Homepage
- Robertney Barros revela que tem em Portugal a “segunda casa” e que conhece muito bem as ondas portuguesas.
-
Chama-se Robertney Barros e esta semana deu nas vistas ao entrar no QS1500 de Tenerife, nas Canárias, passando mesmo a ronda inaugural deste campeonato. Foi o primeiro cabo-verdiano a arriscar entrar em provas da WSL e, apesar da falta de apoios, já pensa nos próximos campeonatos em que quer entrar.
Robertney garante que o nível do surf em Cabo Verde está evoluído, embora os surfistas locais não acreditem na possibilidade de fazerem carreiras. Natural da ilha do Sal, Instrutor de surf e praticante também de kitesurf, a principal modalidade entre os cabo-verdianos, Robertney Barros revela que tem em Portugal a “segunda casa” e que conhece muito bem as ondas portuguesas.
Beachcam - Como surgiu a possibilidade de participar neste evento do QS em Tenerife?
Robertney Barros - Cheguei a este campeonato pelo meu esforço e dedicação ao surf, apesar do pouco apoio que tenho. Sempre acreditei naquilo que quero e na minha cabeça só há um pensamento: nada é impossível, tudo é possível. Esta foi sem dúvida uma experiência que me permitiu aprender muito.
B - Quando estiveste dentro de água, sentiste muita diferença entre o nível do teu surf em comparação com os oponentes?
RB - Não senti muito. No entanto, percebi que o nível não é baixo. Todos os atletas que estão no campeonato são fortes. Por vezes, o fator sorte é que pode influenciar o rumo dos acontecimentos. Aquilo que faço é estar sempre concentrado no meu heat, tentar surfar boas ondas e divertir-me.
B - Depois desta experiência nas Canárias, quais são os eventos em que pensas participar no futuro?
RB - O meu objetivo passa por tentar fazer o maior número de provas possíveis. Porém, tenho de ver quais as provas que são mais acessíveis monetariamente à minha participação. Esta situação acontece porque não tenho patrocínios e o apoio é muito pouco. Assim, as coisas são mais difíceis. Agora vou regressar a casa, treinar muito e analisar com calma qual a próxima prova onde posso estar presente. Nos meus planos estão as presenças nos QS da Caparica e Açores.
B - Como está atualmente o nível do surf em Cabo Verde? Há muitos praticantes locais?
RB - Em Cabo Verde existem muitos surfistas, sendo que alguns deles apresentam um bom nível de surf. O problema desses surfistas é que ao contrário de mim não acreditam que é possível ir mais além. Não sonham alto. Sempre demonstrei vontade e dedicação naquilo que queria. Os surfistas em Cabo Verde precisam de acreditar mais do que o normal. Eu vou até ao limite sempre que estou focado em algo que quero. Nada cai do céu. É preciso trabalhar e lutar pelo que se quer.
B - Como é que o surf entrou na tua vida?
RB - Comecei a surfar aos 13 anos. Inicialmente jogava futebol, depois comecei a ir até à praia e em brincadeiras com os amigos as coisas foram acontecendo. Primeiro experimentei o skimboard e de seguida o bodyboard e o surf, que foi a modalidade na qual decidi concentrar os meus esforços.
Robertney Barros at Ponta Preta from Robertney Barros on Vimeo.
B - Em Cabo Verde há uma grande tradição de kite surfers. Também estás ligado a essa disciplina?
RB - É um desporto que também pratico. Cabo Verde é um país que reúne boas condições para o kitesurf devido à qualidade das ondas e ao vento. Faço o Campeonato Nacional e em breve vou competir na etapa do Mundial da especialidade que passará por lá.
B - E quanto a Portugal, que ligação tens com o país? Quais as ondas que mais gostas de surfar?
RB - Portugal é a minha segunda casa. Já surfei praticamente todas as ondas do país. Contudo, a minha onda de eleição é Supertubos. Quero sempre surfar nesse local quando vou a Portugal. Também gosto dos Coxos, Crazy Left e Nazaré.
B - Costumas conviver com os surfistas portugueses? São uma boa ajuda na evolução do teu surf?
RB - Sou amigo de muitos surfistas portugueses. Quando vão a Cabo Verde encontramo-nos para surfar e o mesmo acontece quando visito Portugal. São muito boa gente e acima de tudo o que mais gosto é o do convívio que existe.
B - Dentro do mundo do surf tens algum surfista que para ti seja uma referência?
RB - O meu grande ídolo e fonte de inspiração é o Ítalo Ferreira. É uma pessoa extraordinária. Já esteve em Cabo Verde, momento em que tive a oportunidade de conviver e surfar com ele. É alguém que, nas nossas conversas, sempre me apoiou.
Para acompanhar e confirmar live, os dados sobre o estado do mar, podes usufruir da nossa rede de livecams e reports preparada para essa finalidade.
Visita a nossa Loja Online, e encontra tudo o que precisas para elevar o teu nível de surf!
Segue o Beachcam.pt no Instagram