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- O que nasce torto, tarde ou nunca se endireita. Assim foi a última temporada de Stephanie Gilmore, uma campanha na qual apenas teve espasmos da seu surf de alta performance.
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Quando se fala de Stephanie Gilmore a comunidade surfista deveria colocar-se de pé, pois esta é uma figura que irá marcar eternamente a história do surf de competição feminino.
Não apenas pelos sete títulos mundiais que possui nas vitrines da sua residência, mas também pelo facto de ser um dos principais rostos da reivindicação das senhoras nesta modalidade ao longo da última década e meia.
Em termos pessoais, neste ano de 2021, Steph tinha pela frente objetivos de cota maior, que podiam engrandecer ainda mais a sua lenda. Parecia estar marcado um encontro com a História! Afinal, não é todos os anos que uma surfista pode tornar-se na recordista de títulos mundiais, alcançar o primeiro ouro olímpico da história do surf e porque não juntar também o título mundial da Associação Internacional de Surf (ISA), embora este historicamente apresente um menor relevo quando comparado com as outras distinções.
No meio desta amálgama de competições, Gilmore disse de forma contundente que a sua principal missão era agarrar a medalha de ouro em Tóquio'2020. Era para aí que iriam estar reservadas todas as energias da experiente australiana. Aos 33 anos de idade, Steph poderia ter aqui a chance de uma vida para colocar ao pescoço o metal mais precioso. Paris'2024 vai começar a aparecer lentamente no horizonte, mas o tempo não para e até lá tanto pode acontecer.
Os planos estavam feitos, mas para desgosto da atleta 'aussie' tudo saiu ao lado. 2021, veio a revelar-se um ano frustrante para Gilmore, aliás demasiado dececionante para os pergaminhos desta embaixadora do surf feminino.
Em Tsurigasaki Beach, Stephanie Gilmore viu por um canudo as medalhas olímpicas ao ser precocemente eliminada nos oitavos-de-final. Foi afastada pela antiga top mundial Bianca Buitendag, que viria a ser medalhada de prata.
Este resultado nas Olimpíadas deu apenas seguimento a uma temporada cujos sintomas já deixavam antever alguma preocupação. Desde performances titubeantes no Women's World Tour (WWT) a um desempenho muito discreto no Mundial ISA, onde foi apenas 15ª classificada.
Os desaires comprometedores foram sucedendo uns atrás dos outros. Porém, depois dos Jogos, Gilmore voltou a ser a 'Happy Steph' que conhecemos desde sempre. Venceu o CT do México, naquela que foi a única vitória que amealhou esta época no WWT. Pensava-se que o doce sabor do triunfo em Barra de la Cruz era a terapia que Stephanie precisava para recompor-se e atacar a finalíssima de Trestles de faca nos dentes. Ainda era possível fazer história em 2021. Só que não!
Em Trestles, Gilmore não deu com a tecla. Cometeu demasiados erros, mostrou-se pouco confiante e muito nervosa no seu heat diante da francesa Johanne Defay. Acabou por perder de primeira após um heat onde pareceu que o maior obstáculo não foi Defay, mas sim a pressão de poder estar a uma mão cheia de baterias de desempatar com a compatriota Layne Beachley no topo das surfistas mais laureadas da história.
O que nasce torto, tarde ou nunca se endireita. Bem se pode dizer que este é o retrato da temporada de 2021 para Stephanie Gilmore, uma campanha na qual apenas teve espasmos da seu surf de alta performance, que encantou e marcou uma geração.
Terá sido este o ano em que a grande campeã entrou na fase descendente da carreira? Depois de em 2020 ter estado desativada em termos competitivos por causa da pandemia, Stephanie Gilmore terá perdido a motivação e o foco? Ou terá sido este apenas um ano de más sensações que por acaso aconteceu numa altura em que tanto estava em jogo? Ficam as perguntas no ar...
Glória em 2021 não houve para Stephanie Gilmore, que olhou para o lado e viu a rival Carissa Moore alcançar tudo aquilo que também procurava: título mundial e ouro olímpico.
Em 2022, a surfista australiana terá nova oportunidade para reivindicar-se no WWT, mas há um facto que é indesmentível. A sombra de Carissa Moore está cada vez mais presente!
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