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  • Dez anos depois de Medina, Caitlin Simmers apresenta-se na Ericeira
    03 outubro 2021
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  • Yolanda Hopkins conheceu-a de perto em Huntington Beach e elogia o surf da norte-americana.
  • Foi há pouco mais de 10 anos, em junho de 2011, que Ribeira d’Ilhas recebeu um campeonato histórico, que na altura poucos percebiam a dimensão do acontecimento. Entre as muitas estrelas do futuro presentes no saudoso Quiksilver Pro Portugal, campeonato com estatuto Prime do WQS, estava um nome que sobressaía e que prometia assaltar os pódios mundiais. Um ainda muito jovem Gabriel Medina já dava bastante nas vistas. Não fez por menos na Ericeira. Num pódio constituído por Julian Wilson, num ano de rookie do CT, John John Florence e Miguel Pupo, Medina colou-se no segundo degrau mais alto, depois de perder a final para Julian. Poucas semanas depois, Gabriel, John John e Pupo já estavam a fazer companhia ao australiano no CT, depois de terem entrado no mítico cut de meio da temporada, que apenas aconteceu nesse ano de 2011.

    Dez anos volvidos, Medina já conta com três títulos mundiais no bolso. E três anos após essa apresentação em Ribeira d’Ilhas, tornava-se no primeiro brasileiro campeão mundial de surf. Aquele campeonato foi verdadeira história em movimento. Tudo o resto que se seguiu comprovou isso mesmo. Agora, 10 anos volvidos, são muitos os talentos que chegam à Ericeira de seguir essa pisada. Mas é do lado feminino que surge o nome que parece transportar maior capacidade para transformar o surf mundial nos próximos 10 anos. Tem somente 15 anos. Mas Caitlin Simmer já prova há muito tempo que o futuro é dela.

    Quando entrar na água na Ericeira, todos vão ter oportunidade de ver de perto alguém que promete ser uma Stephanie Gilmore ou Carissa Moore do futuro. Não se deixem enganar pelo aspeto franzino, por Caitlin já tem surf de mulher. A vitória alcançada na etapa inaugural destas Challenger Series, em Huntington Beach, é a maior prova disso mesmo. Ela que chegou a este circuito como suplente e que já é a principal candidata a uma das seis vagas para a elite mundial de 2022. Quem já a segue há mais tempo sabe que está ali um diamante em estado puro, a quem nem as adversárias resistem a elogiar.

    Yolanda Hopkins conheceu-a de perto em Huntington Beach. A melhor portuguesa em prova na etapa inaugural das Challenger Series brilhou com um 9.º posto. E só não foi mais longe porque a pequena Simmers a travou nos oitavos-de-final. “Ainda não conhecia a Caitlin Simmers antes de a enfrentar em Huntington”, revela Yolanda. “Fiquei um pouco triste no nosso heat, porque não houve ondas suficientemente boas para as duas. O conhecimento local acabou por ser uma grande ajuda para ela, mas considero que tinha um surf já bom para quem tem 15 anos”, frisou a surfista algarvia. “Considero que ela tem um surf com muito flow e acredito que se ganhar power e força para evoluir o surf de rail, é bem possível que seja campeã mundial no futuro”, vincou.

    Cailtin Simmers é, definitivamente, um nome para decorar. Mas já o é há muito tempo, desde que se tornou na mais jovem surfista de sempre a representar a seleção sénior norte-americana. Tinha apenas 12 anos. Como se não bastasse alcançou um 9.º posto final no Mundial ISA, depois de enfrentar e vencer algumas surfistas do topo mundial. A partir daí sucedeu-se um rol de conquistas, naquilo que é um verdadeiro fenómeno de precocidade.

    A primeira vitória numa prova da WSL surgiu logo aos 13 anos, ao vencer um Pro Junior em Cocoa Beach, na terra do rei Kelly Slater. Estávamos em 2019 e esta era apenas a segunda prova que fazia, depois de no ano anterior se ter estreado neste circuito. E na competição seguinte mostrou que tinha tomado o gosto da vitória ao vencer a prova júnior do US Open of Surfing, em Huntington Beach. Em 2020 voltou a vencer em Cocoa Beach, mesmo antes de a pandemia ter travado uma ascensão meteórica.

    Em 2020 ainda fez a sua estreia no WQS, em duas provas norte-americanas. Com 14 anos estreou-se com um 17.º posto em Pismo Beach, para depois ser 5.ª em Morro Beach. Nada mau para uma estreante. Mas era só o aquecimento para a explosão deste ano. Tudo começou com um triunfo numa prova QS1000 em Huntington Beach, já em agosto. Seguiu-se um 3.º posto no QS de Outer Banks e a final atingida em casa, em Oceanside, no Super Girl Pro, frente a algumas das melhores surfistas do Mundo. Curiosamente, Cat já tinha vencido este mesmo evento em 2020, quando foi apenas uma prova especial.

    Nessa prova que marcou o arranque da temporada norte-americana de 2021/22, Simmers apenas foi travada por Caroline Marks, outro fenómeno do surf norte-americano. Contudo, em Huntington Beach, na estreia das Challenger Series, já ninguém conseguiu parar a pequena surfista, que voou até ao primeiro lugar e mostrou estar a postos para igualar o feito de Marks, que também se qualificou para a elite mundial feminina com 15 anos.

    A estreia entre as melhores aconteceu este ano, após receber um wildcard para competir no Surf Ranch. Foi apenas uma amostra daquilo que será o seu futuro, não conseguido melhor que um 17.º posto final. Além dos muitos triunfos que já conseguiu em provas de categorias inferiores, destaque ainda para aquele em que, aos 13 anos, conquistou o famoso Rip Curl Grom Search, sendo coroada na Costa Rica ao lado do português Afonso Antunes.

    Agora, segue-se a Ericeira, numa etapa que poderá ser mais um degrau para a entrada no circuito mundial. Mesmo que não consiga um resultado de topo em Ribeira d’Ilhas, a verdade é que vê-la a surfar ao vivo vai ser uma oportunidade única para os fãs portugueses. Até porque já sabemos que nesta praia a história já nos habituou a mostrar o talento que está pronto para assaltar os pódios mundiais. Foi assim há 10 anos. Será assim neste MEO Vissla Pro Ericeira!

     

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