisa seja uma nativa havaiana.

    Mamiya e Hennessy alcançaram, assim, triunfos que tiveram tanto de sensacional como de inesperados. E foi dessa forma que chegaram à liderança do ranking mundial, após duas etapas com muitas surpresas à mistura. É, por isso, normal que o circuito venha para Portugal com um ranking completamente baralhado. Os finalistas vencidos desta etapa surgem na vice-liderança, enquanto os anteriores líderes caíram para a 5.ª posição, no caso de Slater, e 3.ª no caso de Moana Wong – será interessante perceber se terá convite para Peniche. A festa do melhor surf mundial segue agora para Supertubos, de 3 a 13 de Março, onde os favoritos terão de arrepiar caminho para evitar mais surpresas como as que o Havai ofereceu.

    Hurley Pro Sunset Beach presented by SHISEIDO Women’s Final Results:
    1 - Brisa Hennessy (CRI) 12.83
    2 - Malia Manuel (HAW) 7.46

    Hurley Pro Sunset Beach presented by SHISEIDO Men’s Final Results:
    1 - Barron Mamiya (HAW) 17.00
    2 - Kanoa Igarashi (JPN) 12.33

    Hurley Pro Sunset Beach presented by SHISEIDO Women’s Semifinals Results:
    HEAT 1: Malia Manuel (HAW) 12.66 DEF. Gabriela Bryan (HAW) 10.23
    HEAT 2: Brisa Hennessy (CRI) 15.17 DEF. Bettylou Sakura Johnson (HAW) 8.23

    Hurley Pro Sunset Beach presented by SHISEIDO Men’s Semifinals Results:
    HEAT 1: Barron Mamiya (HAW) 10.37 DEF. Caio Ibelli (BRA) 9.80
    HEAT 2: Kanoa Igarashi (JPN) 16.20 DEF. Ethan Ewing (AUS) 15.83

    Hurley Pro Sunset Beach presented by SHISEIDO Men’s Quarterfinals Results:
    HEAT 1: Caio Ibelli (BRA) 16.03 DEF. Ezekiel Lau (HAW) 13.23
    HEAT 2: Barron Mamiya (HAW) 13.50 DEF. Seth Moniz (HAW) 8.43
    HEAT 3: Ethan Ewing (AUS) 15.70 DEF. Jake Marshall (USA) 10.87
    HEAT 4: Kanoa Igarashi (JPN) 16.27 DEF. Jack Robinson (AUS) 13.27

     

    Para acompanhar e confirmar live, os dados sobre o estado do mar, podes usufruir da nossa rede de livecams e reports preparada para essa finalidade.

    Visita a nossa Loja Online, encontras tudo o que precisas para elevar o teu nível de surf!

    Segue o Beachcam.pt no Instagram

Outras Notícias Relacionadas