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Depois do surpreendente anúncio do cancelamento da etapa de Teahupoo, o Corona Open México foi a prova que serviu de encerramento da temporada regular do Championship Tour (CT) de 2021.

Para além de todas contas relacionadas com os surfistas que ficaram apurados para finalíssima de Trestles ou que falharam a requalificação para o CT de 2022, a emocionante prova mexicana assinalou a saída de cena de nomes que marcaram os últimos largos anos do Tour. Foi o caso de Jeremy Flores.

O surfista francês, que recentemente anunciou que iria despedir-se do Mundial no final da presente época, foi afastado da competição nos oitavos-de-final ao perder diante do norte-americano Conner Coffin. Uma derrota que colocou um ponto final numa longa caminhada na qual venceu quatro etapas, mais de 200 heats e ganhou para muitos o estatuto de melhor surfista europeu de sempre.

Consumada a derrota no mar de Barra de la Cruz, Flores, qual vencedor do campeonato, teve o privilégio de sair da água levado em ombros por Leo Fioravanti e... Kelly Slater. Já com os pés em terra, Jeremy falou aos microfones da World Surf League (WSL) sobre o que lhe ia na alma.

"É um momento emocional. Depois de tantos anos, algumas pessoas do Tour tornaram-se como família para mim. Passei aqui grande parte da minha vida. Dediquei tudo ao surf de competição. Os campeonatos deram-me tudo. Se não competisse, não teria a vida que tenho hoje em dia. Esta foi a vida que escolhi quando era um jovem: ser um surfista profissional", começou por dizer o duas vezes Pipe Master.

Jeremy Flores esteve desde 2007 de forma ininterrupta no World Championship Tour (WCT), uma situação que nunca havia passado pelos seus planos quando começou nestas lides.

"Tinha este sonho, mas vinha da ilha de Reunião, longe de tudo. Parecia uma missão impossível. Quando finalmente cheguei ao Tour pensei que tinha tido sorte e que ia ficar no último lugar do ranking mundial. Depois, teria novamente de requalificar-me. No entanto, nunca desisti e dei sempre o máximo. Quis provar que merecia estar onde tinha chegado", sublinhou o amigo de Tiago 'Saca' Pires.

Porém, nos últimos anos tudo mudou para o surfista que foi um dos principais rostos da mítica 'Euro Force'. "Sempre gostei deste estilo de vida, mas os últimos anos foram diferentes. Comecei a sentir que já não tinha aquela chama, quando sempre fui um lutador. Fui pai e o pior sentimento que há é o teu filho implorar para que fiques em casa quando chega a hora de ires para uma prova. No entanto, continuo a detestar a derrota. Esse sentimento é algo que vai sempre correr nas minhas veias, mas agora a minha prioridade vai ser a família. Agradeço tudo o que vivi e a todas as pessoas que me ajudaram neste trajeto", rematou o atleta de 33 anos. 

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