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- Havai teve três dos quatro finalistas em Ribeira d'Ilhas e tem os dois atuais líderes do ranking das Challenger Series.
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Só deu Havai! Já tinha sido ao longo de toda a semana e no dia final nada mudou. Os havaianos Zeke Lau e Luana Coelho Silva sagraram-se este sábado campeões do MEO Vissla Pro Ericeira, segunda de quatro provas do novo circuito Challenger Series, onde estão em jogo 12 vagas masculinas e seis femininas para o circuito mundial de 2022. Com as famosas direitas de Ribeira d’Ilhas a voltarem a estar em grande plano, a armada havaiana não deu qualquer hipótese à concorrência, conseguindo colocar ainda outros dois surfistas no pódio.
Depois de na véspera Ribeira ter proporcionado um dos dias mais épicos que há memória em entre as muitas competições internacionais que ali já se disputaram, este sábado o mar caiu ligeiramente, embora as ondas continuassem com muita qualidade. E os intérpretes agradeceram. A ação retomou bem cedo, pelas 7H30, com a realização das duas baterias restantes dos quartos-de-final. Nesses heats Jackson Baker ganhou o duelo australiano frente a Dylan Moffat e o havaiano Imaikalani Devault confirmou as grandes performances ao longo desta semana, eliminando o brasileiro Alejo Muniz.
A ação avançou com a prova feminina e com algumas surpresas nos quartos-de-final. Desde logo a grande prestação das europeias Pauline Ado, de França, e Ariane Ochoa, do País Basco, que conseguiram chegar às meias-finais, depois de eliminarem as experientes Silvana Lima e Brisa Hennessy, respetivamente. Mas o grande destaque da ronda foi o embate entre as havaianas Luana Coelho e Bettylou Sakura Johnson, que foi a surfista do evento até este dia final, no heat 4. Apesar do arranque forte de Bettylou, uma ponta final mais assertiva de Coelho, que tem origens brasileiras, acabou por fazer a diferença.
Foi com o espetáculo já bem lançado que se disputaram as meias-finais masculinas. Na primeira delas estavam frente a frente dois ex-tops mundiais e ambos já com triunfos no nosso país, com Zeke Lau a levar a melhor frente ao norte-americano Nat Young. Na segunda meia-final o australiano Jackson Baker confirmou o estatuto de grande surpresa da etapa portuguesa ao afastar o havaiano Imaikalani Devault, que tinha sido o surfista em maior evidência no campeonato até aqui.
Com as emoções ao rubro, as meias-finais femininas acabaram por ser de sentido único. Isto porque as jovens havaianas confirmaram o favoritismo frente às representantes europeias. Na primeira bateria Pauline Ado ainda teve um ataque final à liderança de Gabriela Bryan, mas acabou por bater na trave. A segunda bateria teve precisamente o mesmo guião, com Ochoa a lutar até ao fim, mas a ver a havaiana segurar com mestria o resultado.
Com três havaianos e um australiano como finalistas, os heats decisivos foram para a água ao início da tarde, com uma bela moldura humana em Ribeira d’Ilhas. Primeiro foram os homens a discutir o triunfo, ao contrário do que é habitual. E a final masculina teve sentido único, com Zeke Lau a fazer logo um score de 16,57 pontos nas duas primeiras ondas, deixando Baker sem qualquer reação e a precisar de uma onda de 9,30 pontos para virar.
Até final Lau apenas teve de gerir para carimbar o triunfo na prova portuguesa. Ele que já tinha vencido uma prova QS10000 em Cascais. O recente vencedor do novo reality show criado pela WSL, Ultimate Surfer, deu assim um passo de gigante para regressar à elite do surf mundial. Com 14250 pontos, o havaiano agarrou a liderança do ranking das Challenger Series, deixando o norte-americano Jake Marshall no 2.º posto e Imaikalani Devault no 3.º. Vasco Ribeiro é o melhor português, ocupando o 27.º posto, com 6250 pontos, a apenas 2500 do cut de qualificação.
Por fim, havia ainda a fina feminina e, verdade seja dita, este foi mesmo o apogeu do MEO Vissla Ericeira Pro. Após uma das semanas mais espetaculares do surf feminino internacional, Gabriela Bryan e Luana Silva voltaram a dar show na grande final. Bryan saiu na frente, embora Luana tenha conseguido uma onda quase perfeita, de 9,80 pontos. Esse score acabou por ajudar e muito Coelho Silva a operar a reviravolta já no último minuto. A precisar de uma nota na casa dos 7 pontos, conseguiu mais uma onda na casa da excelência para selar o triunfo numa prova que pode ser muito bem considerada aquela com o nível mais elevado do surf feminino ao nível do QS.
Apesar da derrota na final, tal como já lhe tinha acontecido na etapa inaugural, na Califórnia, Gabriela Bryan está isolada na liderança do ranking. Os 21 mil pontos que soma, onde estão incluídos os 5 mil da melhor prova feita em 2020, um 5.º posto em Sydney, são praticamente suficientes para ter carimbado uma das seis vagas que dão acesso à elite mundial do próximo ano. Segue-se Brisa Hennessy no 2.º posto e Luana Coelho Silva beneficiou do triunfo em Portugal para subir ao top 3. A melhor portuguesa do ranking é Yolanda Hopkins, estando atualmente no 16.º posto, com 8 mil pontos, a 3200 pontos do cut de qualificação. Teresa Bonvalot ocupa o 26.º posto e Carolina Mendes o 49.º.
Ribeira d’Ilhas viveu mais uma tarde épica de surf, com um nível altíssimo dentro de água, a coroar uma semana muito intensa, ondas as ondas corresponderam na perfeição. Se fora de água a festa foi havaiana, dentro de água podemos dizer que as ondas portuguesas mostraram ser aquelas que mais se aproximam das havaianas. E isso também justifica este enorme sucesso dos surfistas oriundos do berço do surf mundial. O circuito segue agora para França e, por fim, Haleiwa, no Havai. Com a certeza de que a prova portuguesa, mesmo sem portugueses no pódio, foi um sucesso inequívoco!
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