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  • Ranking pós-França: Esperança portuguesa e três com CT garantido
    25 outubro 2021
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  • Connor O’Leary conseguiu subir 94 posições no ranking, para dentro do cut, graças ao triunfo em França e mostrou aos portugueses o que têm de fazer no Havai.
  • O Quiksilver e Roxy Pro France coroou o australiano Connor O’Leary e a costarriquenha Brisa Hennessy como campeões desta que foi a terceira de quatro etapas do novo circuito Challenger Series. Um campeonato que não foi famoso para os portugueses que lutam pela qualificação para o CT de 2022 – Frederico Morais foi 5.º, mas já está apurado. No entanto, a prova gaulesa teve o condão de baralhar um pouco as contas, deixando muitas questões por responder em relação às 12 vagas masculinas e 6 femininas em jogo.

    Com a etapa final a acontecer entre o final de Novembro e início de Dezembro em Haleiwa, no Havai, há ainda espaço para os surfistas portugueses sonharem com a entrada na elite mundial, embora precisem de alcançar um grande resultado nas poderosas ondas havaianas. Isto porque de todas as vagas em disputa são poucas aquelas que já parecem definidas. Num olhar rápido e com a ajuda da matemática é possível perceber que apenas duas mulheres e um homem parecem estar já assegurados no CT do próximo ano.

    No topo do ranking masculino está o japonês Kanoa Igarashi, que foi chegou às meias-finais em França. Algo que garantiu já a polémica dupla qualificação. Uma nova situação em que, segundo o novo livro de regras da WSL, quando um surfista já apurado pelo ranking do CT consegue também ficar em lugar de apuramento pelo ranking das Challenger Series, essa vaga não passa para o surfista seguinte do ranking, mas, sim, fica em posse da WSL para esta atribuir a quem entender. Uma situação que está a dar muito que falar e sobre a qual teremos oportunidade de esmiuçar brevemente…

    Adiante, a seguir a Kanoa, que conta com 1550 pontos, surge o havaiano Zeke Lau, com 14250 pontos. O top 3 é fechado pelo norte-americano Jake Marshall, com 12500 pontos. Com o cut atualmente nos 10500 pontos, a matemática ajuda-nos a perceber que tanto Kanoa já garantiu a dupla qualificação, como Zeke Lau está oficialmente de regresso ao CT. Ele que já tinha garantido esse regresso em “part-time”, depois de ter vencido o reality show Ultimate Surfer, que já lhe tinha rendido wildcard para três etapas do próximo ano.

    As contas são mais simples do que parecem. Um surfista que chegue aos quartos-de-final em Haleiwa soma 5 mil pontos e quem perder nos oitavos-de-final fica-se pelos 3500 pontos. Neste momento, Lau tem entre si e o cut 10 surfistas, com uma diferença de 3750 para esse cut. Como só oito surfistas vão chegar aos quartos-de-final, o pior que poderia acontecer ao havaiano era ser ultrapassado por esses oito surfistas, ficando sempre dentro do cut.

    Daí para baixo todas as vagas parecem em aberto, mesmo que os 12500 de Marshall e os 12000 de Imaikalani DeVault possam mostrar já uma almofada de vantagem confortável. Ainda assim, nada está garantido para os dois jovens. Quem tem também muita margem para conseguir a requalificação é O’Leary, que ocupa o 6.º posto, com 11000 pontos. O triunfo em França ajudou o australiano a subir 94 posições, sendo o primeiro resultado digno de registo que conseguiu neste novo circuito. Ora, esta realidade mostra que dificilmente os vencedores das quatro etapas do lado masculino não acabam em zona de qualificação – até Griffin Colapinto por lá continua, mesmo só tendo entrado e vencido a prova de Huntington Beach.

    Em relação às contas portuguesas, Vasco Ribeiro é o único surfista com aspirações à qualificação, uma vez que é o único a correr este circuito a tempo inteiro. Atualmente na 38.ª posição, com 6250 pontos, depois de ainda não ter conseguido chegar à fase man-on-man das etapas já realizadas, Vasco está a 4250 pontos do cut. Uma distância já considerável, mas longe de ser irrecuperável. Isto porque o triunfo em Haleiwa vale 10000 pontos, o 2.º lugar 8000 pontos e o 3.º 6500 pontos. Na melhor das hipóteses um 3.º posto poderá servir a Vasco Ribeiro, embora dependa sempre dos resultados de terceiros. Abaixo disso, de pouco serve ao surfista português, até porque todos os surfistas têm de descartar um dos resultados.   

    Do lado feminino o cenário é bem diferente. Embora o número de vagas sejam metade em relação ao circuito masculino, a verdade é que há mais nomes já praticamente certos na elite mundial em 2022. Neste caso, um trio composto por Gabriela Bryan, Brisa Hennessy e Caitlin Simmers. Ora, a havaiana Bryan já há muita que se percebeu que vai ser qualificada, mesmo antes de ter perdido de primeira em França, uma vez que foi finalista vencida em Portugal e Califórnia. Os 21000 pontos que tem chegam e sobram para festejar antecipadamente a subida à elite mundial.

    Acima dela está ainda Brisa Hennessy, que vai ser requalificada via Challenger Series, depois de ter falhado o top 9 do circuito mundial em 2021. O triunfo em França colocou-a na liderança, com mais 500 pontos que Bryan, e ajudou a carimbar a permanência no WWT. No terceiro posto surge a pequena Caitlin Simmers, com 16 anos acabados de fazer. Depois de ter triunfado em Huntington, Simmers voltou a brilhar em frança, terminando no 3.º posto. Tem já 17200 pontos, mais 4700 do que o cut, que está na francesa Vahine Fierro. Matematicamente, é verdade que Simmers ainda poderá ser ultrapassada por quatro surfistas. Contudo, realisticamente isso é muito improvável de acontecer.

    Sobram, assim, apenas três vagas em disputa do lado feminino. Mesmo sendo a distância para o cut mais reduzida do que em relação a Vasco Ribeiro nos homens, a verdade é que a qualificação está cada vez mais afunilada nas mulheres. Mas Yolanda Hopkins, que está no 20.º posto do ranking, Teresa Bonvalot, que ocupa o 23.º lugar, e Carolina Mendes, que é a 34.ª, ainda podem sonhar com a qualificação. Isto porque Yolanda está a 3500 pontos do cut, Teresa a 3700 e Carol a 6250.

    Ora, para as duas primeiras, o requisito é idêntico ao de Vasco. Apenas um 3.º posto para cima interessa em Haleiwa. Sendo que neste caso, a dependência de terceiros é ainda maior, uma vez que só restam essas três vagas, enquanto nos homens há ainda 10 por definir. Já para Carolina Mendes apenas interessa chegar à final. De preferência com uma vitória, porque mesmo os 8 mil pontos de finalista vencida podem não chegar, consoante os resultados das surfistas que estão mais bem posicionadas na tabela.

    Independentemente do que acontecer na etapa final, a única certeza é que em Haleiwa não vai faltar emoção. Muito menos a célebre calculadora portuguesa, para perceber o que precisam os surfistas lusos à medida que a prova for avançando. Mas uma garantia já têm: vão ter de avançar até às rondas finais, caso contrário não há mais sonho que resista.

    Men’s Challenger Series Top 12: 
    1 - Kanoa Igarashi (JPN) 
    2 - Ezekiel Lau (HAW) 
    3 - Jake Marshall (USA) 
    4 - Imaikalani Devault (HAW) 
    5 - Nat Young (USA) 
    6 - Connor O'Leary (AUS) 
    6 - Lucca Mesinas (PER) 
    6 - Joao Chianca (BRA) 
    9 - Liam O'Brien (AUS) 
    9 - Griffin Colapinto (USA) 
    11 - Carlos Munoz (CRI) 
    12 - Callum Robson (AUS) 

    Women’s Challenger Series Top 6: 
    1 - Brisa Hennessy (CRI) 
    2 - Gabriela Bryan (HAW) 
    3 - Caitlin Simmers (USA) 
    4 - India Robinson (AUS) 
    5 - Sawyer Lindblad (USA) 
    6  - Vahine Fierro (FRA)

     

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