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- Entretanto, Vasco Ribeiro foi eliminado na prova masculina e a armada lusa ficou apenas com Kikas em prova.
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Chama-se Amuro Tsuzuki e até aqui era praticamente uma perfeita desconhecida no surf mundial. Contudo, a jovem de 18 anos escreveu hoje uma das páginas mais douradas do surf japonês, ao vencer o QS10000 de Pantín. Este é, de longe, o maior triunfo do surf feminino japonês a nível internacional e deixa Tsuzuki na ribalta, bem perto de se tornar a primeira japonesa a qualificar-se para a elite mundial feminina.
Tsuzuki foi causando sensação ao longo do evento e no dia final mostrou-se imparável para espanto de todos. Pelo caminho deixou quatro surfistas que pertencem ou já pertenceram à elite do surf mundial, começando pela francesa Johanne Defay nos oitavos-de-final. No dia final superou a brasileira Silvana Lima nos quartos-de-final e Chelsea Tuach, de Barbados, nas meias-finais.
Já depois de ter mostrado um nível de surf altíssimo, que foi sendo premiado com várias notas na casa da excelência, a surfista japonesa teve pela frente a australiana Bronte Macaulay na grande final. Embora sem a espetacularidade exibida em heats anteriores, Tsuzuki somou 12,17 pontos e foi bem superior a Macaulay, que se ficou pelos 8,44 pontos.
Depois de ter chegado à Galiza fora do top 50 mundial – era 56.ª à partida para este evento -, a surfista japonesa foi catapultada para o 8.º posto do ranking do WQS feminino graças a este resultado. Embora ainda não esteja certa no WWT do próximo ano, se a temporada terminasse agora conseguiria a qualificação. Dessa forma, terá de conseguir mais alguns pontos nesta reta final do ano para fazer mais história e tornar-se na primeira japonesa entre a elite mundial feminina.
Este triunfo é também um claro sinal da evolução que o surf nipónico tem demonstrado nos últimos tempos e em relação ao surf masculino só encontra paralelo na surpreendente vitória de Hiroto Ohhara no Vans US Open of Surfing de 2015. Outro dos grandes feitos do surf japonês foi o título mundial coletivo alcançado nos World Surfing Games do ano passado, disputados “em casa”.
A vitória de Tsuzuki acaba por ter tanto de histórico como de surpreendente, pois a surfista japonesa tinha um registo modesto até aqui. O maior resultado da carreira tinha sido o triunfo já este ano no QS1000 de Chiba, no Japão, onde, curiosamente, já havia vencido uma prova do Pro Júnior japonês, em 2017. Depois de ter conseguido o 3.º posto nesse mesmo circuito nesse mesmo ano, Tsuzuki terminou ainda o WQS no 64.º posto do ranking. No ano passado piorou o registo ao terminar o ano no 96.º. Mas numa semana tudo mudou…
Curiosamente, apesar deste feito histórico, Amuro Tsuzuki nem sequer faz parte da lista de surfistas convocadas para representar o Japão no Mundial ISA que começa já esta semana e onde estará em jogo a qualificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio’2020. Mahina Maeda, Sara Wakita e Shino Matsuda foram as eleitas. Maeda que até aqui era a surfistas japonesa mais destacada do surf japonês, embora tenha competido pelo Havai durante grande parte da carreira – à semelhança de Kanoa Igarashi, que competiu durante largos anos pelos Estados Unidos, antes de “mudar de bandeira”.
Quanto a Macaulay, apesar da derrota na final, já pode celebrar a continuidade no WWT para 2020, pois tem a requalificação já garantida. A australiana subiu mesmo à liderança do ranking. O mesmo sucede com Sage Erickson e Isabella Nichols, que completam o top 3 do ranking. Sobram assim três vagas em disputa, numa altura da temporada em que faltam disputar-se apenas alguns eventos menores e o QS6000 de Port Stephens, na Austrália, que serve para fechar as contas e a temporada.
Global Qualifying Series Women’s Top 10:
1 - Bronte Macaulay (AUS)
2 - Sage Erickson (USA)
3 - Isabella Nichols (AUS)
4 - Tatiana Weston-Webb (BRA)
5 - Caroline Marks (USA)
6 - Brisa Hennessy (HAW)
7 - Alyssa Spencer (USA)
8 - Amuro Tsuzuki (JPN)
9 - Keely Andrew (AUS)
9 - Chelsea Tuach (BRB)Esta quarta-feira também houve espaço para a prova masculina, com a realização de alguns heats da 2.ª ronda. Num deles Vasco Ribeiro estreou-se na prova galega e acabou igualmente por se despedir. Vasco somou apenas 8,97 pontos e foi 4.º classificado num heat vencido por Wiggolly Dantas, com Griffin Colapinto a passar em 2.º lugar. A representação lusa em Pantín fica assim entregue somente a Frederico Morais, que deverá competir amanhã na 3.ª ronda.
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