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- Slater questionou o desempenho dos surfistas brasileiros em anos anteriores em Margaret River.
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Kelly Slater não competiu em Margaret River, na terceira etapa do World Tour 2018, devido a lesão, mas nem por isso deixou de comentar todo o enredo em torno do cancelamento da etapa do oeste australiano, depois dos incidentes que envolveram dois ataques de tubarões na região em apenas um dia.
O sucedido levou a alguns surfistas a tornarem públicos os seus receios de competir em Margaret, como Gabriel Medina e Italo Ferreira, mesmo antes de a WSL decidir cancelar o evento. Outros, apesar de nunca se mostrarem contra a decisão da WSL, garantiram que prefeririam surfar. Agora, é Slater quem comenta o assunto, deixando uma indireta aos surfistas brasileiros.
“Existiram algumas teorias sobre os surfistas que não queriam e os que queriam surfar e os efeitos que isso teria no ranking mundial”, começou por frisar o 11 vezes campeão mundial ao jornal australiano “ABC”. “As vozes que mais se opuseram ao evento são aqueles que não têm um grande registo na carreira em Margaret River, por isso podemos questionar se isso não terá afetado o medo deles em surfar”, atirou o veterano surfista norte-americano.
Ainda assim, Kelly Slater garante que apoia a decisão da WSL. “Apenas posso falar por mim e se estivesse lá iria escolher surfar”, vincou, antes de prever um problema futuro na região, devido a um acontecimento no último mês que fez 150 baleias darem à costa bem perto de Margaret River. “Estou seguro que fazer surf na região vai tornar-se em algo mais assustador nos próximos meses e até anos”, previu.
Slater não foi o único a dar voz a favor da continuidade do campeonato.
Michel Bourez ao Woohoo
“Claro que a segurança vem em primeiro lugar, mas, por mim, surfava. É isso que nós fazemos. Eles colocam muita segurança lá fora. Não teríamos 100% de certeza que nada aconteceria, mas ao mesmo tempo, quando você vê as coisas acontecendo, todos os locais indo surfar... Eles estão acostumados a isso. Eu só queria terminar bem esse campeonato, é para isso que viemos aqui, conseguir um bom resultado… Mas agora é hora de arrumar as coisas e ir embora”.
Jordy Smith à Stab
“Temos que respeitar os outros surfistas e a decisão da WSL. Está feito. Estou triste, mas é só mais uma dessas coisas. Continuo a amar o Oeste australiano”.
Conner Coffin ao Surfline
“Pessoalmente, estou acostumado a surfar com tubarões, já que onde nós moramos, em Santa Barbara, tem um monte de tubarões brancos. Na minha visão isso é o surf e é o que eu amo, e se for a minha de ir, será a minha vez, então eu estava preparado para continuar e concluir o campeonato aqui no oeste da Austrália. Isto dito, eu respeito completamente o fato de outros surfistas não se sentirem como eu e não quererem surfar. Eu apoio 100% a decisão da WSL de não terminar o campeonato”.
Connor O’Leary à Stab
“Estou em uma casa com o Michael February e o Mikey Wright e nós estamos nos perguntando qual é o grande problema. Acho que por termos crescido surfando com tubarões, é meio difícil para nós ter a mesma perspectiva dos brasileiros, que não têm que lidar com essa questão dos tubarões normalmente”.
Ace Buchan ao Surfline
“Tubarões são algo que nós lidamos continuamente toda vez que surfamos, e nós aceitamos esse risco. Devido às circunstâncias de carcaças de baleias, vários ataques e aparições de tubarões, eu apoio totalmente a decisão da WSL de colocar a segurança em primeiro lugar”.
Stephanie Gilmore no Instagram
“Como surfistas, nós aceitamos o risco toda vez que entramos no mar, e muitos de nós queriam terminar o campeonato aqui em Margaret River, mas a WSL tomou a decisão correta para nós. […] Honestamente, espero que a gente volte para o campeonato no ano que vem. Tem sido uma viagem selvagem e maravilhosa até agora!”
Owen Wright no Instagram
“Pessoalmente, me sinto confortável com a decisão que a WSL tomou e também me sinto confortável em entrar na água com todos os jet-skis, drones e barcos-radares no lugar que nós surfamos. […] Eu e Mikey vamos ficar por mais uma semana aqui”.
Kael Walsh à Stab
“Isso é o surf, nós estamos lá no mar e é a casa deles, não podemos fazer muito quanto a isso. Mas com dois ataques eu meio que entendo a decisão da WSL. Sou um pouco contra porque é meu primeiro campeonato no CT e eu quero continuar surfando. [Ítalo e Gabriel] surfam no Brasil e não tem a mesma experiência com tubarões, enquanto alguém como o Jordy está acostumado a surfar com eles em J-Bay, igual a nós aqui na Austrália. Tubarões são uma parte normal do surf aqui”.
Jack Robinson ao Woohoo
“Eu não penso muito nisso para falar a verdade, nos tubarões e tudo mais. É o risco que corremos indo surfar. É bem decepcionante que eles [WSL] cancelaram, mas é uma decisão deles, foi o que eles sentiram”.
Glenn Hall à Stab
“Os sentimentos ficaram divididos, porque cada um se sente de um jeito em relação aos tubarões”.
Bronte Macaulay no Instagram
“Com certeza a minha etapa favorita no circuito. É uma parte especial do mundo, com um litoral lindo como nenhum outro. Acho que o ataque de tubarão em Gracetown na segunda foi principalmente devido à baleia encalhada em Lefties (que foi retirada logo depois pelos pescadores). […] Estou realmente ansiosa para as edições do campeonato aqui nos próximos anos”. (Instagram)
Kolohe Andino no Instagram
“Obrigado West Australia por outra grande viagem. Triste ter que terminar cedo. Te vejo no ano que vem!”
No entanto, Filipe Toledo foi uma das vozes que se juntou aos compatriotas Medina e Italo. “Foi uma decisão difícil para a WSL, eles tinham poucas horas para pensar e decidir o que fazer, mas essa era uma decisão que eu já tinha tomado no mesmo dia, acho que não vale a pena esse risco todo. O psicológico já não é mais o mesmo para você entrar na água e decidir uma bateria. Acho que não vale a pena esse risco para disputar um título mundial. Entre os brasileiros, a gente conversou e estávamos todos mais ou menos no mesmo sentimento” confessou ao canal “Woohoo”.
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