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  • Robertney Barros: “Ao contrário de mim, surfistas de Cabo Verde não sonham alto”
    06 fevereiro 2020
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  • Robertney Barros revela que tem em Portugal a “segunda casa” e que conhece muito bem as ondas portuguesas.
  • Chama-se Robertney Barros e esta semana deu nas vistas ao entrar no QS1500 de Tenerife, nas Canárias, passando mesmo a ronda inaugural deste campeonato. Foi o primeiro cabo-verdiano a arriscar entrar em provas da WSL e, apesar da falta de apoios, já pensa nos próximos campeonatos em que quer entrar.

    Robertney garante que o nível do surf em Cabo Verde está evoluído, embora os surfistas locais não acreditem na possibilidade de fazerem carreiras. Natural da ilha do Sal, Instrutor de surf e praticante também de kitesurf, a principal modalidade entre os cabo-verdianos, Robertney Barros revela que tem em Portugal a “segunda casa” e que conhece muito bem as ondas portuguesas.

    Beachcam - Como surgiu a possibilidade de participar neste evento do QS em Tenerife?

    Robertney Barros - Cheguei a este campeonato pelo meu esforço e dedicação ao surf, apesar do pouco apoio que tenho. Sempre acreditei naquilo que quero e na minha cabeça só há um pensamento: nada é impossível, tudo é possível. Esta foi sem dúvida uma experiência que me permitiu aprender muito.

    B - Quando estiveste dentro de água, sentiste muita diferença entre o nível do teu surf em comparação com os oponentes?

    RB - Não senti muito. No entanto, percebi que o nível não é baixo. Todos os atletas que estão no campeonato são fortes. Por vezes, o fator sorte é que pode influenciar o rumo dos acontecimentos. Aquilo que faço é estar sempre concentrado no meu heat, tentar surfar boas ondas e divertir-me.

    B - Depois desta experiência nas Canárias, quais são os eventos em que pensas participar no futuro?

    RB - O meu objetivo passa por tentar fazer o maior número de provas possíveis. Porém, tenho de ver quais as provas que são mais acessíveis monetariamente à minha participação. Esta situação acontece porque não tenho patrocínios e o apoio é muito pouco. Assim, as coisas são mais difíceis. Agora vou regressar a casa, treinar muito e analisar com calma qual a próxima prova onde posso estar presente. Nos meus planos estão as presenças nos QS da Caparica e Açores.

    B - Como está atualmente o nível do surf em Cabo Verde? Há muitos praticantes locais?

    RB - Em Cabo Verde existem muitos surfistas, sendo que alguns deles apresentam um bom nível de surf. O problema desses surfistas é que ao contrário de mim não acreditam que é possível ir mais além. Não sonham alto. Sempre demonstrei vontade e dedicação naquilo que queria. Os surfistas em Cabo Verde precisam de acreditar mais do que o normal. Eu vou até ao limite sempre que estou focado em algo que quero. Nada cai do céu. É preciso trabalhar e lutar pelo que se quer.

    B - Como é que o surf entrou na tua vida?

    RB - Comecei a surfar aos 13 anos. Inicialmente jogava futebol, depois comecei a ir até à praia e em brincadeiras com os amigos as coisas foram acontecendo. Primeiro experimentei o skimboard e de seguida o bodyboard e o surf, que foi a modalidade na qual decidi concentrar os meus esforços.

    Robertney Barros at Ponta Preta from Robertney Barros on Vimeo.

    B - Em Cabo Verde há uma grande tradição de kite surfers. Também estás ligado a essa disciplina?

    RB - É um desporto que também pratico. Cabo Verde é um país que reúne boas condições para o kitesurf devido à qualidade das ondas e ao vento. Faço o Campeonato Nacional e em breve vou competir na etapa do Mundial da especialidade que passará por lá.

    B - E quanto a Portugal, que ligação tens com o país? Quais as ondas que mais gostas de surfar?

    RB - Portugal é a minha segunda casa. Já surfei praticamente todas as ondas do país. Contudo, a minha onda de eleição é Supertubos. Quero sempre surfar nesse local quando vou a Portugal. Também gosto dos Coxos, Crazy Left e Nazaré.

    B - Costumas conviver com os surfistas portugueses? São uma boa ajuda na evolução do teu surf?

    RB - Sou amigo de muitos surfistas portugueses. Quando vão a Cabo Verde encontramo-nos para surfar e o mesmo acontece quando visito Portugal. São muito boa gente e acima de tudo o que mais gosto é o do convívio que existe.

    B - Dentro do mundo do surf tens algum surfista que para ti seja uma referência?

    RB - O meu grande ídolo e fonte de inspiração é o Ítalo Ferreira. É uma pessoa extraordinária. Já esteve em Cabo Verde, momento em que tive a oportunidade de conviver e surfar com ele. É alguém que, nas nossas conversas, sempre me apoiou.

     

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