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  • "Alergia" dos tops às ondas francesas baralha contas da qualificação
    20 outubro 2021
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  • Apenas dois homens e duas mulheres que chegaram a Hossegor dentro do cut continuam em prova…
  • Hossegor está a ser o palco da terceira de quatro etapas do novo circuito Challenger Series, onde estão em jogo 6 vagas femininas e 12 masculinas para o CT 2022. Depois de um espetáculo sem igual nas ondas da Ericeira, que recebeu a segunda etapa deste circuito há poucos dias, agora são as ondas do sudoeste francês a receberem centenas de candidatos à elite mundial. Contudo, em França a ação tem sido peculiar.

    Além a raridade de assistirmos à prova dividida em dois picos e a verdadeiras maratonas de surf, que culminou com 39 heats realizados este quarta-feira, a verdade é que os surfistas que chegaram aqui na frente do ranking não se deram bem com o mar gaulês. Dos surfistas 18 surfistas que estavam dentro do cut de qualificação para esta prova, apenas quatro prosseguem em prova. Um cenário que acaba por baralhar as contas de qualificação, aumentando o drama para a etapa final, que acontecerá entre novembro e dezembro em Haleiwa, no Havai.

    Quem também pode sair beneficiado com este cenário de incerteza são os surfistas portugueses que lutam para se juntarem a Frederico Morais na elite mundial. Curiosamente, Kikas é já o único português em prova em Hossegor, ele que já tem a sua vaga no CT 2022 assegurada em virtude da grande campanha que fez este ano no principal circuito, onde terminou no top 10 mundial. Com todos os outros representantes lusos a serem já eliminados da prova francesa, estas eliminações do top vão ajudar a que se saia de França com a velha amiga calculadora na mão.

    Analisando a prova até ao momento, com a prova feminina parada à porta dos quartos-de-final, já só com oito surfistas em jogo, e com a prova masculina a postos para a ronda 3, onde já só estão 24 surfistas a competir, percebemos que este não foi um evento em que os tops se tenham dado bem. Também por culpa de as ondas francesas estiveram mais perto de um cenário de lotaria do que propriamente um campo de seleção premium, como vimos em Ribeira d’Ilhas há dias.

    Ora, do lado feminino, das surfistas que já estão nos oitavos-de-final, apenas duas delas estão no top 6. E com este resultado por lá vão continuar, certamente. Falamos da costarriquenha Brisa Hennessy, que ocupa o 2.º posto do ranking e que está muito perto de assegurar a continuidade no CT, uma vez que já pertence à elite mundial, embora tenha falhado a requalificação em 2021. O outro nome em destaque é Caitlin Simmers, a jovem prodígio norte-americana que venceu a prova de Huntington Beach e que ocupa o 5.º posto do ranking.

    Entre o restante top 6, a líder Gabriela Bryan perdeu de primeira em Hossegor, tal como a conterrânea havaiana Luana Coelho Silva, que vinha de um triunfo em Portugal e que fechava o top 3 do ranking, e ainda a basca e número 6 do ranking Ariane Ochoa, que deve sair do cut. Há ainda Pauline Ado, que ocupava o 4.º posto, mas que foi eliminada perante o seu público na ronda 2.

    Alargando o campo de pesquisa até ao top 10 feminina, encontramos a norte-americana Alyssa Spencer ainda em prova, ela que pode ser a grande beneficiada com esta derrocada das tops, candidatando-se a entrar no cut após a prova francesa. Destaque ainda para a havaiana Bettylou Sakura Johnson, que era a primeira surfista após o cut e que perdeu também de primeira. Já a ex-top mundial Coco Ho (9.ª do ranking) caiu na ronda 2, enquanto a australiana e atual top mundial Macy Callaghan, que divide o 7.º posto com Sakura Johnson, foi eliminada nos oitavos-de-final.

    Esta situação pode garantir que não é aberto um fosso entre o cut e as surfistas que estão para trás. Embora o 9.º posto de Teresa Bonvalot e Carolina Mendes e o 17.º de Yolanda Hopkins não lhes permita uma grande subida no ranking ou uma aproximação da zona de qualificação, talvez seja o suficiente para manter o sonho vivo para o Havai. Mas, claro, necessitando sempre de um grande resultado em Haleiwa, a roçar o triunfo, para ainda terem algo a dizer na luta pelo circuito mundial de 2022.

    Do lado masculino o cenário não é muito diferente, numa altura em que entre o top 12 mundial apenas dois surfistas conseguiram chegar à ronda 3. Foram eles Kanoa Igarashi (9.º) e o australiano Callum Robson (10.º), sendo que Kanoa já faz parte do CT, embora ainda possa beneficiar desta vaga, pois se conseguir terminar dentro do top 12 a vaga não passa para o 13.º do ranking, mas, sim, fica para a WSL conceder ao surfista que entender…

    Com o havaiano Zeke Lau, que venceu na Ericeira, a cair de primeira em França, as contas ficaram muito em aberto do lado masculino. Contudo, o norte-americano Jake Marshall, número 2 do ranking, e o havaiano Imaikalani Devault, número três, não aproveitaram e caíram logo de seguida, na ronda 2. Nat Young (4.º), Jackson Baker (7.º), Shun Murakami (11.º) e Cole Houshmand (12.º), também caíram de primeira, enquanto Liam O’Brien (5.º) parou na ronda 2. E do top 12 ao top 20 apenas brasileira João Chianca (14.º) e o peruano Lucca Mesinas (15.º) continuam em prova.  

    Uma situação rara e que baralha ainda mais as contas do que no feminino, isto porque há mais lugares em jogo. Um dos grandes beneficiados deste cenário é Vasco Ribeiro, que chegou a França no 27.º posto do ranking, a 2500 pontos do cut. Com todos os surfistas a terem um descarte nas contas, esta eliminação de primeira será certamente o resultado que Vasco vai cortar no final do ano. Agora, é partir para o Havai em busca de um grande resultado, que ainda pode fazer o campeão nacional sonhar com a chegada à elite mundial.

     

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