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  • 20 anos depois, estará o WCT a caminho de mais um asterisco?
    09 fevereiro 2021
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  • Desvalorizado por muitos, CJ viveu toda a sua carreira com o estigma do campeão do asterisco.
  • Estávamos em Setembro de 2001. As torres gémeas caíam e com elas desabava também o circuito mundial de surf 2001. À distância pode parecer exagerado o impacto que tal acontece teve no surf mundial, mas a forma como o atentado influenciou as ligações aéreas nos meses seguintes, acabou por ditar um desfecho antecipado num circuito muito enraizado nos Estados Unidos da América.

    Passaram 20 anos e, depois de um ano de 2020 em branco, devido aos efeitos devastadores de uma epidemia, a incerteza está de regresso ao surf mundial. Com uma etapa já disputada e com duas canceladas, a Austrália apresenta-se como um local decisivo para se perceber se o Tour tem pernas para andar. O obetivo passaria por fazer 3 a 4 etapas no Down Under, o que já daria margem para coroar um campeão mundial.

    Ainda que esse não seja o cenário desejável, pois certamente que as intenções passam por cumprir uma temporada inteira e terminar o ano a coroar o campeão mundial no evento final, de um formato que se estreia em 2021, a verdade é que, com tanta incerteza provocada por uma pandemia, todos os cenários estão de pé. E de repente o surf mundial até poderia ficar com um segundo asterisco na lista dos campeões mundiais.

    Mas o que aconteceu, então em 2001 e quem foi o campeão? O atentado aconteceu com cinco etapas já realizadas e com o circuito a preparar-se para entrar na perna europeia, composta por três etapas na altura. As etapas em falta acabaram por ser cancelas e foi decretado campeão mundial quem seguia na frente do ranking: o norte-americano CJ Hobgood.

    Desvalorizado por muitos, CJ viveu toda a sua carreira com o estigma do campeão do asterisco, uma vez que o seu nome sempre surgiu – e continua a surgir – com um asterisco à frente, que se destinava a explicar as nuances do sucedido. CJ nunca se importou e sempre brindou o Mundo do surf com um dos sorrisos mais sinceros e um sentido de humor único.

      

    Após um arranque de temporada atribulado, com algumas surpresas, muita irregularidade dos principais nomes e, sobretudo, com Kelly Slater ausente, depois de cinco etapas CJ Hobgood liderava surpreendentemente o ranking, mesmo sem qualquer triunfo em etapas. O cancelamento da segunda metade do circuito fez com que o título lhe caísse nas mãos.

    Com Sunny Garcia a começar a temporada como campeão em título e um jovem Andy Irons a despontar, o circuito arrancou logo com surpresa, depois do wildcard Mick Fanning vencer a etapa da Gold Coast, depois de bater o compatriota Daniel Wilis na final. CJ chegou aos quartos-de-final, onde perdeu para Andy Irons.

    Seguiu-se o Taiti, onde CJ sempre foi especialista. Em Teahupoo o surfista norte-americano foi até à final, sendo travado apenas por Cory Lopez. Na terceira etapa, CJ manteve a regularidade e foi até às meias-finais no Brasil, onde foi derrotado por Occy, que depois perderia o duelo decisivo para o australiano Trent Munro.

    Depois de um arranque de temporada forte, Cj Hobgood começou a quebrar. Em Jeffreys Bay o norte-americano caiu nos oitavos-de-final, frente ao havaiano Kalani Robb, com o australiano Jake Peterson a vencer a final frente a Taylor Knox. A surpresa seria ainda maior em Sunset Beach, quando o havaiano Myles Padaca venceu a etapa, depois de ter deixado CJ pelo caminho logo na segunda ronda.

    Apesar disso, após fazerem as contas, CJ lá continuava no primeiro lugar, graças à sua regularidade, mas também devido à muita irregularidade dos demais. Com 3094 pontos, o surfista norte-americano deixou Occy no 2.º posto, a mais de 200 pontos de distância. Cory Lopez fechou o pódio. Pode não ter feito um trajeto perfeito, mas CJ fez o necessário para acabar com um título nas mãos. E com um asterisco à sua frente. Iremos ter uma repetição disso em 2021?

     

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