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  • Rodrigo Koxa: “A Nazaré foi um achado. Aqui trabalhamos a Fórmula 1 do Surf”
    31 outubro 2019
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  • Recordista mundial, Koxa não abranda e garante que está à espreita de uma nova oportunidade caso esta apareça.
  • Foi em 2017 que Rodrigo Koxa saltou para o escaparate da fama, depois de surfar uma onda enorme na Nazaré. Meses mais tarde, o big rider brasileiro viu a onda confirmada como nova recordista da maior onda já surfada, superando o anterior recorde de Garrett McNamara. No entanto, Koxa não abranda e garante que está à espreita de uma nova oportunidade caso esta apareça. E tudo pode acontecer durante o novíssimo Nazaré Tow Surfing Challenge.

    Este evento tutelado pela WSL e que substitui o antigo campeonato de remada, que fazia parte do Big Wave Tour, foi apresentado esta quarta-feira e Rodrigo Koxa, que vai fazer dupla com o compatriota Pedro Scooby, foi uma das muitas estrelas presentes. O Beachcam esteve lá e falou um pouco com o recordista mundial que tem na Nazaré um lugar muito especial.

    Beachcam - Preparado para encontrar uma onda ainda maior do que aquela do recorde?

    Rodrigo Koxa – Sempre! Desde pequeno que trabalho para as ondas grandes e invisto para conhecer os locais onde existem ondas desse tamanho. Morei no Havai, Taiti e quando apareceu a Nazaré foi um achado. Sabia que este era o local para colocar em prática tudo aquilo que aprendi durante uma vida. Foi swell atrás de swell. Em 2013 pela primeira vez e em 2017 consegui surfar a onda da minha vida. Consegui esse recorde com muito esforço e trabalho de equipa. A Nazaré ensinou-me a importância do trabalho em equipa. Aqui trabalhamos a Fórmula 1 do Surf. É assim que vejo toda esta conexão. Sempre tentei melhorar a minha performance e foi com base nessa permissa que as coisas foram acontecendo. Ainda não perdi esse amor, está bem dentro de mim. Continuo motivado em trabalhar e aprender todos os dias. Por estar tão envolvido com isto, pode ser que venha uma onda maior e com isso um novo recorde do mundo.

    B - Perante um elenco de renome mundial, sentes que o teu recorde pode estar em risco?

    RK - Nós vivemos sempre em risco. Todos aqueles que fazem algo extremo estão em risco. Os recordes foram feitos para serem batidos. Eu próprio posso bater o meu recorde e para o qual treinei muito. Claro que temos excelentes surfistas envolvidos nesta prova e com capacidade para surfar uma onda tão grande. Todos treinamos com o foco nesse objetivo para quando surgir uma onda grande aproveitar a oportunidade. Se vier para mim, estarei pronto.

    B - Muitas vezes não é destacado, com a devida importância, o papel do condutor do jet ski que vos coloca nas ondas. Qual é o verdadeiro grau de importância destes no sucesso de uma onda surfada?

    RK - A importância é gigante. Quando existe uma previsão de ondas grandes falamos entre nós. Queremos o melhor piloto e a melhor equipa. Nada é mais justo do que após surfar uma onda gigante enaltecer todas as pessoas que fizeram parte do processo. O condutor do jet ski é muito importante, pois não quero entrar no mar gigante com alguém que não está preparado, não tem o compromisso de me colocar na onda certa e posteriormente fazer o resgate em condições. Por isso é que o tow-in traz o surf para um outro patamar. Envolve toda uma equipa. Em solitário ninguém consegue fazer nada. Felizmente tenho ao meu redor uma equipa comprometida e que está pronta para apanhar ondas grandes.

    B - Como vês o final do Big Wave Tour e a posterior criação desta nova competição?

    RK - Acho que esta é uma gigantesca oportunidade para mostrarmos aquilo que fazemos. A onda gigante tem repercussão, praticamente, durante uma semana nas televisões. Antigamente não tínhamos como expor a nossa atividade ao mundo. As imagens saíam pós-swell. Agora, temos a oportunidade de partilhar com todos o presente e mostrar às pessoas aquilo que vivemos ao surfar as ondas grandes. A missão é mostrar ao mundo que desenvolvemos todo um trabalho muito planeado e focado num só objetivo. Queremos exibir em directo, para todo o mundo, um espetáculo daquilo que amamos fazer.

     

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