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  • Carissa Moore pode dormir descansada. O futuro do surf feminino havaiano promete
    06 janeiro 2022
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  • Três jovens surfistas deixam transparecer que o Havai pode ter encontrado uma geração de ouro no campo das senhoras.
  • O Havai é um grande território de surf. Ali mora a onda rainha do surf mundial. Pipeline.

    A este spot mundialmente conhecido e desejado juntam-se outros surf breaks de topo, pelo que não é de estranhar que vários surfistas havaianos já tenham sido campeões mundiais. Bem, pelo menos no setor masculino.

    No que toca às senhoras, a história é pintada de forma bem diferente. O bastião do surf feminino havaiano é a implacável Carissa Moore. Desde 2011, Riss foi campeã mundial por cinco ocasiões, sendo que está numa sequência de dois títulos mundiais consecutivos. É a terceira surfista mais laureada da história, por estes dias.

    A carreira de Carissa tem vindo a ser pautada por um sucesso estrondoso, mas como em tudo na vida não vai durar para sempre. Inevitavelmente, haverá uma altura em que Moore deixará de ser dona e senhora do surf mundial.

    Veja-se o caso da campeoníssima Stephanie Gilmore que aos 33 anos, completa 34 primaveras no próximo dia 29, parece dar mostras de ter entrado na curva descendente da sua gloriosa carreira. A prova dos nove irá ser feita em 2022.

    Por isso, antes que Carissa Moore comece a abrir fissuras no seu surf, há uma pergunta que pode ir para cima da mesa: quem se segue no contexto Havai para seguir as pisadas de uma das melhoras surfistas da história? 

    A resposta parece que começou a ser dada na passada edição da Challenger Series, o circuito que definiu as últimas vagas para o Championship Tour (CT) de 2022.

    Em termos femininos, entre as seis surfistas que alcançaram a qualificação, 50% são havaianas. Havaianas e jovens promessas, contrastando por exemplo com a trintona Coco Ho, que em 2021 também acariciou o regresso ao topo da pirâmide, mas acabou por ficar de fora.

    A taxa de 50% de sucesso foi cortesia das sublimes campanhas protagonizadas por Gabriela Bryan, Bettlyou Sakura Johnson e Luana Coelho Silva. Todas elas muito jovens, Bettylou e Luana têm apenas 16 e 17 anos, respetivamente, mas com uma ambição gigante.

    Três nomes que no início deste circuito pouco poderiam dizer à grande maioria daqueles que acompanham estes campeonatos, mas que dada a qualidade das suas exibições rapidamente deixaram os fãs de queixo caído e colocaram-se no mapa do surf internacional. 

    Os desempenhos falam por si e nem mesmo o maior desconhecimento de ondas como Ribeira d'Ilhas e Les Culs Nus veio atrapalhar esta marcha triunfante e superior.

    Aliás, nas ondas de CT com que o MEO Vissla Pro Ericeira foi brindado, esta tríade não se acanhou. Apertou os dentes e com muita classe mostrou toda a qualidade do seu surf na direita ericeirense. As várias notas no patamar da excelência referendam isto mesmo. 

    Aprofundando a análise, vemos que das quatro etapas disputadas, duas delas foram parar às mãos de Luana (Ericeira) e Bettylou (Haleiwa). Isto já para não falar da impressionante consistência da primeira campeã de sempre deste circuito, Gabriela Bryan. Foi segunda classificada em três das etapas realizadas.

    Jovens, irreverentes, ambiciosas, inconformadas, com muito surf no pé e acima de tudo com uma gigante margem de progressão, esta troika deixa transparecer que o surf feminino havaiano pode ter encontrado uma geração de ouro.

    Estamos diante de uma fornada que deixa antever muitos sucessos e promete provocar um sismo no atual status quo instalado no Women's World Tour (WWT). Quem sabe emulando aquilo que fez a norte-americana Caroline Marks em 2019, no ano antes da chegada da pandemia. Agitou as águas ao ser vice-campeã mundial com apenas 17 anos, tendo levado a decisão do título até à última etapa. É verdade que o formato do Tour agora é outro, mas tudo pode acontecer.

    Há quantos anos o WWT não tinha um lote de rookies tão forte? É que a este trio podemos ainda juntar o fenómeno Caitlin Simmers. A próxima temporada tem todos os ingredientes para ser uma das mais competitivas de sempre, envolvendo um confronto geracional. De um lado a velha guarda e do outro as jovens com sangue na guelra e prontas a assaltar o poder sem pedir licença.

    O Havai é um inesgotável viveiro de talentos por lapidar. A prova está mais uma vez aí. Carissa Moore pode continuar a fazer a história e dormir descansada. Salvo algo transcendental, o futuro está bem entregue.

     

     

     

     

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