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É já este sábado que arranca o período de espera do Billabong Pro Pipeline, prova que vai abrir a temporada de 2022 do circuito mundial de surf. Para a abertura das hostilidades, nada melhor do que deliciarmo-nos com ação na onda rainha do surf mundial por parte dos melhores surfistas do planeta Terra. 

No setor masculino, sim este ano também vai haver pela primeira vez Pipe a full-time para as mulheres, há um facto interessante que sobressai no heat draw. Dos 36 surfistas que vão vestir a licra de competição, o Peru puxou para o seu lado duas dessas vagas. Desta forma, vamos ter a entubar em Pipeline tantos surfistas peruanos como sul-africanos ou europeus, cujo o magro contingente está a cargo do nosso Frederico Morais e do italiano Leo Fioravanti.

Esta representação inca no North Shore da ilha havaiana de Oahu deve-se a Lucca Mesinas e Miguel Tudela. Curiosamente, os dois surfistas que o ano passado também levaram o surf do Peru ao maior evento desportivo do mundo, marcando presença na primeira prova olímpica da história. Graças ao magnifico quinto lugar obtido, Mesinas até veio diplomado de Tóquio'2020. 

Agora, Lucca e Miguel chegam ao emblemático campeonato havaiano em contextos diferentes. No CT masculino, Mesinas é o primeiro surfista da história do Peru que vai fazer o CT a tempo inteiro. A qualificação de Lucca foi obtida in-extremis em 2021 após uma prestação de méritos durante o circuito Challenger Series. E o batismo na arena das arenas não poderia ser melhor. O surfista de 25 anos vai estar no mesmo heat do que Kelly Slater, o surfista que mais laureado da história do Pipe Masters. O australiano Jack Robinson será o outro oponente do medalhado de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 2019. 

Já Miguel Tudela não é permanente no CT, mas volta a participar pela segunda vez consecutiva neste evento, depois de em 2020 ter feito a sua estreia após qualificação via Pipe Invitational. Desta feita, o surfista de Punta Hermosa ganhou o direito de comer à mesa dos grandes por causa de um wildcard atribuído pela Billabong, marca que é o main sponsor do evento e também patrocina Tudela.

Esta acaba por ser uma recompensa atribuída ao surfista de 27 anos, uma vez que em 2020 foi forçado a terminar abruptamente a sua participação no Pipe Masters. Tudo por causa de ter saído lesionado de um violento wipeout durante o free surf no período de espera do campeonato. Como adversários, o surfista sul-americano terá o rookie australiano Callum Robson e novamente Ítalo Ferreira.

É assim que Lucca Mesinas e Miguel Tudela garantiram os seus lugares no Billabong Pro Pipeline. Dois surfistas com histórias diferentes, no entanto, unidos na representação de um país que recentemente tem vindo a conquistar o seu espaço em diferentes competições internacionais do surf masculino.

Porém, convém sempre recordar que para trás está igualmente uma história bonita para o Peru. Sofia Mulanovich foi campeã mundial de surf em 2014 e Piccolo Clemente proclamou-se campeão do mundo de longboard em 2013 e 2015. Em termos de América do Sul, não é só o Brasil que tem património.

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