Homepage
- Surfista algarvia juntou o surf à formação escolar, sempre com o objetivo em mente de chegar ao WWT.
-
Aos 18 anos, a jovem portuguesa Concha Balsemão vive os melhores dias da ainda curta carreira. Esteve presente na abertura do WQS 2021, em Boomerang Beach, Nova Gales do Sul, e arrancou um surpreendente 9.º posto. O resultado do trabalho que tem desenvolvido na Austrália, para onde viajou há mais de um ano e onde se encontra a estudar.
Depois deste resultado, a surfista algarvia vai dedicar-se à Universidade, deixando de lado as provas seguintes, mas sem nunca abdicar do sonho de se tornar surfista de elite. Aliás, a escola tem andado sempre de mãos dados com o surf e é isso que nos conta nesta conversa, que se seguiu ao grande momento conseguido no Great Lakes Pro.
Beachcam - Acabaste de conseguir uma estreia muito positiva no WQS 2021. Como foi tudo?
Concha Balsemão - Este foi o meu melhor resultado até ao momento na World Surf League. Desde que vim para a Austrália que tenho estado muito focada e a trabalhar intensamente para alcançar melhores resultados.
B - Infelizmente, os primeiros dias de prova não tiveram transmissão, como foi a prova em termos de condições?
CB - Nos primeiros dias a prova decorreu em Boomerang Beach e as condições estavam difíceis devido ao tamanho das ondas, ao forte vento e às correntes. Mas eu gosto muito de competir em mar grande, pois o meu surf adequa-se bem neste tipo de condições.
B - Este resultado também denota uma boa evolução da tua parte. Depois de uma grande temporada fora de portas, como tem sido essa aventura?
CB – Sim, já evoluí desde que cheguei. Consegui entrar no programa Surfing Excellence na escola, o que me deu oportunidade de surfar com alguns dos melhores juniores da Gold Coast três vezes por semana. Estou no Clube de Snapper Rocks e tenho um campeonato do clube por mês, o que me faz manter o ritmo. Além disso tenho sido bem acompanhada e tenho dedicado muito tempo aos meus treinos.
B - Não estás inscrita nos próximos eventos do WQS na Austrália. Este resultado vai fazer com que mudes de ideias ou este foi mesmo o único evento que estás a pensar entrar?
CB - Como sou europeia os meus resultados não contam pontos para o ranking. E este ano entrei para a Universidade onde vou começar as aulas para a semana. Vou estudar Business and Enterprise. Essa é a principal razão pelo qual não vou entrar nos próximos eventos. Em princípio, em maio vou participar na etapa do QS de Burleigh Heads que fica mais perto de minha casa.
B - Olhando mais para fora da competição, como surgiu esta viagem para a Austrália?
CB - Concorri a uns trials do Sport Excellence Surfing na Escola PBC, onde consegui entrar. Vim fazer o 12.º ano com esse programa. Através dos resultados que fiz e, principalmente, pelo meu 2.º lugar no Queensland School Titles, em Setembro, na Sunshine Coast, ganhei uma bolsa de estudo para a Southern Cross University, que por acaso fica bem perto de Kirra e Snapper Rocks.
B - Até quando pensas ficar? Num futuro a breve prazo pensas voltar a fazer as provas em Portugal e na Europa?
CB - Neste momento não tenho planos a longo prazo, mas, sim, vou voltar a competir em Portugal e na Europa com o objetivo de poder subir nos rankings do QS e poder qualificar-me um dia mais tarde para o WCT.
B - Surfar na Austrália é diferente de Portugal, sobretudo para uma surfista que está no seu processo de formação? O nível na água é tão elevado como se fala?
CB – Sim, o nível é bastante elevado, praticamente todos os australianos surfam bem o que me faz querer evoluir e surfar com pessoas com tanto nível.
B - Em que picos já surfaste e quais aqueles que te marcaram mais?
CB - Na Gold Coast já surfei em quase todos. Os que costumo surfar mais são D-bah, Snapper Rocks, Kirra, Burleigh Heads e Currumbin, que é onde surfo regularmente. E sempre que o swell sobe costumo ir para Noosa, que é sem dúvida um dos meus picos preferidos. Para os lados de Nova Gales do Sul gosto de surfar em Cabarita, Yamba e Lennox Heads.
B - Quais os teus reais objetivos futuros no surf? Onde te vês daqui a 5 anos em termos surfísticos?
CB - Estou a trabalhar para isso e gostava muito que daqui a cinco anos estivesse a entrar para o WCT. Até lá vou continuar focada e com os meus planos de treino para continuar a evoluir.
Para acompanhar e confirmar live, os dados sobre o estado do mar, podes usufruir da nossa rede de livecams e reports preparada para essa finalidade.
Visita a nossa Loja Online, encontras tudo o que precisas para elevar o teu nível de surf!
Segue o Beachcam.pt no Instagram