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O diferente sabor do WCT sem Bells Beach13 fevereiro 2021

- Pela primeira vez na história do Mundial a icónica onda não será surfada pelos melhores do mundo.
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No decurso de um ano, existem determinados períodos que associamos de imediato à realização de certos eventos desportivos.
Por exemplo, no mês de janeiro ocorre anualmente o Rali Dakar, em abril celebra-se o Masters de Agusta, em julho decorre a Volta a França em bicicleta e muitos mais exemplos poderíamos dar.
No que toca ao surf, esta tendência também se verifica. Entre os dias 8 e 20 de dezembro realiza-se o mítico Pipe Masters, outubro é tempo do nosso MEO Rip Curl Pro Portugal e a altura da Páscoa está tradicionalmente reservada para o Rip Curl Pro Bells Beach.
Perante este quadro, quase parece que determinados meses adquiriram em exclusivo o direito de realizar essas competições. Só que não. Chegou uma pandemia e muito do calendário desportivo que conhecíamos de memória realizou-se em 2020 fora das datas habituais ou noutros casos, não restou outro desfecho do que cancelar os eventos.
Em 2021, já quase com um ano de pandemia em cima do dorso, pensávamos nós que iria ser reposta uma aparente normalidade no mundo do desporto, mas aqui ou acolá somos brindados com más notícias.
É o caso da recente confirmação de que a lendária etapa de Bells Beach não será ponto de passagem da caravana do Mundial de Surf em 2021. Em tempo pandémico, divergências entre a World Surf League o Governo do estado australiano de Victoria fazem com que pela primeira vez na história do Mundial a icónica onda não seja surfada pelos melhores do mundo.
Um triste desfecho, pois irá estar em falta uma etapa na qual todos os atletas ambicionam competir e ao qual a vitória assenta sempre bem no currículo. Naturalmente que não tem a mesma importância do ceptro mundial, mas está imediatamente no degrau abaixo, partilhando por exemplo espaço com o icónico título de Pipe Master ou da Triple Crown havaiana. É um 'career highlight'.
De Kelly Slater ao saudoso Andy Irons, passando por Mick Fanning, John John Florence e Ítalo Ferreira, todos eles ergueram o Bell Trophy e tocaram o sino mais famoso do surf mundial, que este ano será silenciado.
Por isso, este será sempre um Mundial relembrado por ter sido amputado de uma das suas jóias da coroa. Na hora de fazer o balanço ao que foi 2021, vamos sempre reparar que houve ali algo diferente na perna australiana, se esta conseguir ir em frente com os três eventos em agenda.
Ficou um vazio por preencher. Estaremos diante de algo que não teve o sabor de sempre e deixou uma sensação de azia não só para os surfistas, mas também para a comunidade local e todos os adeptos deste desporto.
Durante décadas a fio, o antigo Bells Beach Surf Classic manteve o seu estatuto de intocável no contexto mundialista, não obstante todas as naturais transformações de que o surf de competição foi alvo. Parecia algo granítico, inamovível, mas entretanto veio a pandemia e eis mais uma prova de que nada pode ser dado como adquirido.
Para pararmos de carpir mágoas, em 2022 e nos dois anos seguintes está prometido o regresso de Bells Beach ao Mundial e vamos fazer figas para que assim seja. A vida carece do regresso à normalidade!
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