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  • Sete wildcards que fizerem história em etapas do CT
    16 agosto 2021
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  • Talentoso e refrescante! Barra foi palco de uma das últimas grandes exibições por parte de um surfista convidada.
  • Mateus Herdy foi um dos surfistas em maior evidência no mais recente Corona Open México. O jovem surfista brasileiro foi convidado para o muito aguardo regresso do CT a Barra de la Cruz, em virtude das inúmeras ausências no top 34 mundial. Patrocinado pela mesma marca do evento, o antigo campeão mundial júnior juntou-se a dois surfistas que vinham da mediática estreia olímpica, o peruano Lucca Mesinas e o indonésio Rio Waida.

    Embora estivéssemos na presença de um verdadeiro cocktail cultural, que só enriquece em Tour pouco diversificado em nacionalidades, a verdade é que muita gente tinha expectativas na performance de Herdy. Surfista de segunda geração, que chegava a Barra bem mais maduro do que quando se estreou em etapas do CT, em 2019, na Gold Coast, logo após ser campeão mundial júnior.

    A experiência repetiu-se em mais duas etapas, mas sem grande fulgor. Dessa forma, juntando o impacto da pandemia, Mateus caiu quase no esquecimento coletivo no que tocas a competições. Contudo, surgia agora mais preparado que nunca para vingar. É preciso salientar que falar no fim é fácil. Difícil é perspetivar o sucesso antes de tudo começar. E houve quem o fizesse.

    Foi o caso do antigo top mundial Michael Rodrigues que avisou tudo e todos na caixa de comentários de um artigo da Fantasy. Ou também do inquestionável João Valente, que logo nos primeiros dias de campeonato, durante a transmissão na Fuel TV o apontou como o seu favorito à vitória. Sorte ou não, a verdade é que estavam certíssimos.

    Ao longo dos anos foi fácil perceber tudo aquilo que o jovem brasileiro poderia trazer à competição. Muito talento e um surf altamente progressivo. Falta-lhe um pouco de power, mas a radicalidade compensou tudo isso nas incríveis direitas mexicanas. Caiu apenas nas meias-finais perante o futuro vencedor da etapa. Mas ficou na memória de todos como, talvez, o surfista do evento.

    Longe do topo no WQS, e mesmo fora das Challenger Series por qualificação direta, Mateus Herdy fez com que muitos queiram ver surfistas como ele rapidamente entre a elite mundial. Deem já um wildcard para as CS e, até, para etapas do Tour do próximo ano. Por que não?

    Na realidade, a prestação de Herdy trouxe à memória os tempos em que os wildcards faziam figuronas em etapas com bem mais competidores, chegando alguns deles a vencer as etapas. Algo difícil de acontecer hoje em dia, mas que não esteve longe no México.

    Aqui ficam outros 7 wildcards que ficaram eternizados na memória coletiva do surf, graças às suas performances épicas entre a elite mundial. Há de tudo… locais, mas também jovens promessas prontas a explodir… jovens portugueses e até campeões mundiais. Não esquecendo casos mais recentes como Ryan Callinan, Yago Dora, Tanner Gudauskas, Mason Ho, entre outros.

    Bruno Santos (Manoa Drolet) – O brasileiro Bruninho Santos é um dos nomes que salta logo à memória, desde logo porque foi dos poucos wildcards menos mediáticos que conseguiram vencer uma etapa do WCT e logo numa das maiores arenas do surf mundial. Houve mais casos de vitórias de convidados, embora praticamente todos fossem estrelas em ascensão, que depois se viriam a tornar residentes do Tour e até campeões mundial. Bruninho não. Foi o típico freesurf que se tornou num dos verdadeiros especialistas em Teahupoo e que sempre que recebia um convite fazia os tops mundiais tremer só de ouvirem o seu nome. O que acontecia porque Bruninho na maior parte das vezes vencia os trials. O triunfo no Tahiti Pro aconteceu em 2018 e, curiosamente, na final bateu outro wildcard, o local Manoa Drollet. Um triunfo que colocou um ponto final numa seca de quase seis anos sem triunfos brasileiros em etapas do CT. Uma realidade bem diferente da atual. Atualmente com 38 anos, o surfista canarinho tornou-se num dos tube riders mais respeitados do planeta e, recentemente, os portugueses tiveram oportunidade de vê-lo em ação no Capítulo Perfeito, de onde saiu vencedor.

    Dane Reynolds – A maior aposta norte-americana para a sucessão de Kelly Slater acabou por passar ao lado do Mundo competitivo, após três temporadas entre a elite, dedicando-se e tornando-se no maior free surfer do Mundo. Após o 4.º posto no ranking em 2010, a carreira de Dane no WCT começou a desvanecer, também por culpa de uma lesão sofrida em 2011. Em 2012 pendurou a prancha, embora a WSL fosse tentando mantê-lo em cena com convites, como acontecia regularmente em França. E nesse ano de 2012 deixou todos os fãs a sonhar com o regresso à elite, depois de ter chegado à final em Hossegor. Reynolds mostrou todo o seu talento e só foi travado no heat decisivo por Kelly Slater. Até 2015 a WSL ainda insistiu nos wildcards para o californiano, mas o regresso acabou por nunca acontecer, eclipsando-se definitivamente da competição nesse ano.    

    Vasco Ribeiro (Frederico Morais) – Portugal também teve a sua história de wildcards. Uma história bem longa que pode recuar muitos anos e ir até aos tempos em que Bubas, primeiro, e Ruben Gonzalez, depois, bateram Kelly Slater. O mesmo feito que Kikas conseguiu anos mais tarde, já em Supertubos. Mas o melhor desempenho de sempre aconteceu em 2015, por intermédio de Vasco Ribeiro, naquela que foi a sua estreia no WCT. Num ano em que Frederico Morais também conseguiu chegar aos quartos-de-final, Vasco esteve irrepreensível ao longo de todo o evento e chegou a pairar no ar a possibilidade de um triunfo nacional. Só que o tetracampeão nacional acabou por cair nas meias-finais frente a Italo Ferreira, na altura no seu ano de rookie.

    Jay Davies – 2015 foi um ano especial para os convidados. E no Oeste australiano surgiu um praticamente desconhecido que ganhou fama após uma incrível prestação nos tubos de The Box. Jay Davies bateu nomes como Gabriel Medina e Mick Fanning, na segunda e terceira ronda, respetivamente. Só foi travado nos quartos-de-final por John John, mas ficou bem gravado na memória coletiva do surf mundial. A WSL ainda lhe concedeu mais convites para outras etapas, fruto dessa prestação, mas nunca mais conseguiu repetir o feito. Continua pelo oeste australiano a dar show sempre que entra na água.  

    Jamie O’Brien – As ondas de consequências são um palco de excelência para os especialistas locais de assumirem e foi isso que aconteceu com um Jamie O’Brien muito jovem em 2004. Numa dezena de participações, após ter vencido os trials em algumas ocasiões, JOB estabeleceu-se como uma das maiores referências do North Shore. Não só em Pipe, como nas outras grandes arenas locais. Apesar de nunca se ter dedicado ao circuito mundial, Jamie sempre foi dos nomes em maior evidência na famosa Triple Crown. E entre todos os wildcards bem-sucedidos em Pipeline aquele que melhor conseguiu fazer frente aos tops mundiais, colocando-os sempre em sentido.

    Mick Fanning (Joel Parkinson) – Tricampeão mundial e um dos maiores nomes do surf moderno, Mick Fanning começou a dar nas vistas ainda antes de chegar ao WCT. Em 2001, um ano antes de chegar à elite mundial, um jovem surfista quase albino, de apenas 19 anos, bateu tudo e todos em Bells Beach dando início a uma das eras mais douradas de uma talentosa geração australiana. Essa geração dos coolie kids, contava ainda com outro nome também campeão mundial e protagonista de feito idêntico. Joel Parkinson, com apenas 18 anos, e dois anos antes de Fanning já tinha apresentado ao Mundo o talento da Gold Coast que haveria de explodir no CT, com um triunfo em J-Bay como wildcard. O resto foi história para ambos!

    Tom Curren – Considerado unanimemente como o maior surfista de todos antes de surgir Kelly Slater, Tom Curren brilhou com os títulos mundiais de 1985 e 1986, mas o melhor ainda estava para vir. Curren decidiu brindar todos com um dos maiores comebacks que há registo no desporto mundial. Algo quase sem paralelo e praticamente impossível de conseguir hoje em dia. Depois de uma temporada a meio gás em 1989, Curren decidiu regressar na máxima força no ano seguinte, mas sem vaga entre a elite. A solução? Entrar nos trials dos vários campeonatos. Nem isso o impediu de chegar aos triunfos nos campeonatos, somando 7 vitórias em etapas e conquistando aí o terceiro e último título da carreira. Melhor mesmo é verem o documentário que nasceu a partir deste afamado ano do Trials to Title.

    (Bónus) Stephanie Gilmore (Carissa Moore e Tyler Wright) – Porque as mulheres também fizeram história neste campo, não podemos esquecer aquele que talvez tenha sido o feito mais difícil de fazer. A inigualável Steph Gilmore, ainda antes dos seus sete títulos mundiais, estreou-se na elite com um triunfo, na Gold Coast, com apenas 17 anos, em 2005. No ano seguinte repetiu a proeza em Sydney, novamente como wildcard. Em 2007 chegou finalmente à elite e tornou-se na primeira surfista a conseguir ser campeã mundial no ano de rookie. Mas as atuais rivais também fizeram proezas semelhantes. Carissa Moore fez exatamente o mesmo no seu evento de estreia, em Sunset Beach, em 2009. Já Tyler Wright conseguiu essa proeza em Sydney, em 2008, mas com apenas 14 anos – e acabados de fazer. Uma geração que já aí mostrava que vinha transformar o surf feminino!

     

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