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- Kikas igualou o número de presenças de Saca em meias-finais de etapas do WCT, mas já chegou mais vezes aos quartos-de-final.
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O êxito alcançado por Frederico Morais na etapa australiana de Narrabeen, a terceira a contar para o WCT 2021, teve o condão de catapultar o surfista português para o top 10 mundial, mas também de enriquecer o registo de carreira entre a elite mundial. Kikas chegou ao 3.º posto e só não foi mais longe porque foi travado nas meias-finais pelo atual número um mundial e vencedor da etapa, Gabriel Medina.
A derrota frente ao surfista brasileiro impediu Frederico de repetir a final que conseguiu em 2017, no ano de estreia no Tour, em Jeffreys Bay. Contudo, foi a terceira vez que Frederico conseguiu atingir as meias-finais de uma etapa do WCT. E a sétima ocasião em que chegou aos quartos-de-final. A cumprir a terceira temporada a tempo inteiro no circuito mundial – em 2019 apenas entrou em algumas etapas como substituto -, Kikas conseguiu já igualar o mesmo número de meias-finais de feitas por Tiago Pires.
Saca competiu na elite mundial entre 2008 e 2014, num total de sete temporadas, sendo que em 2013 pouco competiu, devido a uma lesão grave. Ou seja, Kikas já conseguiu o mesmo registo que o antecessor em metade das temporadas. E com a vantagem de já ter conseguido uma final, enquanto o melhor resultado de Tiago no circuito foram três 3.ºs lugares.
Agora, quase uma década depois, Kikas dá sequência ao legado do primeiro surfista português a entrar no WCT da melhor forma, conseguindo ainda melhor o registo. Mas se tivermos em contas as chegadas aos quartos-de-final, Frederico torna-se ainda mais dominador neste parâmetro. Frederico já terminou no 5.º posto em mais quatro ocasiões, enquanto Saca foi 5.º classificado por duas vezes, ou seja, em metade das ocasiões do seu sucessor e herdeiro da bandeira portuguesa na elite do surf mundial.
E se é verdade que o lugar de Tiago Pires na história do surf nacional é intocável, pois foi ele que alcançou o impensável e desbravou caminhos nunca antes trilhados para as gerações que se seguiram, não deixa de ser menos afirmativo que Frederico Morais promete continuar a fazer mais e melhor. E, quem sabe, ser ele a vencer a tão aguardada primeira etapa.
Enquanto, não chega a próxima etapa do WCT e o próximo grande resultado de Kikas no Tour, recordamos as sete melhores provas de Frederico Morais na elite mundial.
Peniche, 2015 – Pela segunda vez na carreira, Kikas chegou à etapa portuguesa como wildcard. Depois de em 2013 ter eliminado surpreendentemente Kely Slater, desta feita não fez por menos e começou por vencer Kolohe Andino e Adriano de Souza na ronda inaugural. Depois surpreendeu e eliminou Mick Fanning na ronda 3. Seguiu-se triunfo sobre Joel Parkinson e Nat Young na ronda 4. A caminhada triunfal só foi parada por Brett Simpson nos quartos-de-final, num evento em que Vasco Ribeiro, também ele wildcard, foi até às meias-finais.
Bells Beach, 2017 – No ano de estreia entre a elite mundial, cedo Frederico Morais começou a mostrar que o seu power surf e, sobretudo, os seus carves de frontside podiam fazer estragos. E foi nas icónicas direitas de Bells que isso começou a ser desenhado. Depois de eliminar Miguel Pupo na repescagem, o ponto alto da sua prestação foi o triunfo sobre Gabriel Medina na ronda 3. Na ronda 5, em mais uma repescagem, bateu Sebastian Zietz, para depois sair derrotado do confronto com Caio Ibelli nos quartos-de-final.
J-Bay, 2017 – O campeonato de sonho de Kikas, onde foi por muito pouco que não chegou à primeira vitória portuguesa numa etapa do WCT. Depois de um começou de adaptação, Frederico ligou o turbo e dizimou quem apareceu pela frente, com direito a uma nota 10 pelo caminho. Ian Gouveia e Connor O’ Leary foram as vítimas na 2.ª e 3.ª ronda, respetivamente. Depois, com 19,07 pontos, despachou John John e Fanning na ronda 4. O havaiano voltou a ser atropelado nos quartos-de-final, desta feita com 19,77 pontos e o tal 10. Nas meias foi Gabriel Medina a perder mais um duelo com o português. Só Filipe Toledo conseguiu impedir o sonho lusitano. E bem pode agradecer àqueles últimos 10 minutos e àquele set que ainda hoje estamos à espera que entre…
Trestles, 2017 – Já uma certeza no WCT e na luta por ser o rookie do ano, Kikas mostrou-se bastante versátil na onda californiana. Nem surfistas de alta performance como Kolohe Andino e Jack Freestone conseguiram vencer Frederico na ronda inaugural. Seguiu-se um triunfo sobre Zeke Lau na ronda 3. Em crescendo, Kikas bateu Jordy Smith e Ace Buchan num super heat da ronda 4, para depois perder novo duelo com o sul-africano já nos quartos-de-final, decidido na reta final, por muito pouco.
Bells Beach, 2018 – O ano em que Frederico acabou por sair do WCT, ficou marcado por uma madrasta lesão no final da temporada, que o impediu de fugir ao primeiro lugar de despromoção. Embora sem o brilhantismo da época de estreia, Frederico ainda conseguiu ir a Bells repetir a proeza do ano anterior, mostrando que nada foi ao acaso. Eliminou Michael February na ronda 2, de repescagem, e bateu Joel Parkinson na ronda 3. Na ronda 4, já como novo formato competitivo em vigor, passou no 2.º posto, atrás de Zeke Lau, antes de Medina conseguir vingar a derrota no ano anterior, já nos quartos-de-final.
Rio de Janeiro, 2019 – Num ano em que esperava por lesões ou ausências para poder entrar nas etapas, Kikas acabou por ter a segunda oportunidade do ano na etapa brasileira. E foi onde poucos esperavam que se desse bem, que o português acabou a ter uma performance surpreendente. Depois de ser segundo para Filipe Toledo na ronda inaugural, eliminou de forma inesperada Italo Ferreira na ronda 3. Depois disso, superou Michael Rodrigues e Julian Wilson nas rondas seguintes. E foi novamente Toledo a impedir o sonho, já em plenas meias-finais.
Narrabeen, 2021 – Esta está tão fresca que não há muito para dizer… Uma prestação muito sólido, a culminar um bom arranque de temporada. Taticamente perfeito e acompanhado da sua enorme competitividade, Kikas deu-se ao luxo de bater John John Florence na ronda inaugural, superando depois Michel Bourez e ainda Filipe Toledo nos 16 avos e oitavos-de-final, respetivamente. Ainda Ethan Ewing nos quartos-de-final. E só um furacão Medina conseguiu colocar um travão nas aspirações portuguesas. Mas foi só um adiar do sonho!
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