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Teahupoo voltou a oferecer tubos e muita emoção para o dia final do Tahiti Pro e foi sem surpresa que, pé ante pé, Gabriel Medina carimbou um lugar na final. Faltava conhecer o adversário que, curiosamente, foi o mesmo do ano passado: Owen Wright. Dois goofys e uma final igual a 2018. Igual nos intervenientes e no drama, mas com um desfecho diferente. O australiano virou a bateria mesmo no final e vingou a derrota sofrida no ano passado.

A surfar de capacete durante todo o evento, devido à grave lesão sofrida na cabeça em Pipeline no final de 2015, Owen Wright foi um dos grandes destaque do evento e mesmo quando a vitória parecia ir cair novamente para o lado de Medina, o australiano teve sangue frio para saber esperar pela melhor onda da final, operando a reviravolta já nos 5 minutos finais.

Esta foi a primeira vitória de Owen Wright em Teahupoo, comprovando ser um dos melhores tube riders do Mundo, mesmo depois da grave lesão sofrida. Foi também a primeira vitória desde o emotivo regresso em 2017, na Gold Coast. Foi o quarto triunfo em etapas na carreira e juntou o troféu de Teahupoo ao que já tinha conseguido nas Fiji, confirmando todo o seu potencial em ondas de consequência.

Mas o dia perfeito de Owen começou bem antes da final. No primeiro heat dos quartos-de-final o gigante australiano deu logo sinais de que esteve num dia sim, eliminando Jadson Andre com direito a nota 10. Os resquícios do grande swell que entrou na véspera ainda se faziam sentir e Wright não perdeu tempo em dar espetáculo.

Nessa mesma fase Medina não teve espetacular, mas passou facilmente por Jeremy Flores, que tanto esperou que terminou o heat com apenas uma onda de 2,50 pontos. Aquela que parecia ser uma final antecipada acabou por ser um dos heats mais sem ritmo do campeonato. Muito por culpa do mar que dava os primeiros sinais de começar a cair.

Ainda assim, nas meias-finais Owen Wright voltou a estar em forma para bater Jordy Smith, impedindo o sul-africano de assaltar a liderança do WCT. Foram 15,67 pontos, sem reposta por parte de Jordy. Na outra meia-final Medina voltou a estar q.b. para bater a grande surpresa do evento: o havaiano Seth Moniz, que já ultrapassou Kelly Slater no ranking.

Perante a repetição da final de 2018, Medina tratou de começar forte, mostrando-se um nível acima daquilo que já havia mostrado no dia final. Com uma técnica ímpar em Teahupoo, o brasileiro e campeão mundial em título chegou rapidamente aos 14,93 pontos e parecia ter tudo controlado a seu favor. Até porque a 10 minutos do final tinha a prioridade.

Só que Medina também é humano e também erra. Perdeu a prioridade numa onda sem potencial, que acabou por largar, e Owen deu o troco, certamente com a final do ano passado ainda na memória. Depois de Medina ter vencido a final de 2018 graças à última onda surfada, desta vez a gracinha coube ao australiano. Primeiro com um 9,17, a quatro minutos do fim, que o colocou logo na liderança. Depois, a 2 minutos do fim, ainda melhorou o score com um 7,90, mesmo nas barbas de Medina, terminando o heat com uns incríveis 17,07 pontos.

Esta foi uma vitória bem emotiva para Owen Wright, que lhe garantiu a entrada direta para o top 8, sendo já o 8.º do ranking e ainda bem dentro das contas para poder lutar pelo título mundial. Quanto a Medina esta derrota custou-lhe o tri em Teahupoo, mas também a liderança do ranking – o que seria incrível, tendo em conta que chegou aqui no 7.º posto do ranking. Ainda assim, apesar de “só” ter subido até ao 4.º posto do ranking, o campeão mundial já vê a amarela, agora pertencente a Toledo, ali ao virar da esquina.

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